sexta-feira, 15 de junho de 2018

O colecionador de medos





O homem é a soma de medos. De perder, de morrer, de não ter ou não corresponder. De chegar, de se ir, de nunca estar e de estando não sentir. De sonhar, de sorrir, de chorar, de inerme. De escolher, de errar, de amar, das mulheres.


O homem é o medo do outro, do nada ou do infinito. Do feio, do normal, do bonito. De si, dos outros, de Deus, do infinito. Da cruz, da paz, do concreto, do  mito.

O homem nasceu livre e se aprisonou, cresceu, tolheu, mediu, ficou restrito. 

O homem é só, é tudo, é indizível.

O homem é a estação final onde foi partida, tudo começa e finda nele, tudo nele se afirma. 

Mas o homem e o  medo são irmãos, são parceiros. 
O homem e um colecionador de mitos e de medos.