segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

É TREZE COM DOZE...




Eu creio que nada muda em mim, na minha alegria, na minha luta, no meu amor e humor. Eu tenho sempre as mesmas palavras, os gestos e agora não mais o tremor, menos o temor em Deus. Nunca temi a Deus, nunca temerei. Não sou ateu, sou ruim e crente. Deus não me causa medo, eu sim. Eu sempre espero melhoras minhas, nunca do mundo. São altas horas e eu não tenho o que fazer, escrevo. Disso não depende nada, disso não surgirá luz, mas escrevo. É um jeito de estar em paz comigo, falar minhas bobagens e só. As vezes, nem sempre, só por poucas, eu me ponho comovido com os homens, sua longa e cômica tragédia, sem nunca acabar, sem nunca parecer velha. Mas não sou partidário desses que amam o mundo, acho-os  rematados canalhas. Com treze anos eu sabia de Lula, dessa   gente toda. Sabia e dizia a meu pai. Nunca fui enganado por essa gente que cuida da humanidade, que a ama como se Cristo fosse. Só houve um homem que amou sinceramente a humanidade, e pagou com a vida esse amor. Nelson Rodrigues dizia que nada mais é embrutecedor que a multidão. Eu digo que nada é mais inumano que a humanidade, e não é só jogo de palavras. Duas palavras não podem dizer tanto de suas semelhanças concretas e reais enquanto palavras (uma derivando da outra) e tão diferentes em sentido.  Os grandes canalhas são grandes condutores de massa são indutores de comportamentos adoradores, são medíocres. Humanidade é uma linda palavra se usada com o sentido individual, se é para designar a nós como um todo, como uma genérica e redutora ideia de ser, fico de fora. Odeio o socialismo, mesmo os sinceros porque eles são portadores de uma arrogância titânica, acham-se escolhidos e tocados pela verdade, pela luz.
E eu sinto nada em não mudar, em ser amoroso com quem conheço e se fizeram amados. Não vejo nos pais do mundo todo uma extensão do meu. Meu pai é só meu pai, só isso. Eu não amo todas as crianças do mundo, sequer amo as de meu bairro, nem as de minha rua. Amo poucas pessoas e sei o que o amor é egoísta e seleciona o que ama. Portanto em linha reta sigo o prumo de minha venta no sentido de orientação, não de empáfia, que sempre não estando certo, sempre não estarei errado. E se posso ensinar algo, eu sempre posso, é a ser poeta. Não escrever poemas, ser poeta, o que é coisa diversa. Ensino com autoridade de quem tem como professor a vida, e usa-a toda, gasta-a, porque sabe que se se guardada ela mofa, ela estraga, deteriora, se estagna. Portanto e para tanto me vejo em poesia. Meu amigo é um rio, rio que faz de dor alegria, que corta o Recife como o bisturi cortou o meu peito, frio e sem dó, com estilo e sabendo que cortar a carne muitas vezes é melhor que beijá-la. A minha vida não é perfeita, mas é bela, é a que amo e a que não trocaria por mil outras, e se parece a alguém que ter dois peitos cortados,  fios, e cortes cabeça são pouco motivadores, dou o mote de martelo agalopado, sem métrica, sem rima, sem nada: 

Aprenda com a vida que viver é estar alegre, amar e divertir-se, ainda que mais não seja, olhe o alto, vejo o dia e siga os menestréis: é treze com doze, e onze com dez, é nove com oito e sete com seis, e cinco com quatro mais um mais dois e mais três...  quem diz não e nega a vida, não merece que eu diga a que sou melhor que vocês.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ATRASADO E DESLEIXADO














