terça-feira, 30 de dezembro de 2014

FELIZ ANO NOVO (DE NOVO)




Aos que são de minha afeição e aos que nem tanto; aos vascaínos e os que tem mau gosto; aos de qualquer religião e aos ateus; aos machões, aos veados e outros como eu; aos poetas, matemáticos e os que gostam do que detesto; aos que votaram em Dilma, aos de Aécio, ou não votaram em ninguém; aos que não são assassinos; aos que gostam de bicho, aos que só gostam de gatos, e aos que não o suportam mas nunca os maltratam; a todas a grávidas e a Jack Cordeiro e Luluzinha, em especial; aos dos hospitais; aos do que choram de alegria, de tristeza, a aos que não choram; aos que estão no fim, no começo ou no meio da vida, viagem ou qualquer coisa; aos que foram até o fim ou desistiram; aos fortes, aos fracos, aos nem tanto à terra nem tanto ao mar; aos que otimistas, aos que tudo acham que vai malograr; aos que sempre estão certos, aos que nunca acertam ( sei que nem um nem outro os há); aos que de noite, aos de dia, aos que trocam um pelo outro; aos envergonhados, aos desavergonhados; aos que bebem, aos que fumam, aos que vegetarianos; aos assépticos, aos sinceros; aos fingidos e tantos outros e todos outros que não infligiram dores insuportáveis e que danos que não possam suportar, vai aqui meu abraço e voto de FELIZ ANO NOVO!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

SER HOMEM

Ser macho não é o que pretendi ou pretendo ou queira um dia. Quero a doçura das mães em meus gestos com outros homens. Homens não são meus inimigos, são meus iguais. Homens são bonitos de se ver. Homens não são o  contrário de mulher. Homem é o que é. Não há que ser macho, há  que ser humano. Não se afirmar pela força; sendo frágil porque gente, sendo falho por humano. Chora o homem sem vergonha e até que o mundo lhe pese chorará. Homem que de fato é merecedor de ser pai e de ser homem sabe que a força que tem não está nos braços, está nos laços, nos que conquista pelo afeto, pelo amor, pelo abraço.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

MARILIZ E AS DESIMPORTÂNCIAS







Eu penso demais. Claro que a imensa maioria das vezes é bobagem sem importância, mas o que é a vida senão isso: desimportâncias? E menos me interessa o neologismo (essa boçalidade que o que se pretende culto inventa quando não sabe se existe em dicionário uma palavra) do que seu signo. A vida é feita de desimportâncias. A vida é feita de passar pano na casa. Quase todo dia passo pano na casa e só raramente leio Shakespeare. Francamente, muito mais útil uma casa com cheiro de desinfetante vagabundo que a leitura do bardo. Com o bardo aprendi que o conhecimento é inútil; em passar pano na casa aprendi o que já sabia: que amo minha irmã. Como boa piniqueira que sou (piniqueira não é neologismo. A palavra existe por demais e se você não conhece e por não ter vindo a Pernambuco) gosto de passar pano na casa escutando música, então: Maria Bethânia. Bethânia chama ao palco Carlos Lira, um gigante da MPB, eu lembro-me de minha querida irmã, Mariliz, que não lembra em nada bossa nova. Mariliz fez uma grande coisa na vida: xingou Carlos Lira. Carlinhos é um ícone da MPB, e isso não é pouco, isso é muito. Não é todo dia que se pode xingar um gênio, nem todo mundo pode, e dirá, um apressado, que os que xingam gênios merecem o desprezo não o afeto; concordo, mas ela tinha poucos anos de vida, era uma criança, e xingamento de criança é charmoso. Eu poderia ser ácido e dizer que minha irmã mais velha e já avó (o tempo é foda! Há trinta anos, apenas isso, ela ainda escrevia cartas para o “balão mágico” e explicava que não colocaria selo por não ter dinheiro e eu... bom, eu fazia o que sempre fiz: nada ou alguma besteira) que o gosto musical de minha irmã é ruim. Seria injusto com as palavras porque ela não tem gosto musical ruim, é péssimo mesmo.
André, meu compadre veio aqui em casa e me disse algo  sobre minha irmã que eu sentia mas não me vinha em palavras, só em idéias, como o filme do Glauber na fala de Caetano.
Ele me disse que Mariliz era muito protetora comigo, que percebia no jeito dela falar. 
Vendo Carlos Lira, lembrando que minha irmã o chamou de cachorro (ele estudava na mesma universidade que meu pai (sim, meu pai já foi amigo de Carlos Lira, que, segundo Caetano, é uma de suas maiores influências musicais) Lembrando das merdas que já fiz, consterno-me pelo seu amor, por termos devoção por nosso pai, por sermos uma família pequena e dispersa, mas que se ama e perdoa.
Chega! Senão descambo para a breguice quando posso dizer mais simples que sou agradecido pelo perdão, pelo amor, pela paciência.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

MARCELO NOVAES





Marcelo Novaes
Diáfanos

O ruído da capa sendo
esticada, do papel dobrado
[do motor ligado da manhã
à noite], do jorro d'água [do
ar gemendo o tempo todo à
sua volta].

O som do amor à
pátria [e mais, do
amor ao filho sórdido,
que é sempre amor
mais forte, porque faz
sombra e dói como o
som da chuva no
penhasco].

Os sons quase sem
som [à feição de um
rosto que se
esconde].

Sons diáfanos
e ininterruptos,
que estão dispostos
a te esperar quando
você chega à noite [e
espreitam mesmo
enquanto você
dorme].

Todos esses sons,
inúmeros sons [em números
ímpares, porque no fim de tudo
sempre sobra
um],

são sons que nem os céus,
nem o fogo nem o frio [nem
o mar] consomem.

Marcelo Novaes

terça-feira, 18 de novembro de 2014

SONIA







Ela não pediu e eu não tinha que oferecer, mas disse que lhe faria um poema. Não disse-lhe que bom, não poderia fazê-lo, mas saiba-o sincero, saiba-o meu inteiro.
Resta a quem não tem o dom de dizer bonito, o dizer sincero.
Resta a quem não pode o diamante, oferecer o que lhe cabe.
Ela é o que eu não poderia ser; por ser mole, frouxo, por ter medo de seringas e hospitais.
Trabalha tentando curar, diminuir dores, suturar, aferir pressões, olhar no olho dos que tem tumores e não chorar.  Não creio que ela seja de cristal e paire acima das pequenas e comezinhas mesquinharias da vida. Ela é só ela. Não é pouco! Tem coisas que uma mulher tem das quais não se deve falar sem prudência;  coisas tais que embasbacam, embotam o  bom senso.  Se eu disser que eu não amei a minha tão recente e pouco conhecida amiga serei omisso.
Ela me faz lembrar João Cabral e isso é um perigo. Com o respeito devido ao gênio pernambucano e amado por mim, farei uma tentativa canhestra de imitá-lo (aos que se apaixonam é dado o direito ao ridículo) no nascimento do filho do carpina, os personagens do poema do João falam da formosura de uma criança recém nascida; eu falo dela, e peço licença:

De sua formosura deixa-me que diga: é beleza como deve ser beleza de mulher, feminina, escancarada,  que inerva, que faz do mais sábio um palerma e dos palermas desperta instintos. É um beleza que tem gosto, em que há prazer em se gostar. O gosto pelo que se olha, da fome que se tem ao olhar.

De sua poesia eu digo que não se pode conter, diminuir ou abafar; Ela se mostra por si mesma, está onde ela está.
De sua gostosura, deixa-me que conte: ela é coisa que se mostra gostosa sem se provar. Que vendo já sabemos onde a delícia esta. Como se sabe gostosa uma torta de morango não comida, uma fruta madura que se sabe doce, uma coisa que de antemão você senti o prazer das coisas gostosas.
Eu conheço quase nada essa menina. Ela é um mistério, ela é minha amiga. Já digo que é minha amiga mesmo que talvez ela assim não considere ou me queira; digo que é minha amiga, e que só não o será se não quiser ou se eu a aborrecer. Iremos brigar como todos os amigos brigam. Talvez eu lhe faça raiva, talvez nada seja amizade. Mas nunca me arrependo de minhas amigas, mesmo as que se afastam, mesmo as que me tem rancor. Sou poeta ruim e ser humano em tentativa de crescer. Muita besteira na minha vida, muito a me arrepender;
Para terminar devo dizer que ela se chama Sônia e isso me faz lembrar de Dostoievski. Sônia tem seus pés beijados por Ralskonikov e pedi-lhe que pare de fazer isso e se levante. Ele lhe diz: -Não beijei os seus pés, beijei todo o sofrimento humano.

Isso é de um beleza brega e pungente. Sônia, minha amiga, é sofisticada e linda, como uma canção de Jobim, como uma canção de Gonzaga, como o rio capibaribe, como o espaço e seu nada. Como o pulsar dos amores, como o meu pai traçando baralho, como uma missa católica, como o Rosa dos sertões, como o olhar de Ricardo para Falstaff, como um clarão no breu, como se o bom se achegasse. Como chuva e cheiro dela, como o riso escancarado, como o talvez que vira fato, como o fato mudado, como a coisa que é bela sem porquês, sem razões; as coisas que são lindas porque são, são lindas por fado.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

BRITTANY MAYNARD




Essa americana tinha um câncer incurável no cérebro. Ela tomou remédio para morrer ou não sofrer. Qualquer coisa que se diga ou se ache sobre isso é ridículo, reprovável, canalha. Ela fez sua escolha com dignidade, com altivez. Eu não a cito como exemplo nem como não-exemplo. Digo que ela será sempre amada por mim.

