Bom seria se Caetano só cantasse, que o sol fosse mais ameno, que se fizesse 1/10 do que se promete em eleição.
Que não houvesse teoria, dialética, explicação. O sim fosse sim e o não a negação.
Que nada causasse escândalo. Não por falta de moral, mas pelo fim da moral que seria banida por não existir quem pensasse no mal.
Não chega a sonhador (os remédios acabaram com meus sonhos dormindo e Shakespeare com os acordados. Sou grato a ambos. Nunca fui de gostar de sonhos dormindo e menos ainda de ser bobo ou bocó em achar que haverá futuros dourados.
Mas sendo homem, sendo desse gostoso fardo, sei do erro do sonho mas sonho o sonho negado. O sonho dito realista que serve para nos manter acordado.
Sonho em tons azuis e fulminar de azuis meus inimigos (essa frase é de Marcelo Novaes, amigo e poeta, e é deslumbrante).
Sonho com coisas que não verei nem meu filho verá, o fim das guerras, dos medos e dos mínimos.
As dores e doenças desaparecerão. Ruim será o que hoje é bom perante o ótimo que virá.
Não sou um sonhador mas gosto de pensar que haverá melhora, que tudo se encaixará.
Não sou um sonhador mas quero acreditar. Acredito no meu acreditar. E isso me faz forte.