sexta-feira, 30 de novembro de 2012

PARA FOFURETE




Há uma coragem em mim enorme, profunda. Uma coragem de enfrentar as coisas e de me adaptar. Há uma covardia em mim imensa que é melhor esconder, omitir, negar. 
Há um poeta e menino em mim que amo, um terno olhar sobre a vida e uma amor que eu não sei mensurar. Há um iconoclasta vazio, um pichador vagabundo, um que tem prazer no pior, que procura um poema no mal, onde nunca achará.
Há um amor pela vida e por poemas e gabis e vitórias, pedros e lais, que me pôem de bem com o ao redor. Há um pretenso, um falastrão, um moleque difamador que me envergonha, me enoja.
Há um em mim que é só alegria se for preciso e que chora ao te ver sofrer. Mas um outro, é meu como o primeiro, que sente prazer na dor, na injúria, no desamor.
Sou uma grande disputa de mim mesmo. sei o que é bom e o que não é, sei que o lado ruim de mim posso domar ou mesmo acabar, mas, neguinha, fofurete, o que há de bom em  mim é tanto e tão profundo que nunca cessará.


 

domingo, 18 de novembro de 2012

SOBRE MINHA CIRURGIA E O FADO DE O GATO SER GATO





Dia 26 farei uma cirurgia, e mesmo sabendo que ninguém vem aqui, comunico as minhas contumazes leitoras, que nem sei se ainda cabe plural, colocarei assim: leitora(s) que estarei ausente desse blog. Não é o fim dos Beatles, nem uma coisa que importe a ninguém, mas sou vaidoso, gosto de escrever, e faço isso com prazer. Se correr tudo certinho volto ao blog com uma ameaça: escrever mais. Se der tudo certinho comprarei outro violão. Mas não é por isso que as pessoas tem de torcer contra, poxa. Sei que meus textos melhorariam o mundo se deixassem de ser escritos. Se eu não tocasse violão o mundo seria menos ruim de se viver, mas eu seguirei escrevendo e tocando violão. Entendam, é simples, se eu só fosse fazer o que sei fazer com habilidade, conhecimento e destreza, não faria nada. 
Já sabe (m) minha (s) leitora (s) vorazes, que não vai haver meu relinchos por um bom tempo. 

Sobre a cirurgia.

Se estou com medo? 
acaso o gato deixa de ser gato ao ter de enfrentar o cachorro? 
Não! enfrenta, mas com muito medo.

Sexta-feira começo a diminuir os remédios para pará-los de vez no dia da cirurgia, estarei travadíssimo. 


Vou deixar uma música aqui. Uma música sentimental, pungente, doida. Uma música que reflete esse momento tão duro de minha vida. 





Como disse: um gato é sempre um gato.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ESTÁ DITO





“Há uma especial Providência na queda de um pardal. Se há de ser agora, não será depois; se não for depois, há de ser agora; se não for agora, há de ser, todavia. Estar pronto é tudo. Uma vez que ninguém sabe o que virá, que
importa que seja logo? Assim seja!”



WILLIAM SHAKESPEARE

sábado, 10 de novembro de 2012

ROBERTO CARLOS É O CARA! OU MUSA MANDONA.















Eu não tenho admirações por títulos ou insÍgnias, brasões ou eleições de espécie alguma. O que admiro é por achar admirável e somente por isso. Moacir Cirne uma vez montou guarda pela razão de uma barragem estar  próximo de sangrar, e eu me comovi e achei o gesto uma das mais lindas revelações do que seja poesia e fiz de Moacir um homem querido para sempre. Uma coisa que sei é que minha opinião não é baseada por nada alheio ao meu gosto. Porém (sempre que uso essa palavra é para reconhecer erros) não acho iconoclastia uma coisa boa em si (nada o é, segundo o bardo) nem ruim. Paulo Francis disse sobre caetano o seguinte: "ele é um iconoclasta que sabe construir estátuas". Uma frase genial. As estátuas são bobagens feitas pelos homens, ídolos são frágeis porque humanos, são humanos porque sangram (estou amando Shakespeare, essa estátua e santo de vidro e pecado) são nossos mais íntimos desejos vindoa a luz. 