ESTOU




Dentre minhas bizarrices, uma há que registrar: estou vendo entrevistas de antes das eleições presidenciais deste ano, e constatado o que todo mundo já sabe antes de as tais serem dadas: como mentem nossos políticos!
Votei (votaria, se tivesse regularizado minha situação junto ao TSE) no Aécio; mas ele mente com cara dura quase igual aos outros. Ninguém mente tanto quanto o pt; mas por puro pudor de não soar ridículo. Você já imaginou alguém não petista dizer o que um petista diz? que Lula controlou a inflação e coisas tais? Mas quem mais me interessa é Luciana Genro... essa me encanta com seu moderno discurso e com sua capacidade de dizer que se o regime é facínora ou mesmo ruim, não pode ser socialismo, que o socialismo só pode ser bom e que se não o é, não é socialismo; é apenas uma distorção das idéias de Marx. Isso não poderia ser dito por capitalistas ou qualquer grupo, seita ou máfia? Hitler distorceu o nazismo. onde desse errado o capitalismo foi mal aplicado; Não existiria coisa ruim no mundo, haveria distorções de ideias santas.

Sim, estou feliz, muito feliz. Não preciso dos motivos de sempre, não  os tenho agora; Nem de exclamações que o constatem. Estou feliz pelo que tenho e pelo que não tenho ou tive e mesmo sobre o que não terei. Estou feliz e é só. Não frivolidade, não sem embasamento, feliz apenas em ser o que acho que deveria sem agredir ninguém, sem imolar ninguém, sem amolar ninguém, escutando Milton Nascimento. Gostando do que reafirma, cansado de estar errado; Sem mágoas e sem querer causá-las, sem lágrimas que não sejam pela beleza, sem raivas que não as santas, sem maiores esperanças que encontrar Jesus, sem menores também. Estou (espero que sempre assim o seja) na boa, na paz, no poema, no embalo, no sono, na chuva.

sábado, 1 de novembro de 2014

LUCIANA GENRO



Perguntado sobre qual defeito ela tinha, Luciana Genro soltou essa: a sinceridade. Perguntada sobre sua qualidade ela diz: sinceridade.
Cito o bom e velho Nelson, segundo ele ou o sujeito confessa um mazela humana (e é o que mais temos) ou  não confessou nada.
Tem uma frase de Shakespeare da qual ninguém foge, ninguém! quando ele manda Ofélia pro convento e ela atônita não compreende, o Hamlet detona: Eu me considero mais ou menos honesto mas sou capaz de tais coisas que seria melhor que minha mãe não me tivesse dado à luz; sou ambicioso, egoísta, tenho mais pecados na cabeça que imaginação para dar-lhes forma e tempo para executá-lo; vai para o convento! para que gerar seres pecadores?

Todo mundo se perde nisso. Essa frase de Shakespeare poe-nos a nu. Todo ser humano é um lixo que tenta se domar. Não existe santos. Não quero me ter como parâmetro, mas quem poderia se-lo?

Olhemos a nossa lama e peçamos perdão. É o que resta.

Luciana Genro diz, entre outros estultices, diz que ninguém entende Marx, que ele era uma flor, um lírio mal interpretado. A má compreensão desse rapaz deixou um lastro de 100 milhões de mortos. Ai Luciana se supera, e isso não é fácil. Ela diz que o capitalismo matou também. Nessa conta ele colocam acidentes de carros,  guerras, e tudo que eles acham que foi causado pelo capitalismo. Numa guerra se mata e se morre porque as partes estão de lados opostos, não é mesmo? se há guerras de capitalistas, e há, é contra quem não professa o mesmo credo. Na guerra se matam inimigos. E não me venham com esse papo de pacifismo bocó, tipo Roberto Carlos, há   casos em que a guerra é  a única saída. O socialismo matou os seus, sua população civil. Quanto aos acidentes de carro é risível; os carros não são feitos para matar, como as árvores não foram feitas para criar arco e flecha que também matam;

Luciana Genro acha que o defeito dela é ser sincera, eu acho que é ser idiota mesmo.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

INCOMPLETAS INEXATAS





É mais fácil que algum honrado petista.
É mais crível que a inexistência de Deus.
Mais complexo que podem as teorias físicas.
Menos inútil que tudo que morreu.
É tão frio que me daria, 
se tantas não fossem as cobertas que disponho.
Tão medonho que não causasse medo.
Um colosso que fosse uma maquete.
Tão horrendo que dores me afligissem.
Mas que dores como as de sentida em sonho.
Tão sem sonho que a própria realidade, 
de real o sonho refletisse.
Me faz rir, ruim, mal e mesquinho.
Me arruína por generosidade.
Se ao dar o tanto que pudesse, 
me sobrasse o mais que eu precisasse.
É se eu cresse o tanto que é preciso para ver o que deslumbrasse,
e de noite a dúvida e o medo, me faltasse quando eu precisasse.

É saber que nada nunca volta.
Não querer que nada mais voltasse.
Aceitar o que é inevitável,
não mudar o que eu pudesse.
Não mudar não por birra, não por ócio ou asco.
Mas por ser as coisas como são: incompletas, inexatas.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

PARABÉNS!





Não sendo como era, é do mesmo tamanho só que com outra forma. Não sendo como era, é, será sempre, sem coisa-objeto com o qual se possa mensurar ou pesar. Sendo o que é, nunca deixará de ser, como nada foge a sua essência, forma ou natureza. Sendo o que é, não se expande nem se apequena. Se eu disseste que te amo mais que ontem mentiria e rebaixaria o amor que sempre te tive. Se eu acenasse com maior amor, mentiria e rebaixaria o tanto que te amo hoje. Não te amo nem mais nem menos que ontem; nem mais nem menos que um pode um pai; nem mais nem menos que pode o amor. 

Parabéns pelos treze anos! 
Muita luz, fé e crescimento em todos os sentidos.
Cristo te guardará. Com tal guarda nada te faltará.
Cristo te guardará. Com tal guarda nada te sobrará. 
Que não te falte nada, menos ainda fé em Cristo -tendo isso, tudo terás.
Que não te sobre nada, pois o que sobra é imprestável e faz falta a alguém ou algo. 

Seja feliz! 

Parabéns!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

SÓ FATOS






Os puritanos (5%) e os baba-ovos e apaniguados do pt (95%) se fizeram revoltados com o nível do debate de ontem. Para começar achei-o muito calma e comedido, sobretudo pela parte de Aécio Neves. Como se discute com alguém que mente o tempo todo com uma desfaçatez inacreditável? Acusando o adversário de mentiroso e pronto, e ponto! foi isso que Aécio fez; Diante da cascata de mentiras que Dilma fala com a naturalidade dos cínicos e dos canalhas, só resta denunciar que ela mente. Mente e apanha. Chega a ser cômico o que ela diz escrito pelo João Santana (por ela mesma seria impossível concluir ou aventar ou inferir, nada, rigorosamente nada!
-FHC quebrou o Brasil três vezes!
-Nós criamos o bolsa família!
-Nós controlamos a inflação!
-Nós apuramos corrupção, o PSDB, não.
Para ficar nesses e não me encher mais com essas criaturas, rebaterei uma por uma. Aos fatos:

Se ela chama "quebrar" um país o fato de o mesmo ir ao FMI, e creio que é isso que se refere, embora deva dizer que países não quebram, dão calotes,  tem problemas mas é impossível quebrar. Pela razão de que pode mudar as leis e emitir moeda; FHC foi ao FMI quando era ministro da fazenda de Itamar; foi negociar com o fundo para que o Brasil voltasse a pagar os juros da dívida e com isso voltar a ter crédito e respeito internacional. Então a primeira vez que FHC foi ao fundo, foi como ministro e negociar dívidas não pagas desde o governo Sarney, que Lula chamou de ladrão e hoje o exalta. A segunda vez foi ao FMI junto com... Lula, que se comprometeu a continuar a política de FHC. Foram duas vezes: uma não era nem presidente e foi negociar dívidas do governo Sarney, que decretou moratória fazendo com que o país perdesse o crédito internacional e a confiança dos mercados. A outra foi devido a eleição de Lula e para tentar acalmar o fundo que temia um novo calote. Mas ainda que fosse dez vezes ao FMI tomar dinheiro emprestado não significa que o país estaria quebrado; países europeus recorrem ao fundo sem problema algum. A dívida interna disparou no governo Lula/Dilma para mais de 2 trilhões (tri mesmo) e a externa (aquela que foi paga) já esta em quase 400 bilhões. Quem vai entregar um país quebrado é Dilma.

O PSDB não engavetava nada porque não tinha esse poder, nunca teve. Esse tipo de coisa só pode ser feita em ditaduras militares. Bem como a presidente não pode "investigar" como ela diz, o judiciário, isso seria interferir em um poder e isso em uma democracia é impossível. Mas na hipótese (falsa) de FHC "varrer o lixo para debaixo do tapete", e ela afirma categoricamente que isso foi feito, porque não foi reaberto os processos no período de doze anos em que o pt ficou na presidência? segundo Aécio, por dois motivos: prevaricação ou não havia fundamentos legais para acusar nada nem ninguém. Se o pt tivesse visto algo errado nos tais crimes ele teria se calado?

