O homem é a soma de medos. De perder, de morrer, de não ter ou não corresponder. De chegar, de se ir, de nunca estar e de estando não sentir. De sonhar, de sorrir, de chorar, de inerme. De escolher, de errar, de amar, das mulheres.
O homem é o medo do outro, do nada ou do infinito. Do feio, do normal, do bonito. De si, dos outros, de Deus, do infinito. Da cruz, da paz, do concreto, do mito.
O homem nasceu livre e se aprisonou, cresceu, tolheu, mediu, ficou restrito.
O homem é só, é tudo, é indizível.
O homem é a estação final onde foi partida, tudo começa e finda nele, tudo nele se afirma.
Mas o homem e o medo são irmãos, são parceiros.
O homem e um colecionador de mitos e de medos.