terça-feira, 29 de novembro de 2011

SOU A ALEGRIA




















Como se fosse estranho a mim,


mas que eu tivesse sempre e nunca acostumasse. Estranhava a novidade do já sabido, do já sonhado e sempre realizado.

Encantar-me pelo que conheço e sei-o meu, amar o que eu tive- tenho como se meu não fosse, como se precisasse.



Ter-me como sou, nunca o que sonhas-te. haverei de sempre ser o que sou: um bom vagabundo, um ateu chorão em busca de Deus.



Agora ria, ria e me mostre que ainda semeio sorrisos, que te faço bem.



Preciso mostrar a quantos possa que o fim não pode ser triste, que é preciso sorrir até o último segundo da vida. Morrer é ruim, é duro é triste, mas não será hoje, então maravilha!

Não é tirar leite de pedra, é um saber que o chorar não te fará eterno, nem sorrir. Sorriremos então, e que seja este o nosso fim.

Mas não será hoje, nunca será hoje, sempre será depois o que for dor. Alegria é para agora, pra já.

Sou a alegria, vim te acordar. Acorda com meu beijo, acorda com minha voz. Me prende no teu riso, estreita nossos nós.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

DE NOVO (SEMPRE) MEU PAI













Não, não é pelo dinheiro do táxi, que até sobraria. É por ir três dias comigo à secretaria de saúde, quase perdendo a hora, mas não tão apressado para me dar o dinheiro apenas, como se dando o dinheiro do táxi fizesse seu papel. Ele é o cara que dá o dinheiro do táxi, está atrasado para uma audiência, mas não tanto para me levar à porta, abrí-la e me abençoar.


Sempre falo dele no aniversário dele com textos bregas e esse é assim. Não é aniversário dele, nem há razão para o drama, mas quem tem um pai como eu, tem de amá-lo com medo.

O velho está inteiraço mas tenho medo de perdê-lo. Com meus trinta e seis anos tenho medo de ficar sem meu pai.

Mas não é pelo dinheiro do táxi, eu até posso andar de ônibus e ando. É que ele dá o dinheiro mas não se contenta em ser pai normal, de ter ido comigo, de estar atrasado, de ser pai só. Ele me coloca no táxi, me abençoa, me recomenda juízo, liga para saber se já cheguei, chega na hora precisa da audiência, mas sobretudo, e acima de tudo, tem um olhar de amor. Não de comiserasão, nem de lamentação, ele sabe que eu odiaria isso, mas amor não odeio.

Eu falo de meu pai sempre que eu quiser, e sempre quero, sempre falo. Não me importa se é chato ou se não é, escrevo pra ninguém, para o vazio que vão dar todos os sentimentos. Na minha vida tudo são fases, como já disse o Assis, sei perder no primeiro tempo e esperar o segundo, sou vascaíno, porra, e quem tem esse time sabe o que eu falo. Espero uma virada, um melhorar no segundo tempo, mesmo que eu perca, espero o segundo tempo. O meu segundo tempo ainda não chegou. Mas se eu perder meu pai (não sei porque diabos isso agora) eu vou estar na derrota, só, triste.

Neguinha, poucas coisas me abalam, sou forte e tenaz, precisei de teu colo, mulher que eu amo, foi bom, acabou, mas sigo em paz. Minha musa querida, perdi você e sigo rindo, perdi a saúde e sigo bravo, perdi muito e ganhei muito, e nessa diferença sou mais eu. Mas, bela flor, voz que amo (hum ?) no dia em que eu estiver sem aquele homem no mundo, não terá colo de musa que me conforte.

Eu amo meu velho cada dia mais e até seu xingamentos me parecem divinos.

Amo-o não pelo dinheiro do táxi, sempre me deu e nunca contado. Amo-o pelo desvelo de quem sabe-me adulto, sabe-me forte, sabe-se amado.

domingo, 27 de novembro de 2011

PUTA QUE O PARIU!


O VASCO É O TIME DA VIRADA.
O VASCO É  O TIME DO AMOR!



]


A VOZ, O HUMOR, A PAIXÃO.









Eu não sou muito de acreditar.


Se duvido até de Deus, porque iria crer em você?

Nada pode ser mais óbvio que a força de um criador, pelos mares, por uns mil outros motivos mais.