O controle da inflação se faz cômico, ridículo, absurdo, retardado, demente e o que mais se queira adjetivar com o que seja sinônimo de palhaçada. Mas vou colocar um vídeo interessante aqui:





                                                                                                                                                                                                 Quem fez o plano?





O bolsa família foi a unificação do vale gás, vale saúde, bem como de outros programas de governo FHC.

ISSO É FATO,  O RESTO É MENTIRA, AÉCIO BEM O DISSE.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014




Um velho ateu cantado por ela (e não por ser ateu, mas por poeta) me faz chorar e nada pode me dizer tanto quanto o que não tenho palavras, ao que só sei expressar por lágrimas; e as respeito, como o poeta que devota igual respeito por sua risada.
Há mais poesia onde essa se vale e se basta por si mesmo, onde só existe como um resistir, rosa no deserto, música calma em meio a tiroteio.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

segunda-feira, 13 de outubro de 2014



Há que se ter cuidado e atenção com tudo e com a vida. Sobretudo com o que fica. O que fico não são as coisas que muito nos tocam ou apavoram; as que muito doem ou que nos muito alegram. O que fica é o que o tempo não leva; sendo poucas essas, há de se guardá-las, há de se retê-las, são o  que nos restarão e o que valeram a pena ter tido e vivido
.

SOBRE O QUE NÃO VOU CONTAR




Sempre que acordo acordo leio a  veja (no site) tenho raiva do pt, ódio de Lula e um certo mau humor. Sou avesso a escrever e ver coisas sentimentais ou as lê-las. Acordei cedo, desci e minha mãe ia para feira com minha irmã, fazia café e aproveitei para tomá-lo com tapiocas. Ainda que eu fosse um ídolo de rock americano isso seria desimportante até para os fãs dos ídolos de rock americano. Como não sou, continua sendo desimportante. O que escrevo é para mim dizer sobre o que me vem à cabeça ou dá na telha ou para não explodir, como as vezes faço. Vez em quando rivotril, vez ou outra rezo, quando meu compadre vem: puteiro, e descanso como quem nunca pecou e nem tenho medo lembrado de meu pai. Fazia anos que ele não vinha a minha casa e saímos juntos e sós, solteiros e em paz e alegria de celebração. Celebrar uma amizade. E bebemos e farramos, vimos o dia raiar. O que fizemos foi de conta nossa. Nem haveria o que explicar nem se lamentar. Respeitamos a todos, fizemos amizades e sorrimos muito. Meu amigo é louco e não cuida da saúde, se continuar comendo o que como e bebendo o que bebe, estará morto em pouco tempo. Eu não tenho saúde, só bebo em casos em que ele venha a caruaru (isso demorou uns 10 anos) mas tenho parkinson há quinze anos e não me iludo: a coisa uma hora vai acabar.

Vemos nossos filhos juntos e brincando, olhando meu compadre e o passado de farras homéricas que fizemos, veio-me a alegria de aceitar a passagem do tempo, de me preparar para o que seja. Como  diria Caetano "ter coragem de saber-me imortal".

Não existe lugares certos ou errados, tampouco pessoas certas e erradas. Só uma coisa me interessa agora: respeito. Respeitar aos outros e a mim. Onde estiver ou sair seja com respeito.



Tudo é estar pronto. Tudo é não ter medo. Essa é minha verdade. Foi descoberta por mim.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

ARCANO XXXI: DOS INCÊNDIOS & INCENDIÁRIOS





MARCELO NOVAES


Alguém dirá que o Poeta
acendeu a fogueira noturna
para a solidão dos mendigos.


A este que o terá dito, fica a
condenação de todos os poetas
de fato, pelo sacrilégio contra
Acendedores de Fogueiras.


Quem acende o fogo, transcende
Palavras & Melismas. Melindrem-se
os sacrílegos com tão óbvia
veemência.


O poeta não rasgou o Véu de Maya:
sequer transcendeu o Calendário.
Alguns tentaram. Acenderam
Lampiões, no máximo.


Ao poeta, ou a todos, não deve
ser concedido fervor ou fascínio:
heresia contra aqueles que o
mereceriam. E estes sempre
dispensam infantilidades.


Concedam-nas, pois, aos
cantores de rock, blues &
pop: a todos os ávidos por
fã-clubes.


Aos anjos e santos não se cantam
louvores. Não lhes compraz tal ato,
ainda que se lhes cantem e cantem e
cantem, como se crianças fossem.


Já me parece muito que
não lhes sobrepuje o Cansaço,
diante dessa multidão de vozes.


Se se quer acender Fogueira aos
Mendigos da noite, ateie-se Fogo
aos altares onde figuram poetas,
indevidamente.


E ponto.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

SANTOS E POETAS



Poucas coisas são tão dolorosamente pungentes quanto duas crônicas de Nelson Rodrigues, esse tarado anjo, esse safado sagrado. Uma delas fala de um homem que salvou seu filho, que por ele e por isso, será sempre lembrado; a outra de sua filha, cega de nascença, amada como pode o amor de um pai, como pode o amor de um pai por um filho cego: amor compassivo em ser amor, cortante, dilacerado.
Homens são só isso, São menores, são medrosos e sem verdades. O que os elevam são suas dores, seus engolir choros amargos. 

Me lembre de uma crônica de Rubem Braga na hora de minha morte. Queria isso de última lembrança. Morrer amando o que amei a vida toda. Morrer com calma é o que faz minha angústia, meu desespero agora. Quero que no fim das minhas horas eu seja não saudade nem tristeza. Quero morrer poeta. Quero morrer menino. Quero morrer sem certezas. Quero morrer sem esperar nada. Em paz comigo e sem vigarices de outra vida depois dessa. Se tiver (creio que há) que não seja essa minha meta. Que não busque eu recompensas. Não quero o fim que todos buscam e de que falam nas igrejas. Nada de outra vida sem poesia, com coros de anjos dia e noite, com fanatismos sem razão. 

Se houver outra vida, se outro nível de consciência em que não me concebo estar, deixe-me morto. Prefiro-me morto a estar vivo sem pensar.

Prefiro-me pecador e poeta à santo sem sentir. Quem não sente não é santo, os santos sentem até demais. Santos são poetas e poetas não são santos. Santos são nasceram santos. Santos são poetas. Poetas não chegam a ser santos sem ser perseguidos por satanás. Não existe santidade sem o inferno por trás. Não é que os infernos façam santos, mas o forjam. 

Entenda que não escrevo para lhe desagradar. Reconheço seu carinho, reconheço tudo o que fez por mim. Só tenho a lhe agradecer. Mas sou eu, nem mais nem menos, e é isso que sempre vou ser.

domingo, 5 de outubro de 2014

FHC





Poucas vezes o refrão de estarmos em uma encruzilhada terá sido tão verdadeiro. Neste domingo os eleitores carregam para a votação o peso de uma responsabilidade histórica. E o mais grave é que, dadas as condições do debate eleitoral e as formas prevalecentes de manipulação da opinião pública, boa parte do eleitorado nem atina qual seja a bifurcação diante da qual o país está.

Em uma das mais mistificadoras campanhas dos últimos tempos, a máquina publicitária e corruptora do PT e aliados espalhou boatos de que Aécio acabaria com os programas sociais (em grande parte criados pelo próprio PSDB!) e Marina seria a expressão dos interesses dos banqueiros, tendo nas mãos, com a independência do Banco Central, a bomba atômica para devastar os interesses populares. Por mais ridículas, falsas e primárias que sejam as imagens criadas (também eram simplificadoras as imagens do regime nazista ou do estalinista para definir os “inimigos”), elas fizeram estragos no campo opositor.

A guerra de acusações descabidas escondeu o tempo todo o que a candidata à reeleição deixou claro nos últimos dias: suas distorções ideológicas. Fugindo aos scripts dos marqueteiros, que a pintam como uma risonha e bonachona mãe de família, e do PAC, a presidenta vem reafirmando arrogantemente que tudo que fez foi certo; se algo deu errado foi, como diria Brizola, por conta das “perdas internacionais”. Mais ainda, disse com convicção espantosa ser melhor dialogar com os degoladores de cabeças inocentes do que fazer-lhes a guerra, coisa que só os “bárbaros” ocidentais pensam ser necessária.

E o que é isso: socialismo? populismo? Não: capitalismo de estado, sob controle de um partido (ou do chefe do Estado). Um governo regulamentador, soberbo diante da sociedade, descrente do papel da opinião pública (“não é função da imprensa investigar”, outra pérola dita recentemente por Dilma), com apetite para cooptar o que seja necessário, desde empresários “campeões nacionais” até partidos sedentos de um lugar no coração do governo. Algo parecido com o que o lema do velho PRI mexicano expressava: fora do orçamento, não há salvação; nem para as empresas, nem para os partidos, nem para os sindicatos, para ninguém. Crony capitalism, dizem os americanos. Capitalismo para a companheirada, diríamos nós.

