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quinta-feira, 31 de maio de 2018

A vida









Viver é perigoso, o Rosa o sabia, eu sei, o cara que vende cocaína sabe, o cara que a compra mais ainda. O perigo de se viver é menor que a satisfação de estar vivo, com medo de morrer porque é bom vida, ainda que com o      risco. Eu acredito em algumas coisas, dentre as milhões das que duvido  ou não creio, todas elas não vem de serem certas nem prováveis, nem benfazejas, mas de eu acreditar. Acreditar já é muito. Acreditar é tudo. Não em Deus, não na matemática, não no óbvio, pois os três acima, e sobretudo e sobretodos, são justificados em si. Acreditar no irracional, no que não pode ser visto, no que você não pode dizer, mas se fizer te fará bem e não afetará a ordem nem as pessoas. Acreditar em besteiras e saber que se você acredita nelas, elas não são besteiras. Acreditar que tudo será melhor não, mas que tudo será igual e isso será ótimo porque o que você tem já te satisfaz. Isso não quer dizer que você não almeje ir ao caribe, comprar uma Ferrari ou se curar de um câncer. Isso quer dizer que não conseguindo o que sonhas valeu, vale, valerá, a vida. Imperfeita, imprevista, solitária, doída as vezes, de perdas, de seu fim sabido, mas bonita e boa. Por uma aurora ou um crepúsculo valeria a vida. Os insetos bem o sabem (nos meus escritos insetos “sabem”) todo mundo sente.
O morto, o que nasce, o que está no meio dela, tem de respeitar a vida ou senti-la. Sentir a vida, não como se sente uma coisa em meio a outras, mas sendo a primeira, única, objetiva.

domingo, 5 de abril de 2015

O BEIJO EM MEU PAI



Eu choro. Choro por tudo ou por nada, nunca por mágoa.
Eu creio. Não creio em tudo. Creio no Cristo, pela sua dolorosa paixão.
Eu perco. perco no jogo, perco na vida, mas nunca a esperança.
Eu sonho. Sonho com gatos, peixes, luas e o que podem os sonhos.
Eu grito. Quando dói demais. Um grito pra dentro. Que não precisa ouvidos, que existe pra si só.
Terça fui à Recife e fiz algo que merece ser postado e que todo mundo saiba, embora ache uma babaquice ficar colocando coisas do tipo: estou triste ou feliz ou amando, no facebook. Terça eu dei um beijo em meu pai.
Como está o mundo, como ficará, como as coisas se darão, pouco se me dá. Dei um beijo em meu pai. Isso é tudo. Isso é o que há.