quinta-feira, 9 de abril de 2015

ÓDIO E AMOR

Eu gosto de alguns ódios que tenho. Meus ódios não são amores recalcados ou às avessas. São ódios genuínos e legítimos, tanto como os amores a quem julgue que os mereçam. Gosto de minhas Boas arrogâncias, essas de não baixar a cabeça. Do desprezo pelos soberbos, sendo a soberba da soberba. Saber o amor sem poder o ódio me parece coisa de santo ou idiota. Nos santos é o que há de mais os santificá-los, nos idiotas é o que mais os faz parvos. Não acho tudo lindo, aliás, tudo é muito feio, falso, frágil, mau gerado ou acabado. Tudo esbarra na imperfeição, no vazio, no vago. Por isso posso amar ao lindo tanto mais desgoste o feio. E o médio me desagrada, talvez mais que horrendo, mais que o nefasto. O médio é pior que o nada, muito pior que os excessos, pior que o não revelado. O médio é "ser e estar" sem ter sido nem estado. Não falo de médio em seu pacato e não sermos altos. Ser medíocre com rigores é melhor que o gênio chato. Não confundir as cores, as franjas, os sapatos.

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