E sempre com certo ar de grandeza, herdado do antecessor: nunca antes como agora. Para provar os acertos, vale tudo: fazer citações sem respeito ao contexto, escamotear as contas públicas ou até mesmo, para se justificar, dizer que “nunca ninguém puniu tanto os corruptos como este governo!”. Como se as instituições de estado (Polícia Federal, Ministério Público, Tribunais etc.) fossem mera extensão dos governantes.

Criou-se um clima de ilusão e embuste usando-se uma retórica baseada no exagero e na propaganda. Será isso democracia? Estamos, pouco a pouco, apesar de mantidas as formas democráticas, afastando-nos de seu real significado. Como em alguns outros países da América Latina. Com jeitinho brasileiro, mas com iguais consequências perversas. O modo de governar(democraticamente ou não) é tão importante para mostrar as diferenças entre os partidos quanto as divergências de orientação nas políticas econômicas ou sociais.

Por mais que a propaganda petista mistifique, as políticas sociais têm o rumo definido desde a Constituição de 1988. Executadas com maior ou menor perícia por parte de quem governa, com maior ou menor disponibilidade de recursos, o caminho dessas políticas está traçado: mais e melhor educação, mais e melhor saúde, mais e melhor amparo a quem necessita (bolsas, aposentadorias etc.). Já a política econômica perdeu o rumo e destrói pouco a pouco as bases institucionais que permitiram consolidar a estabilidade e favorecer o crescimento da economia.

No conjunto de sua obra, o governo atual rompeu o equilíbrio alcançado entre estado, mercado e sociedade é dá passos na direção de um modelo à la Geisel. Tal modelo é incompatível com a democracia e com a economia moderna. Não poderão sobreviver os três ao mesmo tempo.

É este o fantasma que nos ronda. Reeleita a candidata, a assombração vira ameaça real. Ameaça à economia e ao regime político, pelo menos quanto ao modo de entender o que seja democracia. Não é preciso que nos ensinem que democracia requer inclusão social e alargamento da participação política. Esta foi a luta de meu governo, desde o primeiro dia, em condições muito mais adversas. É este governo que necessita aprender que a inclusão e a participação verdadeiramente democráticas requerem defesa vigilante das liberdades fundamentais (especialmente de imprensa), autonomia da sociedade civil, separação entre partido, governo e Estado. Como o governo mostra dificuldade em aprender, só há um caminho: votar na oposição.

Mas em qual oposição? Com o devido respeito às demais forças oposicionistas, que deverão estar juntas conosco no segundo turno, há um candidato e um partido que já demonstraram na prática que obedecem aos valores da democracia, da inclusão social e da modernização do país. Já mostraram também que sabem governar. O PSDB e seus aliados lançaram as bases sociais e econômicas do Brasil contemporâneo. Aécio é a expressão deste Brasil. Governando Minas, fez seu estado avançar (o estado tem hoje o melhor IDEB do país no ensino fundamental) e marcou sua administração por inovações na forma de estabelecer e cobrar resultados. Não foi o único governador a se destacar no período recente, mas esteve sempre entre os melhores. Meu voto, portanto, será dado a Aécio, não só por ele, mas pelo que ele representa, como uma saída para a encruzilhada em que nos encontramos.

Urzes



Marcelo Novaes


Serás Tu, Poeta, Alguém atrás
do Verso Extremo e, por tal labor
[e tanto], agora [já] extenuado?


Tenho sondado notícias tuas,
há doze vinhos.  E Tu insistes no
Extremo, ainda que a Musa te
sopre: “Impossível!”


É o Corvo de Poe no teu ombro.


E insistes, no entanto. Insistes no
Extremo.


Eu, de minha parte, tenho
experimentado o que chamo de
“declínio artístico”. Por ser
de baixa estirpe, minguante,
com a sensibilidade das
urzes.


Por, talvez, menos ligado ao
ritmo dos dias e do corpo, dos
ônibus e dos trens.


Ritmos que Tu, Poeta, conheces
Bem. Como as flautas anteriores às
noites e manhãs.


Ainda que não voe o Corvo
de Allan Poe. Ainda que a
Musa insista em seu
Refrão.


Tu, porém, não Desistes.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Ai vem o ptzinho e seus canalhas e miquinhos dizerem: FHC deixou o país com 12% de inflação e Lula deixou com 6%! Esse é o jogo do pt (sempre em minúscula) comparar sem critérios coisas diferentes no tempo com parâmetros nenhum ou com parâmetros petistas (o que é pior). Se é pra comparar inflação por quem pegou de quem e quanto deixou para quem, FHC humilha ainda mais. FHC acabou com a inflação, colocou o país nos trilhos, recuperou o crédito e o respeito internacionais, modernizou a economia, saneou o sistema bancário, criou a lei de responsabilidade fiscal, fez o Brasil que Lula se gabou de ter feito. Não é reconhecido pelos idiotas, o que é mais uma qualidade dele.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

SALMO 40






Salmo 40:


"Quanto a ti, Javé, não negues tua compaixão por mim; teu amor e tua verdade sempre irão me proteger.
13.Porque me rodeiam desgraças a não mais contar; minhas culpas me atingem, e não posso fugir; são mais que os cabelos da minha cabeça, e o meu coração me abandona.
14.Javé, vem libertar-me, por favor! Javé, vem depressa me socorrer!
15.Fiquem envergonhados e confundidos aqueles que buscam perder a minha vida! Recuem e fiquem envergonhados aqueles que tramam a minha desgraça!
16.Fiquem mudos de vergonha aqueles que se riem de mim!
17.Exultem e alegrem-se contigo, todos aqueles que te buscam! Os que amam a tua salvação repitam sempre: "Javé é grande!"
18.Quanto a mim, sou pobre e indigente, mas o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e salvação. Meu Deus, não demores!"


Minhas experiências com relação a fé nunca foram transcendentais; se dependesse disso, seria ateu. Nunca senti vertigens, nem desfalecimentos, nem visões, nem chamados, nem profecias, sequer Jesus nunca falou-me nada. Creio que nunca isso se dará. Frequento lugares onde todo mundo afirma a cada instante:"- Jesus falou ao meu coração" ou: "-Jesus me diz nesse momento" ou, ainda: "- eu profetizo". Estou lendo um livro em que uma mulher diz que Jesus mandou-o-a pintar um quadro (o exposto no blog) e disse-lhe coisas bem difíceis de ingerir. 

Naldo é um cara bem falante e desprovido de bons modos no falar. Fala pelos cotovelos e conta piadas e nada na sua figura remete ao divino, pelo contrário. Consta que foi jogador de futebol meia boca, que jogava em um time meia boca, Naldo em nada lembra um sujeito que seja portador de uma verdade ou filosofia. Sua filosofia e verdade são repetidas e já sabidas, ouvidas em todas as missas, cultos, grupos de oração e comunidades quais sejam. As vezes discordo dele, outras procuro entender e outras ainda, entendo. Alguns na comunidade criada por ele o chamam "pai Naldo", como os filhos de santo chamam os babalorixás na macumba. 
A razão de escrever isto é uma: homenageá-lo. Quer saber quem é o Naldo? Não olhe a comunidade que criou, olhe a quem ela abriga: gente esquecida e idosa; viciados e até uns que não chegaram a tanto, mas se lá chegaram, chegaram aos prantos.
Quer saber quem é Naldo, além de ex raparigueiro, ex-jogador e ex-beberrão, vá comprar lanche quando não há ninguém comprando e observe com que tom de voz os que moram na comunidade se referem a ele. Mas quem quer saber quem é Naldo, veja a mulher dele falando do cara: mas babando que falando, amando um com quem acorda há anos.

Na comunidade tem uma senhora gentil, uma voz que mais que canta, mais que discerne notas e as coloca com a voz no tempo certo aos instrumentos, mais que qualquer predicado como cantora (os tem, e os usa muito bem) tem paz na voz, carinho no olhar, bondade. Adilma Batista.

Na comunidade tem um rapaz e uma menina que me ouviram e tiveram paciência comigo e mais ainda, foram amorosos. 

A comunidade é um lugar lindo, que rejuvenesce a fé. Estive lá ontem. Deus abençoe a todos e os mantenha como são.

domingo, 7 de setembro de 2014

VOCÊ, EU E CABRAL.