Mas tenho a dúvida comigo, entranhada como uma víscera.

Veja só, veja bem, meu bem, tudo indica uma criação, a perfeição das galáxias, eu existir, a percepção. Mas ainda assim duvido, e pergunto à sua pretensão: porque não duvidaria de ti, minha cara, por qual estranha razão?

A poesia, meu filho, coisas sentimentais, tudo remete ao divino, a um criador. Mas não raro duvido, não raro interrogo, não raro fraquejo. Que razão podes ter, afetada criatura, para que eu me fie em ti?

Se Deus não existisse seria uma mentira muitíssimo bem contada, em que sábios cairam e ateus não cairam por sorte.

Mas você, francamente...

Só caem nessa os otários.

Qual a razão do paralelo entre as crenças?

Simples, se quiser faço um desenho, como o tio Rei. É que crer em uma verdade é fácil, é óbvio, e a tudo leva à razão.

Mas você não é verdade, não é nada, não foi nada, é pura empulhação.

Você não cabe em mim, pelo seus defeitos torpes, suas mesquinharias. Eu não caibo em você porque sou amplo, inteiro.

Calma, calma ai. Também tenho meus defeitos, tantos quanto os teus, talvez maiores, isso é com Deus. Mas não quero-os qualidades, reconheço o que são.

Não debuto em mentiras, não me escondo na razão. Dou o nome ao que são. Numa missa ore a Cristo, numa orgia chame o cão.

Mas não chame a quem não vai. Quando estiver vazia, chame quem lhe aprouver ou vá a uma igreja. Só não conte comigo, não me faça menção, não se lembre da voz, o humor, a paixão.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O MAR








Não, meu amor, não te digo que seja indestrutível no tempo, não ouso tanto. mas saberei a hora que te canso, que te enfado, que salgo tua boca quando querias água doce.


Mas sei da razão de quem tenta matar a sede com água salgada, de seu desespero, de sua ânsia.

Sou o contrário do que dizes ou do que calas, sou igual ao tanto que sonhavas. Caibo no teu sonho como sonho de um sonho fosse.

Sou mar, não tenho culpa de meu sal.

Sou o mar, calmaria e maremoto, não sou isso porque estás em mim, sou porque sou. Não adianta me odiar quando eu te afogar, nem me admirar quando eu estiver em paz. Saiba que sou mar, mar só, nada mais.

Sendo mar não me cabe razão ou humor, me cabe ser mar, só ser o que sou.

Não sou útil ou inútil, não existo para funções, nada em mim tem propósito, tudo em mim são paixões.

Não sei ser pequeno em nada. Não me averia em mundo mensurado.

O limitado infinito. Incomensurável demarcado. Medido por seu olhar, em horizonte ondulado.

Não sacio sedes de água que tens,

nem sede de espécie alguma.

Te lembro, sempre, eternamente,

sou mar, tão só, sempre mar, mar somente.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

SHAKESPEARE ERA, É, SERÁ.










Shakespeare não foi o autor das peças que supostamente teriam sido escritas por outro ser. Não digo humano por razões óbvias: o bardo não era humano. Se era, era por condições escatológicas. Agora não é mais Lord Byron, é outro.


Durante sua existência, e existem documentos escritos de que um ser chamado Willian Shakespeare, existiu, publicou 38 ou 39 livros, foi pai, morreu e deixou herança registrada em cartório. Há documentos de comendas dadas pelos monarcas de então. Então não apareceu um maluco que chegasse a dizer que ele não existiu como pessoa, diz-se que ele era William Shakespeare, existiu de fato, mas não era o autor dos livros a ele atribuídos.

Tem fundamento isso?

Tem. No mundo em que vivemos, nesse tempo nosso, tudo tem fundamento. É simples, como fundamento é um têrmo que perdeu a denotação, aliás, todas as palavras perderam, se acha que fundamento não precisa ter uma base concreta de raciocínio, pode-se tomar fundamento por suposições. Então qualquer idiotice que seja dita por qualquer idiota ou malandro por simples cara-de-pau ou, no mais das vezes, interesse financeiro ou político, passa a fundamentar uma coisa sem base ou fundo.

Qual a razão de durante o tempo de vivo, creio que 68 anos, ninguém ter lhe contestado a autoria do que escreveu?