Escrevi um texto sobre Roberto Carlos. Algum idiota diria: ele está muito preocupado com isso. Eu digo: para mim só me interessa o que acho do mundo e nada mais- falo de questões ligadas a gostar. Se todo mundo gosta de uma coisa, ótimo, eu posso não gostar e dizer aqui minha opinião sem me importar se ninguém liga. Minha opinião é soberana e não precisa de anuência de ninguém. Acho ridículo quem acha que blog foi feito para descobrir-se gênios ocultos, grandes poetas ou coisas assim. Ninguém me lê e isso é justíssimo, não tenho nada a dizer (não   de agora, fofurete linda, de sempre) mas o quu digo é o que me dá na telha quando escrevo. 

Uma de minhas leitoras contumazes, eram quatro, agora são três e talvez nem isso, veio comentar meu post sobre o rei (agora sem aspas) e usou de argumentos devastadores. Devo dizer que com razão. Roberto é um grande cantor. Ponto mesmo! não vou explicar a mudança brusca de opinião.


Um homem pode mudar de opinião, ou não?
Pode sim. Reconhecer seus erros. Ainda mais se quem lhe chama à razão é sua musa. Musas não chamam à razão, dirá algum pascácio. A minha chama. E se me olhar com aquele olharzinho, com suas melenas lindas e com olhar de saudade, e me convidar ao inferno, eu vou. Não sou bobo, não sou otário, nem nada que se possa enganar, estando minha musa não pode ser inferno, é céu escondido, só pra quem sabe olhar. 



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

ROBERTO CHATOS

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tem alguma coisa mais chata que um show de Roberto Carlos? Duvido. Uma coisa pode ser chata mas não tanto quanto um show... não rapaz, tem uma coisa mais chata sim, são os fâs dele. Eles o chamam rei e dizem coisas do tipo: ele é o rei! como que a por fim em qualquer discussão possível sobre sua superiorida. Se Jesus viesse até mim (só isso) e me confirmasse o reinado de Roberto, eu deixaria de lado o evangelho. Não existe força humana ou divina que me convença que Roberto Carlos é mais que um compositor medíocre, com uma voz linda e um enorme carisma. Fez algumas letras bacanas, mas mesmo as melhores estão há galáxias de distância de músicas e musicos geniais. Caetano, Chico, Milton, Montenegro, Dorival, Cartola, e uma porrada de outros que são infinitivamente mais inteligentes e criativos que Roberto. A última música do "rei" é de um patético que só o Roberto pode. A letra é Roberto carlos puro, com suas riminhas repetidas, previsíveis, insupor
talvemente repetidas nos últimos anos por um homem que faz o mesmo show todo o ano e a globo tem a cara-de-pau de anunciar como "o novo show de RC".

Roberto Carlos

O cara que pensa em você toda hora
Que conta os segundos se você demora
Que está todo o tempo querendo te ver
Porque já não sabe ficar sem você

E no meio da noite te chama
Pra dizer que te ama
Esse cara sou eu

O cara que pega você pelo braço
Esbarra em quem for que interrompa seus passos
Está do seu lado pro que der e vier
O herói esperado por toda mulher

Por você ele encara o perigo
Seu melhor amigo
Esse cara sou eu

O cara que ama você do seu jeito
Que depois do amor você se deita em seu peito
Te acaricia os cabelos, te fala de amor
Te fala outras coisas, te causa calor

De manhã você acorda feliz
Num sorriso que diz
Esse cara sou eu
Esse cara sou eu

Eu sou o cara certo pra você
Que te faz feliz e que te adora
Que enxuga seu pranto quando você chora
Esse cara sou eu
Esse cara sou eu

O cara que sempre te espera sorrindo
Que abre a porta do carro quando você vem vindo
Te beija na boca, te abraça feliz
Apaixonado te olha e te diz
Que sentiu sua falta e reclama
Ele te ama.

Isso é de primarismo constrangedor. Uma coisa que seria ridícula cantada por outro mas que fica ainda pior cantada por um homem de setenta anos que se comporta como um moleque.
"Jeito" com "peito"; "amor" com "calor"; "feliz" com "diz"; "adora" com "chora", essas são as mesmas rimas de sempre, de um homem uqe nunca teve muito a dizer, agora não tem mais nada.