Estávamos em Recife. Meu celular é vagabundo, meu relógio é meia boca. Ela tinha um relógio bom e uma bolsa talvez cara. Fomos à rua da aurora, sentamos no banco onde tem a estátua do poeta, eu do lado dele e pegado em sua mão; ela escutando eu citar (de maneira canhestra) alguns trechos do poeta. Ela não ligava pro poeta do qual eu falava, mas gostou de me ver babar e de como eu amo aquele rio, aquele poeta, e ilusão de tudo ser bonito. Fomos ao cinema que ia quando adolescente e que pensara não existir como cinema, apenas como prédio fantasma como quase todos os do centro de Recife. Mas havia filme em exibição. Um filme Frances que deve ser bom pelo que ela me contou, não por ser europeu. Entramos no cinema o filme já começado e eu "travado", de modo que ficamos na última fila porque a luz estava apagada e não é uma coisa recomendável se andar no escuro, com mal de parkinson, travado e com uma infinidade de poltronas à frente. Sendo cegueta e com fluência nem em português, tive que ler legendas brancas que se fossem verde-limão já seriam ruins de ver, brancas era quase impossíveis. Só as via quando o fundo era preto e nem assim com total nitidez. A acústica do cinema é o reflexo do que o cinema americano fez com a ideia do que seja cinema: um festival de explosões. Não falo de tiros, mas de uma simples "bolada" na cara de um menino parecer uma explosão nuclear.
Depois jantamos e dormimos, se é que se pode chamar de janta um sanduíche cheio de coisas para enfartar. Ela não queria enfartar, não comeu o sanduíche. Havia comido uma sopa antes que não era ruim de tudo. Me perguntou se eu gostava de sushis e coisas assim, mas mantive a calma, apenas lhe informei que não era veado pra gostar de comida oriental. Não sei se disse exatamente isso.
Foi um dia de sonho, adorei amiga. Adorei teu zelo comigo e tua severidade para com meus desatinos e carinho para o resto de mim que não fosse maluco. 
Do suco de acerola (que detesto e deixei todo) da cadeira que nos massageou, da outra cadeira que também não nos massageou e apesar de você disser que um sucuri comeria um tigre siberiano e me negar que eu fosse um, foi tudo perfeito, poético, juvenil e mágico. Como você viu sou um homem diferente, especial: jogo roupas no chão; acho que você dirige pessimamente, embora nunca tenha te visto dirigir; falo palavrão o tempo todo; nunca estou errado; enfim sou o tipo de homem raro. Mas me preocupei com seu frio e te aqueci com carinho. Vou ver se tem no youtube sucuris que batam em tigre siberianos. Sei que é improvável. Anacondas só existem no Brasil e tigres siberianos (que você nem sabia que eram siberianos, os chamou de albino) só devem existir na Sibéria.
Quando você viajar por vinte dias ou quantos forem, volte. Voltaremos a estátua, ao cinema, aos banhos frios. Agora você já sabe que sou doentinho, mas não bobinho. Viu minhas cicatrizes no peito (eu disse que eram lindas e você viu que eram) mas não arranque as baterias do meu peito. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014


O que me dá força é algo de dentro e é tão profundo que onde você ruiria, eu fomento. É algo que chega com um novo dia e as vezes nem isso. É força, querida; sabe o que isso?
Minha coragem você não tem. Nunca teria. Então não me venha com seus "ajustes". Fique longe. A quem recorro não é Maria, Maria apenas. Há outras mil igrejas e nelas Deus está em todas.



SOU UM CÃO DE RAÇA AMESTRADO QUE FAZ DE TUDO, MEU BEM, MAS QUE AS VEZES É MAU DOMADO E NÃO PERDOA NINGUÉM.

MEUS FANTASMAS



Quem me leva os meus fantasmas?  
Quem estanca essa sangria?
Quem pode o abraço de meu pai?
Quanto dura isso?
Alguém pediu tamanha dor ao  pior inimigo?
Tem noite quem não sangre?
Eu quero uma pausa, um calma, uma causa.
Que me acarinhem, não aguento mais chicotada!
preciso do riso de volta, de estrangular essa dor, ou esgaçar até faltar ar.
Quem me pode acusar? 
Com que razão o fazem?
Eu posso viver o oco e o mundo não me interessa, mas o abraço de meu pai...
É como se morrer toda hora, se descobrir a cada dia uma agonia. 
Viver sem os gritos dele é não viver como pessoa. É viver como bicho, por instinto, por estado.
Eu canto  o canto torpe e desesperado, dos que sentem a dor latente e doida, de quem vê o dia sem graça, que dormindo descansa.
E isso não tem tempo que resolva. Essa coisa comendo por dentro. O câncer da alma. O câncer do câncer. 
Um doer de muitos séculos dentro de uns poucos meses.
O medo de não poder discutir com ele, de nunca mais sermos pai e filho. Isso era tão natural, tão de graça...
Hoje custa, caro perdi por minha causa, por minha culpa.
E agora resta o chorar quase que sempre que houver algo que lembre um pai.

sábado, 30 de agosto de 2014

MARIA





O que eu queria era escrever, com beleza e alguma poesia.
Fazer-lhe um poema simples e lindo sem analogias.
Queria que ela se emocionasse sem ficar triste.
Que derrama-se uma lágrima mas no fim sorrisse.
Tocar-lhe a alma pelo sincero do que digo, não por bem dito, mas por amor a ela, amor bendito.

Queria que ela se sentisse bem e nada preocupada.
Se sentisse plena como mulher, por amada.
Se sentisse por si enamorada.
Ao ler não se achasse menor que o elogio, nem se ensoberbasse com ele. Achasse natural, posto que estrela não se acha estrela. Como o sol não se olha no espelho. É sol. Sabe ser lindo, sabe brilhar, sabe ser o que é.

Não posso dizer como quero, digo como posso: amiguinha amada, em ano em que perdi metade do meu coração, quase a vida e o riso fácil, Deus me manda um anjo pra sair da lama e outro pra me dar abraços. Manda Maria (a do terço) e Maria ( a do Carmo) manda dizer que a vida tem sempre uma saída mesmo sem porta ou sem espaço. Mesmo sem luz, mesmo no nada. 

Amiga, se não formos nada, seremos amigos e isso é tudo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

ELA










Bastaria o jeito não tão delicado, a voz mais gutural e menos melíflua, as unhas não pintadas de rosa e ela  não ser uma.  
Bastaria que não fosse bela e com um olhar de quem já viu a vida e desconfia das coisas e pessoas. Que ela não fosse tão singular e singelamente se chamasse Maria. Maria do Carmo, padroeira de Recife. Recife das pontes amadas, das ruas velhas e de uma madrugada de dores e álcool. Bastava ele me dizer de onde tirou o jeito e porquê é tão fácil pra ela fazer-se querida. Bastava eu não ser tão bobo. Mas há um diferença entre os que as coisas são e o que poderiam ser. "Entre a intenção e o gesto". 
Mas ela me encanta por o que tem e é só dela. Um calmo de ser, um jeito de espera. Um verão que fosse primavera, um adequar-se aos espaços como se fosse ela dona dele todo. Ocupar os limites como se estes fossem pouco. Sem forçar nada, sem simular. Sendo linda e ela. E ela.... ELA É O QUE HÁ!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

NEM MEIO-DIA


Mas então ele levantou, tomou café e se pois disposto a mais um dia. Sei nada do que pensou ou sonhou. Sei que tinha planos e talvez nem tenha pensado nisso. Sei que tinha olhos verdes e que tudo que ele tinha já não o tem nem terá.
Sei que viver é mais que perigoso porque só tem um jeito de ficar vivo e infinitos de morrer. Hoje foi seu último dia e nem chegou a sua metade. Se sabe do que foi feito ou dito, não mais que isso.
A morte é confusa e triste como querem fazer não crer os que dizem que não a temem.
Ela é uma coisa que não existe e pior que isso vive do inexistir. É absurda, irreal, abstrata, até o dia em que nos leva o chão, nos tira o ar, o poema, e o que nos parecia mais lógico, real e palpável: a vida.

A vida de cada dia deve ser celebrada. Não esperar grandes festas ou mudar a longo prazo. Sonhar uma felicidade futura e não vivê-la no presente, guardar beijos ou queijos, prorrogar, proclastinar. Tentar viver o depois, conjugar verbos no futuro e ao futuro atrelar o bom. O futuro pode se acabar numa manhã, antes do meio-dia, depois da meia-noite.



























domingo, 10 de agosto de 2014

MEU PRESENTE



Se posso pedir algo no dia dos pais nunca será presente, nunca será para mim. Sendo para você é ainda mais para mim que se para mim de fato fosse. Sendo um bem para você é como se para mim sentisse o que do bem o bem mais divino fosse.
Meu presente é teu riso, teu riso,  teu riso e mais nada. Minha paz é você estar bem.
Tudo perde o vigor, a graça, o amor, o enlevo. Tudo perde o gôsto, azeda ou apodrece. O amor que te devoto é eterno é só acaba, quando eu me acabar, quando de mim não houver mais nada. Como nisso não ponho fé, ponho fé em Jesus Cristo, há de sempre haver amor por ti, mas não mais, mas não menos, seja nessa ou outra vida, seja nesse ou em outro tempo.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

TEM SANTOS NESTE LUGAR









Não é pelos templos, os palácios, nem pela capela sistina. É pelo sangue dos mártires.

Não é pela pompa, poder ou cerimonial. Mas pela eucaristia.

Não por quando a igreja se perdeu na idade média. Mas por quantos almas ela salvou antes e depois disso.

Não é por ter dois mil anos. É por ter dois mil anos!

Não é pelos casos de pedofilía. É Pio de Petralcina, padre Fábio de Melo.

Não é pelo que errou, erra e errara ainda, mas pelas santas casas, hospitais, universidades.

Não é por ter feito conchavos, servido à interesses. É pelos santos.

Não é por posições antiquadas, nem proibições, nem encíclicas papais. É pelo amor de Maria, pelo nome de Jesus, poderoso e fundador, que sobre Pedro ergueu sua igreja, que  a ela abençoou.