Muito simples, claro, lógico, ele era o autor.

Um outro argumento, é que não escreveu todos os livros. Bom, quem manteve o nível? Os livros do bardo não pode ter dois autores pela razão direta de não poderem haver dois Shakespeares, e na mesma época.

O que há na literatura que se iguale a Shakespeare? nada. Cada um dos livros dele tem personagens tão inteligentes que nunca se poderá encontrar em vinte milhões de vidas pessoas com tal intelecto. Hamlet, Falstaff, Ricardo, iago, Rosalinda, para ficar nesses, e nesse caso é por opção e contenção de tempo e espaço, pois se alguém se dispuser a procurar gênios , leia Shakespeare, pois cada um dos seus personagens é no mínimo cem vezes mais loquaz, mil vezes mais criativo, um milhão de vezes mais interessante, cem bilhões de vezes mais perspicaz que nós. O bobo da corte, do "Rei Lear", quem de nós, e falo até dos maiores intelectuais hodiernos, pode rivalizar com sua argumentação?







FÁCIL PARA SHAKESPEARE







O endeusamento do bardo também é perigoso. Ele fez o que fez não por coragem, nem um grande mérito pessoal, tampouco por um altruísmo ou o que seja. Não se deve perder de vista que o intelecto dele era é superior. Marcelo Novaes, grande poeta, diz que não há autores seminais, concordo, mas a questão não é essa, creio que sequer houve inovação estética, ou criação genuína. Se houve foi menor com Shakespeare que com Joyce, Goethe ou Dante. O que muda é que nenhum homem raciocinou com tanta amplitude sem perder a objetividade, usando de uma linguagem que nenhum ser dito pensante alcançou em nenhum aspecto da comunicação de idéias do que somos e como agimos. Se tem algum lugar onde se possa achar conhecimento é na literatura, se tem um autor que é uma elevação da literatura, é Shakespeare. Tenho evitado citar ou mesmo reler trechos dele para escrever isso. Não que eu queira escrever algo relevante sobre, e mesmo essa pretensa desprentensão me parece pretensiosa. Mas quero falar por minhas palavras o que sinto com relação a obra e autor. Nem um carinho ou admiração pelo autor. Toda a admiração pela obra.







Shakespeare x Bíblia





É soberbamente ridícula essa comparação. Nesse caso, e tão só nele, pode-se abrir uma exceção. Se quem lê a bíblia, lê como livro sagrado, de inspiração divina, nao há o que discutir. Somente por esse olhar a bíblia pode ser comparada a Shakespeare. O que não é pouco.Que fique claro que não estou diminuindo a um nem exaltando a outro. Estou dizendo que há coisas que não se comparam, por pertencerem a esferas de pensamento ou níveis de discernimento diferentes.





Shakespeare confrontado literariamente com os qualquer escritor de antes e depois dele, supera-os todos. Não por uma cabeça de vantagem, por longa vantagem.

Um com uma fala genial já vale um preço bom. Outro dia, vendo um filme de Bruce Willians, fiquei impressionado com uma fala do personagem. Só ela pagaria o filme. Qualquer um pode receber uma iluminação e dizer uma frase genial, mas no bardo isso se dá a cada linha. Os personagens falam coisas tão verdadeiras e bem ditas que você se for marcar... agora lembrei de uma coisa... há pessoas que ao lerem algum livro gostam de marcar as frases que lhe parecem boas, verdadeiras, e bem construídas. Tente fazer isso com Shakespeare. Você terá de marcar todo o texto. Não há ali nada para ser destacado, nada. Mais não se trata de um frasista apenas, é muito mais que isso. A capacidade argumentativa do bardo chega ao limite do que pode ser argumentado. Ele via as coisas humanas por tão variados lados, com tantas sutilezas, que podia argumentar afavor e contra no mesmo assunto. Na peça "júlio cesar" ele faz Brutus ser ovacionado e depois execredo com argumentos que em seus momentos, pareciam irrefutáveis. Mas isso é feito sempre em suas peças, até o limite do absurdo, o do "ser" e o "não ser".





SER OU NÃO SER?





