segunda-feira, 30 de maio de 2016

A cura





Minha irmã surpreende-se ao me ouvir dizer que ainda espero cura para minha doença. Surpreendida e com certa lágrima  disfarçada.
Eu espero cura para o mal de parkinson. Não espero nada que precise ser desencadeado no futuro para ser feliz. Sou feliz com meu mal. E se as vezes (tantas) sou mau, vaidoso, mesquinho, o diabo; Não é por vítima, é por culpa. Não do destino, acaso ou esferas celestes, é pelo capeta que me sorri e eu me esqueço das lágrimas do Cristo.
Estou soberbo em minha condição de vascaíno. Estou esperançoso em me curar um dia (pode ser o último de minha vida) e não temo a morte. Que mais posso querer? Muita coisa. Viver é antes de tudo: querer. Acertar o passo, o  relógio e o tom de voz. Não voltar a pedir perdão pelos pecados que já foram perdoados. Nunca por outro motivo que não este: Não cair na mesma rua, no mesmo buraco.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Olavo x Azevedo

Reinaldo Azevedo escreveu um artigo absolutamente idiota. Reinaldo é um ótimo articulista e já meteu o pau em gente que amo: o Caêtas, o Chico e outros. Quando brigou com Olavo de Carvalho, escreveu um artigo comovente e digno sobre o Olavo. Agora vem como uma rameira desesperada esculhambar a quem elogiou demais. Chama Olavo de astrólogo, coloca-a como impostor do conhecimento. Isso não existe! Tudo se pode afetar menos erudição. Um homem pode afetar ser um mulher mas nunca um sábio. Para ser uma "mulher" copia-se o externo da coisa e na superfície se mostrará como relógio vagabundo dourado em tinta, que terá em aparência, nunca em essência, o que faz ouro o que é. Olavo é um erudito, ponto. Erra? claro! Mas querer desmerecer a quem tem merecimento... Ontem Reinaldo escreveu bobagem, hoje também. Não sou seguidor de seitas nem acho que alguém está certo sempre, nem errado, mas procure o defeito onde esteja e nunca, nunca, queira fazer da qualidade um defeito. Olavo é um grande pensador e quase sempre acerta, o que não o impede de falar bobagens. Reinaldo esculhambou com Olavo, colocou em questão a erudição de um erudito. O que digo?
Bom, dou a palavra ao próprio Reinaldo Azevedo:
"Leia esse livro de Olavo de Carvalho. Ninguém, no Brasil, escreve com a sua força e a sua clareza. Tampouco parece fácil rivalizar com a sua cultura, fruto da dedicação, do trabalho no claustro, da aplicação, não da busca de brilharecos. Leia Olavo: contra o ódio, contra o óbvio, contra os idiotas e a favor de si mesmo."
Reinaldo Azevedo, Quando do lançamento de "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota", compilação de textos de Olavo de Carvalho, escritos em jornais e revistas.
O livro é um apanhado do que Olavo escreveu nos últimos anos e não é a parte principal
da obra do filósofo.