Toda a luta para compilar a bíblia. Sua tradição de homens gigantes. Quando errou foi por dirigida por homens. Homens são factíveis de errar. Em todas igreja tem erros, mas só uma é basilar. Uma fundou o bem no mundo. As que vieram contra a santa igreja se conhece o fundador, ou dono. A católica tem um só fundador. Magnânimo, soberano.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Em uma guerra só deve haver uma torcida: a de que termine. Em uma guerra ninguém tem razão. Ficar tomando posição contra ou a favor de palestinos ou israelenses, serve para alimentar a estupidez tanto de um colunista da veja (que eu amo) quanto da presidente-retardada do Brasil. Não há lado possível em uma guerra. Isso não é bom-mocismo nem ingenuidade, é a única posição possível para quem não esta morto ou padecendo sono de morto (João Cabral) ou ganhando com a guerra, seja de que modo for.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

SANTO AGOSTINHO

Súplica




Quem me dera descansar em ti! Quem me dera que viesses a meu coração e que o
embriagasses, para que eu me esqueça de minhas maldades e me abrace contigo, meu único
bem! Que és para mim? Tem piedade de mim, para que eu possa falar. E que sou eu para ti, para
que me ordenes amar-te e, se não o fizer, irar-te contra mim, ameaçando-me com terríveis
castigos? Acaso é pequeno o castigo de não te amar? Ai de mim! Dize-me por tuas misericórdias,
meu Senhor e meu Deus, que és para mim? Dize a minha alma: Eu sou a tua salvação. Que eu
ouça e siga essa voz e te alcance. Não queiras esconder-me teu rosto. Morra eu para que possa
vê-lo para não morrer eternamente.
 Estreita é a casa de minha alma para que venhas até ela: que seja por ti dilatada. Está em
ruínas; restaura-a. Há nela nódoas que ofendem o teu olhar: confesso-o, pois eu o sei; porém,
quem haverá de purificá-la? A quem clamarei senão a ti? Livra-me, Senhor, dos pecados ocultos,
e perdoa a teu servo os alheios! Creio, e por isso falo. Tu o sabes, Senhor. Acaso não confessei
diante de ti meus delitos contra mim, ó meu Deus? E não me perdoaste a impiedade de meu
coração? Não quero contender em juízos contigo, que és a verdade, e não quero enganar-me a
mim mesmo, para que não se engane a si mesma minha iniqüidade. Não quero contender em
juízos contigo, porque, se dás atenção às iniqüidades, Senhor, quem, Senhor, subsistirá?

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A MISERICÓRDIA ACIMA DA JUSTIÇA





Para minha visão de mundo o topo seria a justiça e Deus seria o mais justo dos justos. Eu estava certo, mas isso não diz nada sobre o que e sobre quem não se pode medir por nada, é único, e portanto sem referência. Ontem, lendo o diário de santa Faustina, me veio uma verdade que para uns pode ser imediata, para mim foi uma revelação.
Jesus é o julgador justo e perfeito?
Sem duvida!
Mais que isso ele não poderia ser, achava eu. Vejamos o que diz o mestre a santa Faustina:

“Meu Coração está repleto de grande misericórdia para com as almas, e especialmente para com os pobres pecadores. Oxalá possam compreender que Eu sou para eles o melhor Pai, que por eles jorrou do Meu Coração o Sangue e a Água como de uma fonte transbordante de misericórdia. Para eles resido no Sacrário e como Rei de Misericórdia desejo conceder graças às almas (...) Oh! como é grande a indiferença das almas para com tanta bondade, para com tantas provas de amor. (...) para tudo têm tempo, apenas não têm tempo para vir buscar as Minhas graças” (Diário, 367)

Mais adiante:

Jesus disse à Santa Irmã Faustina:
"Às três horas da tarde implora à Minha Misericórdia, especialmente pelos
pecadores, e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão,
especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é
a hora de grande Misericórdia para o mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha
tristeza mortal. Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir em nome da Minha
Paixão."

Ele é mais que o julgador justo e perfeito. Ele é mais que tudo. Julgador justo e perfeito ele é para quem o nega até a hora da morte. Para quem o aceita como verdade última das coisas em qualquer momento da vida, mesmo no leito de morte, ele deixa de ser justo juiz, é o Rei da misericórdia.
Jesus põe a misericórdia acima da justiça. Diz que só usará da justiça se não clamarem por sua misericórdia. A primeira pergunta a ser feita é: e quem sofreu com nossos erros? os assassinados, os injustiçados? Antes desse terço e de muito sofrimento e por saber que não há dor pior que a ausência de Jesus Cristo, eu não responderia. Agora respondo com convicção: aos injustiçados serão justiçados pelo mais honesto, justo e imparcial dos julgadores. Aos injustiçados aqui, na terra, haverá uma alegria sem tempo ou dor. Aos que fizeram o mau e pediram a misericórdia de Jesus, e  o fizeram com o coração em brasa, estarão com as suas vítimas e se abraçarão. Assassinos e suas vítimas; estupradas e estupradores; orfãos e quem os fez orfãos, terão a salvação, desde que reconheçam em Jesus a única verdade e fim de tudo, como o começo do eterno. Isso não é tão simples assim. É preciso anos  ou segundos antes de morrer para ser salvo, de minha parte as coisas são lentas. Procuro olhar tudo que fiz e aprender com aquilo. Não remoer como quer satanás, mas saber a diferença entre minha vontade e o que é certo. E o que é certo todo mundo sabe. Foge por um tempo, pela vida inteira, mas sabe onde está. Está aqui agora, está em todo lugar. E canta um canto com uma lágrima que faz bem, e gira no vento como um menino, e brinca com as estrelas pra se distrair de nossa maldade e refazer força em nós para adorá-lo.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

NEM BOMBEIRO, NEM LADRÃO, NEM VEADO.






Tem três coisas que eu não seria nem em outra vida: bombeiro, ladrão de banco, nem veado. Não tenho coragem para tanto. Falo sério. O cara que vai assaltar um banco é um ser corajoso como não posso ser. O veado é corajoso e tem uma firmeza de caráter de um... veado. Não falo da coragem (dos veados) na parte física e estética da coisa, não, falo da parte moral (e falo sério mesmo) o que os veados suportam de humilhações idiotas a vida toda é de se admirar. Se eu fosse uma bicha, seria enrustida. Mas os mais corajosos são os bombeiros. Conheci uma pessoa que é bombeiro (a) e disse a ela o que escrevi acima. Ela deve achar que sou retardado. Normal, as vezes eu também acho. Mas voltando aos bombeiros... eles despertaram em mim um lado perigoso, nefasto de minha personalidade, o momento em que me torno um perigo de ordem gigantesca: quando viro filósofo. Bom, mas aqui é Brasil, e vale tudo. Ratinho, Faustão, Lula, dão palpites porque não eu?
São ricos, poderosos e você (eu no caso) é o que?
Peço respeito!
Sou o vate, a bardo cor de abacate! condecorado em poema do poeta dos poetas, nos "olhos que olham a nuca." não sei se o título era esse, mas o poema é do Marcelo Novaes, que, reza a lenda, e deixa de ser lenda quando se reza, bebe e copula, uniu católicos e protestantes e previu a cura do parkinson, em um recitativo, esteve no enterro e viu os olhos de quem carrega caixão paterno, depois casou-se com um mulher verde. Quem há de me negar o título?
Mas voltemos ao filósofo que habita em mim e como quando Laertes segura Hamlet, diz: "me solte que sou bonzinho na aparência mas te furo o bucho com peixeira cabralina" *
Pensei na injustiça do mundo, em Neymar (adoro ele) e no valor das coisas. Alguém já viu um bombeiro ser chamado para um aniversário? se chama um bombeiro é porque a bronca é grande. Salvam vidas, alguns com as suas próprias. Para tanto recebem por mês o que Neymar recebe em 20 minutos dormindo. Nada contra o salário alto de Neymar. Ele gera grana e não dá prejuízo a ninguém. Governos incompetentes é que fodem tudo.
Tenho medo de altura, não me agrada ser perseguido pela polícia e veado não dá... ou não dou.

* A citação de Hamlet fica por minha conta, mas tenho quase certeza que é esta: "apartai, sou manso e fujo de brigas mas há algo em mim que não deveis provocar".

quinta-feira, 17 de julho de 2014

PARABÉNS, ANJO PATETA E AMADO





Caetano está para mim como uma pessoa íntima, como uma pessoa amada. Tenho uma admiração por esse rapaz septuagenário que não é de ontem mas é forte como se fosse. Dos homens que conheço (todos) ele só é  menos amado que meu pai, filho, sobrinho. Não se trata de idolatrar um homem, ver-lhe acima dos outros e sempre certo. Trata-se de amor mesmo, de amá-lo como se ama a quem se observa os defeitos mas releva-os, pelo amor. Através do olho dele li João Cabral, e isso foi grande. Como é grande o meu amor por ele. Caetano é o que há. Uma serpente do bem, um anjo malvado. Sinto o peso do tempo sobre ele como sobre em mim. Mas posso pedir que ele cante e ore ao tempo. É sem amparo e tosco como o amor que posso ter por humanos. É bonito como todo amor, como tudo que existe por si, por nada, por coisas que não podemos explicar, reter, mensurar.