Essas miríades de ambivalências, de lados opostos de ponto de vista não se situam em assuntos, em momentos, permeiam todo o caminho. Ambivalências, não ambiguades. Seus personagens são tão complexos e tão simplórios moralmente que na mão de qualquer outro seriam caricaturas, nas do bardo viraram a mais vasta gama de representação humana vista na arte.

Poucos de seus personagens principais tem dúvidas morais. São tão titânicamente soberbos que agem sem muitas culpas, as vezes dando explicações para seus malfeitos (de maneira superficial e apressada) como Ricardo, culpando a natureza, não a sí próprio, pela vileza e ignominia. Iago agia com a naturalidade de um homem que faz o mal por prazer, a ambição sequer existe. Quem justifica a malignidade de Iago por ser ele ambicioso nunca entendeu Shakespeare. Iago era mau por prazer, só por isso. Harold Bloom acerta na mosca quando diz que ele era o diabo. Porque o que caracteriza o mau não o fazer ele, é fazê-lo com consciência e ter prazer nisso.

Ricardo, Tito, Iago, são capetas, não podem ser lidos como apenas canalhas. O rei Claudio era um canalha, sem dúvida, mas era um canalha como quase todos somos. Subia um degrau grande na escalada da canalhice humana, e faz muita diferença ou toda nunca subir, porque matou, mas tinha dúvidas, fraquezas e medo. Os três (Ricardo, Tito e Iago) não tinham medos nem fraquezas. Fraquezas de humanos. Aqui é bom não simplificar, esses três camaradas, como o diabo, ou Hitler, não são aberrações, coisas de monstros. Hitler era uma figura que causava paixões em quem o conhecia, Iago era um amigo querido de Otelo. Ricardo, sempre solícito, faz uma coisa inimaginável para o maior conquistador, seduz a cunhada à beira do caixão do esposo, e era coxo e feio.

Somos todos Iagos, temos satánas em nós. Por isso buscamos a Cristo, somos maus. Shakespeare...

Porra, perdi o foco. Voltemos ao filme.





O filme





Não pode ser bom. Não vi, mas não pode ser bom. A razão? mesmo o cinema americano, que todo mundo sabe que é uma coisa pautada por dinheiro, dinheiro, dinheiro, mais dinheiro e um pouco de talento, esse filme se destacará por ter o roteirista mais idiota que a galáxia viu nascer. Disse "a" mas o artigo vai no plural, fica mais correto, embora não dê a exata medida de incomensurável cretinice dessa criatura. Sim, sou apaixonado pelo bardo, mas vejamos em que se baseia tudo que ele diz. Em entrevista na Veja ele declara que Shakespeare não era o autor do que se publicou com o nome dele porque não escreveu cartas a outros escritores dizendo que estava escrevendo tal livro. O fato de os livros serem com seu nome (Shakespeare) se deve ao fato de seu autor se envergonhar de tê-los escrito, por pertencer a uma classe nobre. Pegou um rapaz bêbado e semianalfabeto (um tal de William) e colocou esse idiota de Stratford como fantoche. Exagero?



vejamos:



Qual a razão mais convincente para achar que Shakespaeare não escreveu as peças?

Qual é a razão mais convincente para achar que ele escreveu? Deixe-me dizer, não há uma única folha de papel que foi confirmadamente escrita por William Shakespare. Para mim, existem duas questões: primeiro, não há provas documentais. Isso é um grande problema, pois não existem cartas de Shakespaeare e nem nada escrito por ele. Então temos que assumir: se ele escreveu as peças, porque tudo que ele escreveu sumiu?



Naturalmente esse rapaz tem essas folhas de papel escritas e assinadas pelo lord que ele diz ser o real autor dos textos, e também as cartas, certo? não, ele não tem. Pelo ângulo em que ele vê as coisas fica difícil viver, pensar, ou mesmo ser algo. Se pegarmos o raciocínio desse gênio e aplicarmos a tudo, chegamos ao nada.

O entrevistador o pergunta pelos motivos de ele achar que Shakespeare não havia escrito as peças e ele solta essa jóia rara da idiotice humana:

Porquê"não achar"?

Isso é incrível. Olha o mundo não é um livro de Shakespeare, cheio de argumentos geniais, mas argumento é tão estúpido que mereceria um neologismo de Reinaldo Azevedo.



Termino aqui. Chega de palhaçada!





