quinta-feira, 9 de abril de 2015

ÓDIO E AMOR

Eu gosto de alguns ódios que tenho. Meus ódios não são amores recalcados ou às avessas. São ódios genuínos e legítimos, tanto como os amores a quem julgue que os mereçam. Gosto de minhas Boas arrogâncias, essas de não baixar a cabeça. Do desprezo pelos soberbos, sendo a soberba da soberba. Saber o amor sem poder o ódio me parece coisa de santo ou idiota. Nos santos é o que há de mais os santificá-los, nos idiotas é o que mais os faz parvos. Não acho tudo lindo, aliás, tudo é muito feio, falso, frágil, mau gerado ou acabado. Tudo esbarra na imperfeição, no vazio, no vago. Por isso posso amar ao lindo tanto mais desgoste o feio. E o médio me desagrada, talvez mais que horrendo, mais que o nefasto. O médio é pior que o nada, muito pior que os excessos, pior que o não revelado. O médio é "ser e estar" sem ter sido nem estado. Não falo de médio em seu pacato e não sermos altos. Ser medíocre com rigores é melhor que o gênio chato. Não confundir as cores, as franjas, os sapatos.

domingo, 5 de abril de 2015

O BEIJO EM MEU PAI



Eu choro. Choro por tudo ou por nada, nunca por mágoa.
Eu creio. Não creio em tudo. Creio no Cristo, pela sua dolorosa paixão.
Eu perco. perco no jogo, perco na vida, mas nunca a esperança.
Eu sonho. Sonho com gatos, peixes, luas e o que podem os sonhos.
Eu grito. Quando dói demais. Um grito pra dentro. Que não precisa ouvidos, que existe pra si só.
Terça fui à Recife e fiz algo que merece ser postado e que todo mundo saiba, embora ache uma babaquice ficar colocando coisas do tipo: estou triste ou feliz ou amando, no facebook. Terça eu dei um beijo em meu pai.
Como está o mundo, como ficará, como as coisas se darão, pouco se me dá. Dei um beijo em meu pai. Isso é tudo. Isso é o que há.

sábado, 4 de abril de 2015

PELÉ, O SOBERBO.




Certa vez Romário falou que Pelé calado era um poeta. Romário acertou na mosca. Perguntado sobre a possibilidade de ser alcançado ou superado por Neymar, ele, com a modéstia que ficaria feia em um Shakespeare, em Newton, em qualquer um, sai-se com essa: mesmo que façam mais gols que eu a fábrica fechou (se referindo aos seus pais) quer dizer: se o cara o superar dentro de campo, não poderá ser melhor pela razão de não ser filho dos pais de Pelé. Pelé é o melhor até o dia que aparecer um que lhe supere. Há sim, a possibilidade real, embora remota, de Neymar vir a superá-lo. Neymar jogará (salvo alguma contusão ou problema de saúde) três copas, uns 14 anos de futebol e já tem um curriculum espetacular. Messi, Cristiano Ronaldo, serão facilmente superados. Romário foi um astro e herói meu, terminou a carreira com 41 anos e 56 gols na seleção. Neymar tem 23 anos e 43 gols na seleção. Tem mais de 200 gols. Se jogar até a idade que Romário jogou passará de 1000 gols.

VASCO DA GAMA