O baiano envelhece e sua música não. Ele envelhece inquilino de meu coração. Quem há de negar o valor de suas canções? Mas passa o tempo, envelhece o homem. Passa o tempo, reacende o sonho. Vai o tempo, cinzenta fica a fronte do poeta. Mas ele olha a barriga da mulher grávida, sabe que maior que o poeta e o ideal que lhe permeia: a poesia. O dorso cansado, dobrado, exaurido, é onde ele buscará o que dá leveza a sua vida. A vida é menos vida porque do fim se aproxima? claro que não! a vida é vida até o seu fim, quando deixa tuas narinas. A vida é criação, criação é sempre vida. Morte não é contrário de vida, morte é vida que não é vivida. Morte é a vizinha fofoqueira, é a trama do mal da vida. É o deixar de viver estando vivo ainda. É ir à igreja sem fé. É fé que nunca duvida. Sem dúvida não se tem fé. É só certeza fingida.

Parabéns ao que fomenta sóis, ao que inventa o cantar de sempre como se novo sempre tenha sido. Ao que continua ingênuo e puro ainda. Ingênuo não por tolo, não por não saber o mal. Por saber o bem e sua inutilidade e preferi-lo. Parabéns! Parabéns! Que o Deus em que não acreditas mas segues e apontas, te ilumine sempre. Deus te proteja de teus erros e de todo o resto. És como eu, erras tanto quanto tens tempo. És um anjo caído, não dos céus apartado. Um anjo doce e pateta, mortal, sem asas, amado.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar. Qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor valerá.  


                                                                              Caetano Veloso

terça-feira, 8 de julho de 2014

UM AMOR QUE NÃO PODE SER DESCRITO





Eu vejo a abismo à minha frente e não vou parar. Desde de ontem que penso em um texto idiota sobre minhas idiotices. Objetariam meus leitores seu eu isso tivesse: -Não são todos assim?
De fato são. Mas dentre todos ainda se destaca porque entra no seara das minhas brincadeiras com luizinho. Minhas brincadeiras com pitocudo são de uma idiotice sem paralelo na história universal dos pais e filhos. Meu nível mental cai mais do que o razoável quando brinco com ele.
Primeiro um dicionário etimológico pelos nomes dos quais o chamo e me chamo (não colocarei todos porque são uma variação da mesma coisa e todos os nomes vieram de uma mesma palavra)

DICIONÁRIO

Tibshieeeeeeeeeeeeeeee-  soco imaginário dado com a boca que gerou todas as palavras desse dicionário.

Bakugan- desenho japonês idiota que eu uni com o tibshieeeeeeeeeeeee e criei a formidável palavra a seguir.

Bakunblisheeeeeeeeeeeeeeeeee- já descrita acima.

Bakunblisheeeeeeeeeeeeeeeeee gun- da ordem inferior dos blisheeeeeeeeeeeeees- ele, luizinho.

Bakunblishieeeeeeeeeeeeeeeee gan gan nan- Da ordem superior do blisheeeeeeeeeeeeeees-Eu.


Mas isso não é o fundo do poço.

Essa semana fiz mais uma música para ele (luizinho) assustadoramente idiota mesmo para o nível das músicas que faço para ele. Não sei se isso é possível. A melodia eu tirei de uma música do terço, A letra é de minha autoria ( de quem mais seria?) modéstia à parte, só eu tenho coragem e cara de pau para conceber e assumir a conceição de tal bebê.
Lá vai:
Xalalalalalau, balakunblisheeeeeeeeeeeee, bacalhau...

A música não é grande nem linda, mas isso não poderia ser se fosse pra comparar com o amor que tenho pelo Blisheeeeeeeeeeeeeeeee. Nem se fosse o Roberto. Para ser tão belo e infindo como o amor que lhe tenho não pode ser descrito e se pudesse não seria igual ao meu amor, nem mais bonito.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

NÃO SOMOS, MAS SEREMOS AINDA.





Se não chovesse, se não faltasse, se o que sobra o pouco compensasse.
Se tudo coubesse onde queria guardar. Se tudo vestisse e adornasse sem se  expor demais, nem sem se fazer notar ao ponto de indiferente. Se tudo pusesse um fim a sangria sem limitar-se. Se contendo algo se espalhasse. Se soberbo o simples se mostrasse. Se a lenda realidade se tornasse sendo lenda ainda ou uma outra verdade. Se o mundo se enchesse de carinhos com todos e todos beijassem a terra e como retribuição ela não mais chorasse. Se toda guerra em paz terminasse... Se a paz a cada dia se afirmasse... Se não de poemas não mais precisasse o mundo. Nem de remédios, nem de remediar nada. Se o mundo de manhã compreende-se que a tarde faz falta à manhã assim como a esta faz à tarde. Se pudesse o mundo viver o grande bem das puras amizades. Amizades que não se diriam ser puras porque puras seriam de verdade. Não haveria de se procurar verdades por não ser isso necessário. Teríamos ela em nós, como coração ou braço. Se o mal não fosse chamado pelos de sempre "pelo bem comum da humanidade". Se não fosse a generosidade uma coisa generosa, fosse natural por não poder ser de outra forma e dela ninguém se admirasse. Se o amor fosse o mote, e o viver as variações da rima, seria o que já éramos pra ser. Não somos, mas seremos ainda.

sábado, 5 de julho de 2014

NEYMAR E O VIOLENTO. OU, O QUE NÃO PODE SER BELO, PICHA A MONALISA.




Minha solidão é de orfanatos, de asilos, de viúvas. Não é de carentes. Sou exagerado mesmo. Quando Romário parou, O jackson morreu, achei que a vida(ou morte)  tinha se imposto demais e que essas seriam perdas irreparáveis para meu lado lúdico-bobão-babaca. Neymar está fora da copa e para mim ela perdeu a graça. Mas o bailarino eu perdi para a vida, o Neymar para um copa. Ele jogará outras e isso não me consola. Se ele fosse um lutador de UFC eu acharia normal. Faria parte do ofício. Como é plausível ao um poeta um mau poema, a um cantor, um desafinar, a um piadista, não ter graça, ou a vida ter um fim. Tudo é compreensível ao que esta determinado pelo possíveis caminhos. Mas Neymar não foi vítima do destino, do acaso. Neymar foi vítima do talento em excesso. Isso existe? no mundo onde vivemos existe tudo. Lula e um homem de elite que vive a falar mal dos .... De elite! ou dazelite. Neymar foi vítima dos mesmos idiotas que hoje lamentam sua fratura. Sim, é preciso um certo ódio na vida. Odiar é Cristão. Odiar é preciso. Quem ama o bem, odeia o mal. Quem vê no mal algo que não seja odioso tende a tê-lo com uma descaminho do bem. Nada disso! Odeio o Lula sim! Odeio o que ele representa e não livro a cara dos que o seguem com a estúpida observação dos que amenizam a ignorância. Cristo quando foi maltratado, levado ao extremo de dor física, psicológica, intercede por nós pedindo perdão ao pai, pois eles não sabia o que faziam. Perdão, essa é a palavra. Ele pede que o pai nos perdoe pela infâmia imposta a ele. Perdão não se dá ao ignorante. Perdão se dá a quem pede e se reconhece errado. A esses animais que criticam Neymar pelo excesso de talentos e fintas e apontam outros que não fazem o que ele faz, digo que ele faz por ser ele. Fui claro? não? Messi não dá cinquenta chapéus e canetas, é objetivo mais que Neymar, porque não sabe nem tem categoria para tal. Não digo que seja ruim, é um craque, sem dúvida, mas acusam Neymar por fazerem coisas que só ele pode fazer, e faz. Neymar foi vítima da violência dos medíocres. Quando isso se dá apenas na política, na filosofia, no pensamento em geral, é tolerável. Quando os imbecis tomam a peito a coragem de agredir, cadeia neles. O que se espera da FIFA é que puna esse animal como se deve punir animais que não aprenderam que existem homens com talentos que não podemos conter. Ao filho da puta que o tirou da copa de forma desonesta, infame, fica o recado: ao Cristo peça perdão, ele lho dará. Mas caberá a fifa bani-lo de pelo menos uma copa, para que sintas a dor de ser apartado de um sonho que é muito maior ainda sendo um Neymar. Porque Neyshow não vai poder se apresentar por causa de um animal que não sabe admirar.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

SERVENTIAS

Pra que serve o amor? pra se perder a razão.
Para que serve a verdade? pra delimitar caminhos.
Para que serve o sereno? pro poeta e resfriados.
Para que serve o cuidado? pra tão cedo não perder.
Para que serve o pecado? para Deus dá perdão.
Para que serve o vazio? pra se mensurar espaços.
Entre pais e filhos, laços? servem para não perder o prumo.
Para que servem os preceitos? para lógica concluir.
Para que serve o faquir? pra testar os seus limites.
Para que servem as grifes? para se pavonear.
Para que serve o altar? pra casar e se ajoelhar.
Para que serve o lugar? pra não estar em outro canto.
Para que serve o espanto? para você se assustar.
Para que serve a vida? pra cansar e descansar. Pra sorrir e pra chorar, para se ter um amigo. Pra se chorar for preciso, pra sorrir e admirar. Pra se ir no terço as quintas. para os meios por um fim e no fim ter um depois. Pra ler grande sertão: veredas. Pra escrever um poema, para ser chamado de vate. Pra ler Butoh escrito por quem  de vate te chamou. Metade do tempo já me passou, mas falta a outra metade. Para se estar sem saudade do tempo que passou, para ser feliz agora e não em tempo vindouro. pra seguir sereno por um caminho de luz. Serve pra saber que sábio é que quem deixou Jesus rasgar-lhe o coração.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Eu vivo como a quebrar e diminuir expectativas, afrouxar ou distender os nós. Causar aos que nem ligam, satisfações, e aos outros frustar. Eu tenho perdido os ventos bons e me orientado pelos maus. Isso não é tudo. Este é o aceno que tento dar.