Shakespeare é o gênio da raça toda.





O RESTO É SILÊNCIO.

sábado, 12 de novembro de 2011

O MEDO








Como os admiro, homens corajosos, que nada temem, que estão plantados em razão e certezas. invejo-os, porque sou só covardia e medo.


E, podem zombar de mim, os medos mais primários, mais tolos, mais femininos.

Tenho medo da sala, de não poder abraçar ninguém, de morrer.

Mas há medos que me parecem medos de sentí-los, medo de não suportar e chorar. Chorar de medo. Nunca chorei de medo. Não por ser valente, mas por não ter sido colocado frente ao mais assustador dos sentimentos: o medo.

Quando eu for ser submetido a uma longa cirurgia estarei com meus medos todos, mas um prevalece, o medo de não poder mais ver meu filho. Tudo bem, a cirurgia é de baixo risco, mas que importa a razão ante o medo?

O medo. Ah, o medo! esse sentimento desapareceu, todo mundo é valente, no mínimo corajoso. Pois é, tenho medo. Que coisa!

Medo. De criança. Medo, medo, medo.

Queria colo. Não de mãe. O teu colo. que não terei, bem o sei. Dizer pra alguém (mas tinha de ser você) que estou com medo. Dizer chorando, ou melhor, respirar fundo e não dizer nada. Me calar. Ficar em paz. Eu não seria feliz rico, nem com toda saúde do mundo, não por essa razão só, embora queira ambos. Mas paz eu só tive no teu colo.

Eu sou corajoso, sou o cão de bravo. Não tenho medo de brocas, nem sangue, nem o cheiro do hospital. Tenho medo da hora (ai!) de beijar meu branco e viajar, na hora de olhar nos olhos de meu velho e ver ele tentando me dar força, morrendo de medo.

Nunca fui brigão, nem destemido em nada. Se mato uma barata é pra salvar a vida de luizinho. Mas esse medo é diferente, não se dá no bobo das coragens, como o de Riobaldo, embora o que envolve ele se dê. Dá-se no cerne dos medos, no principal de todos os medos, o medo de morrer.

Mas se tem medo o que o reveste e adorna, não me paralisa nem me inibe. Nisso é medo de gato, segundo elaine, ou medo de quem não tem opção, ou um medo que é tão visceral e paradoxo, tão contrário ao seu princípio ou causa que chega a ser coragem.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O VASCO... AH! O  VASCO.



O VASCO É O TIME DA VIRADA.
O VASCO É O TIME DO AMOR.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

BROCA DE 14MM

São só 2% de chance de dar errado. Nesse caso perco. Não saio derrotado, lutei e isso é muito. Minha cirurgia está próxima. Demora em torno de 24 horas, mais que pensei. Em um documento que o médico me mandou entregar na secretaria de saúde ele pede uma broca para ser usada na cirurgia. Isso é assustador?


14mm é a espessura. Isso não é assustador.

98% de me dar bem.

Lembrei de Shakespeare, lembrei de Cabral, mas vou com uma frase menos genial: são 24 horas, tem broca no crânio, bateria no peito e bla bla blá, mas não tenho medo, quem joga e gosta da coisa, quem vai ver a roleta girar, manda o recado: tome sorvete quem tem medo de cagar.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A TUA RISADA







Eu só preciso de sua risada, o riso de minhas histórias sem graça.


Você rindo do que falo, preciso disso,

o resto eu me viro.

Lembrar do som do teu riso, de tua mania de me deixar sobressair mesmo onde sabes mais que eu.

Posso viver sem muitas coisas, sei lidar com perdas grandes, sei sofrer sorrindo e calmo, doendo e brincando, cortando e eu nem ai. Mas das coisas que me fazem falta, poeta cuquinha, cuquinha poeta, tua risada, o som dela, é uma que não gosto de não ter.

Só quero teu riso, o resto eu me viro,

na chuva me abrigo, no sol me bronzeio,

e ambos podem ser contidos por guarda-chuvas, ambos eu tenho defesa ou antídoto. Mas sem teu riso, sem o passar a mão na minha cabeça, como quem ama demais, como quem apazigua, isso não quero perder, nunca.

O som de tua voz rindo é preciso para que eu não seja mau, para eu não embrutecer.