sábado, 21 de junho de 2014

OS ESQUERDISTAS





O cara me manda um link de Maria Da Conceição tavares (essa gigante da economia mundial que previu o fracasso do plano real) e o link tava sabe onde? ora, pois pois, no blog de Paulo Henrique Amorim. Amorim é um gigante da isenção. Igual a ele só Luis Nassif. Curiosamente, por uma coincidência dos demônios, como diria Olavo, esses rapazes defendem o governo petista, metem o pau em FHC e recebem 30 pratas de patrocínio da caixa econômica federal. A VEJA, essa revista tendenciosa que não recebe verbas para elogiar, é parcial por isso. Paulo Henrique e Luis Nassif só podem ser citados como fonte por gente que acha normal que uma empresa estatal despeje 30 mil reais em um blog que só tem elogios a fazer ao governo. Quanto a Maria da Conceição Tavares, bom ela é tipo Marilena Chaui. Odeia a classe média, essa elite burguesa e branca de São Paulo, essa sociedade de consumo que oprime os trabalhadores, que fez com que nosso homens atuais sejam escravos do consumo imposto pela mídia, e blablablá.... Eu desejo toda saúde do mundo a ela, mas se ela adoecer não irá para o sus. Esquerdistas são idiotas quando querem e lhes convém (quase sempre) mas quando é séria a questão correm para o sírio libanês. Falam mal das tecnologias e do consumo desenfreado de seus ipods, notebooks, smarts. Maldizem a classe média do alto de seus apartamentos de classe alta, cuja classe média nem pode sonhar. Dizem que uma coisa vai dar errado, ela dá certo, mas que importa? eles são de esquerda. Podem dizer que são libertários matando gente, podem falar do capitalismo usufruindo dele, podem chamar Stalin de camarada, Fidel de líder e discutirem se Mao tse matou 50 ou setenta milhões de seres humanos ( para a esquerda só foram 50) esquerdistas podem tudo.

domingo, 15 de junho de 2014

ODEIO LULA






FHC saneou o sistema bancário, tornando um dos mais eficientes do mundo contra o pt, não com seu apoio. Se temos celulares e internet se deve a privatização feita por FHC e que o pt condena até hoje. A urna eletrônica foi implantada em 2000. Quem era o presidente? o tratamentyo contra a aids foi iniciado por José Serra, esse paulista reacionário que também introduziu a medicação genérica que barateou os remédios em enorme valor. A embraer, a petrobrás, começaram a mudar depois de Fhc e não de Lula. Quanto ao brasileiro consumir mais livros que o italiano é muito justificável. O pt compra os livros dos esquerdistas e distribuem de graça nas escolas públicas. Meu sobrinho tem vários livros desses de história, sociologia. No de história tem uma coisa linda que é repetida até hoje no facebook pelos cretinos. FHC entregou o Brasil com 12% de inflação ao ano e Lula entregou com 6%. Ótimo. FHC quando entrou no ministério da fazenda a inflação era de 37% ao mês! mais ou menos 5000% ao ano (inflação é cumulativa) quer dizer: FHC pegou a inflação em 5000% ao ano, entregou em 12% ao ano. Baixou de 5000 para 12. Lula de 12 para 6, e vem os caras compararem governos de forma vagabunda, desonesta. Quando foi feito o proer, que o pt demonizou, FHC teve de ir a tv lembrar que se os bancos quebrassem quem perderia eram os correntistas. Acabou com essas pinturas feito Bandepe, banespa, que só serviam à corrupção, saneou o sistema bancário. Criou os programas de auxílio a população carente que o pt chamava de esmola e hoje compra votos com eles. A petrobrás começou a crescer não depois que começou a roubalheira petista nela, mas quando FHC liberou a entrada de capital externo nela. Não nego avanços no governo Lula e Dilma, houveram, e muitos. Mas o pt não pegou o país destroçado. como quis dar a entender. Pegou um país governado por um gigante durante oito anos. Um país com orçamento, inflação sobre controle e muitos avanços inegáveis. Lula não aceita isso. Diz que pegou um país arruinado. Se ele não tivesse esse comportamento medíocre e mesquinho eu não o odiaria.

sábado, 14 de junho de 2014

ESPANHA, CAJURU, NEYMAR.



























O revolucionário futebol espanhol a nova escola (essa papagaida de escola de futebol me deixaria bobo, se tal já não fosse) levou um chocolate da Holanda. Agora aparecerão os idiotas de sempre exaltando a poderosíssima Holanda, e sua maneira europeia de jogar bola. Maneira Europeia? que eu saiba só existe uma maneira de se jogar bola: jogando a bola pra frente e tentando colocar para dentro da rede adversária. Escola de futebol é tão sem sentido como escola de coisas inatas. Escola existem para que se aprenda algo. Você não sabe ler, vai a uma escola e aprende e pode se tornar Guimarães Rosa, ou seja, ir além (muito) de quem o ensinou. Se ensina futebol? claro que não! do contrário não haveria um Neymar, mas onze neymares na seleção. A Argentina teria onze Messis. Ontem, vendo uma entrevista de Jorge Cajuru e Alexandre Frota, o primeiro, um idiota da cabeça aos pés, porém sincero na sua cretinice, solta sua bomba: a copa será ganha pelo Brasil porque foi comprada. Pronto. Eis um retardado falando. Mas o mais espetacular foi a resposta dele diante da pergunta de Roberto Cabrini, se ele afirmava e garantia que o Brasil ganharia a copa. Olha o que o pate ta responde: sim. Diante da pergunta de Cabrini se o Brasil não ganhasse, o Cajuru saiu-se com uma das respostas mais imbecis que a humanidade ouviu desde  Adão e Eva: ai estaria a prova de que Deus existe. Se ganhar é por comprada, se perder é pela existência Deus que justo impediria o roubo da armação feita para que  o Brasil ganhasse. Baseado em quê ele diz isso? EM NADA!
O bom do Brasil é isso, o cara chega, fala a merda que quiser sem base nenhuma ( e o mais das vezes sem conexão alguma com a lógica ou a realidade, e diz que paga um preço alto por falar a verdade. Apenas isso. Cajuru é um injustiçado, não para em emissora nenhuma por simples  razão, só diz a verdade. O cara que fala que paga preço por só falar a verdade é tão cínico que antes de mentir conta uma mentira pior do que a principal. O cara que diz que só fala a verdade é tão honesto como um ladrão, tão crítico de si mesmo quanto um déspota, tão virtuoso quanto satanás. Algum idiota objetará (Nelson sempre, genial) que o que ele quis dizer foi que é sincero. Ser sincero é o primeiro disfarce para o mentiroso contumaz. Ninguém é sincero. Ninguém é virtuoso. Quando vejo essas conversas mole de que fulano busca a santidade eu tenho vontade de rir. Vou a igrejas para que me livrar de satanás, para ouvir o som de Cristo. Sabendo que nunca serei mais que lama, e que se escapar do inferno será pela graça não pelo merecimento. Mas esse pessoal que tem a verdade consigo me impressiona. Primeiro por que depois de dizer categoricamente que só fala a verdade, ele cita Jesus Cristo. Cristo, para os cristãos, é a única verdade (creio nisso) e o resto é mera opinião. Quanto escrevo e digo  que Cajuru é uma boa besta me reporto a um momento da vida dele específico, embora sempre o ache um boa besta. Quanto a mim, sou um boa besta e não trago verdades, trago opiniões. Quem confunde um com outro é só, e tão somente só, um imbecil. Defender opiniões é comum e necessário a todos, achar que suas opiniões são verdades é honestidade, mas se colocar não como comunicador da verdade e sim como a própria verdade (uma vez que ele diz que se não for o Brasil o vencedor, Deus existe) é coisa para quem tem cara de pau de dizer que o que não tem nem indícios.
O Brasil vai ganhar a copa? acho que sim e torço por isso. Mas achar que o Brasil vai ganhar a copa é comum e nada profético. Profetizar é uma palavra que virou moda entre todo mundo que se diz: eu profetizo isso ou aquilo. Profetizar não é dizer que vai haver crise no oriente médio, que Lula vai mentir, que Dilma será xingada. Profetizar é dizer o contrário e isso se dar.
O Brasil estreou contra a Croácia e imediatamente surgiram os comentários dos idiotas de plantão: o jogo foi duro. Porra, haja colhão. Houveram quatro gols. Quantos da Croácia? nenhum. quando o Brasil foi pressionado? nunca. Aí aparecerá um idiota ( eles pululam) e dirá: mas o penalti que foi marcado em Fred?  o jogo foi 3x1, desconte-se o penalti e ganharíamos do mesmo jeito. Mas idiota que é idiota, insiste: mas teria sido outro jogo, porque o terceiro gol saiu em função do segundo (juro que várias pessoas fizeram essa descoberta só nesse jogo: da sequência numérica progressiva) tivesse o jogo empatado a Croácia faria gol? não sei, mas dado o jogo todo em nenhum momento a Croácia sequer ofereceu perigo.
E Neymar?
Aquele gol dele prova que Cajuru é um perfeito idiota.