O vate vem te desejar muitos outros anos de vida e maternidade, muitas luas, lugares e boas saudades, muito axé, muita luz e prosperidade. Muito do que tu sonhas agora se faça realidade, longos dias, saúde, paz, firmeza e pouca coisa a reclamar, tudo a agradecer, tudo a se orgulhar.
O vate chega atrasado para te parabenizar. Tu perdoa, tu me entende, sempre há de aceitar minhas desculpas, meus erros , o que pode parecer desleixo em cuidar de nossa amizade é só desleixo em tudo.
Queres que te faça chorar? é fácil, é só avivar tua lembrança e como é linda nossa amizade, nosso respeito recíproco e verdadeiro. Luluzinha, és uma amiga brigona, enclenque e setemesinha, mas como posso me aborrecer contigo?
Disse que faria você chorar e você achou pretensioso, mas posso. É só te lembrar. Eu lembro, lembro de tudo. De tua dor de então e como me doia, de tuas lágrimas e planos, e como eu torci. De quando me ligou e disse que poderia engravidar de novo, eu fui o que morreu de chorar do outro lado da linha. Sim, luluzinha, ainda e sempre seremos amigos, seremos queridos um pelo outro, porque te devo carinhos e compreensão, conselhos e puxões de orelha, e te devo sobretudo, tua torcida. Se pode pagar uma dívida de milhões, de centenas de milhões, basta que se tenha o dinheiro, basta que se possa pagar. Mas para que te pagues o que te devo (eu nunca pagarei) teria que morrer em mim o que nunca pode deixar de vicejar, de medrar, de crescer, de subir, de inflar, de só ir, não voltar, de querer, de sonhar, expandir, espolcar, de ser belo, de ser pleno, de ser azul, como teu filho, como você. Desculpe as palavras e frases desconexas, mas se é para ser claro e mais preciso, te digo: te amo, minha amiga, serei sempre teu amigo.


domingo, 3 de fevereiro de 2013

A NOITE NUNCA TEM FIM















Quando acontecem as tragédias é que aparecem os nossos "sábios". Geralmente são incultos e redutores, sempre são risíveis, quase nunca críveis, quase sempre cobertos de razão pelo cobertor com que os medíocres se esquentam.
Eu pasmo ante o raciocínio, se pode a raciocínio dar-se este nome, dos que com tom apocalíptico veem (esse será o grande legado do ptzinho ao nosso povo, enfraquecer e enfeiar nosso idioma, tirando acentos onde não deveria. Aliás, subtrair é o forte de Lula e seus asseclas) na tragédia, que sendo no Brasil poderia ser evitada (o nosso país inventou a tragédia evitável, que portanto não é tragédia, é um assassinato sem assassino, um malfeito sem malfeitor, culpa sem culpado, onde por não poder, por frouxidão, dá acaso o que não lhe é devido) mas volto aos que com ar cínico-patético-cretino, fazem o comentário hediondo e atribuem ao que aconteceu com jovens ao fato de estarem em uma boate. Javé, o deus mal da bíblia, matava para mostrar sua infinita bondade, exterminava para educar, e aos que acham que insulto o monstro do antigo testamento, digo que é isso mesmo. Não confundo Cristo com nada, mas menos ainda com Javé, ou Jeová, como querem suas testemunhas. Matar para educar e mostrar amor, eis uma coisa asquerosa, e que nos mostra a bíblia em seu antigo testamento. A quem possa interessar, e que ache que blasfemo, peço que leiam a bíblia, façam isso. O antigo testamento é um monumento a monstruosidade, a intolerância, e a tudo que não se devia se olhar sem nojo. Eu fico fora de mim quando vejo um idiota desses dizer: a bíblia diz que... palhaços, a bíblia diz que a mulher é um ser imundo quando menstruada, que javé mandava matar e algumas vezes matava, que aceitava escravidão e ditava regras para isso (tão hediondas quanto ele próprio) pedia sacrifícios, as vezes de humanos, e agia como o pior dos psicopatas. A bíblia (falo do velho testamento) prega que deusinho javé, faz escolhas entre povos, entre homens, e dentre esses homens, ainda escolhe outras coisas. Jesus é amor, javé é ódio.
Eles estavam na noite, bebendo e farrando, sei disso. Morreram mais de duzentos, isso é fato. Eram jovens e morreram em desespero. Todos juntos, quase todos bêbados. Eu choro por eles, posso amar a cada um sem o ter visto. Ouvi seus gritos na noite e tive medo. Depois os de seus pais e tive mais ainda. Meu filho, querido demais, adorado demais, precioso demais para estar ileso aos kisses da vida ou de sua inimiga. Eles estavam na farra, e daí idiotas que acham que isso importa? na hora do fim de vocês não haverá local em que a morte não vos ache, não vos pegue. Aos meninos e meninas que se foram deixo meu respeito de quem cultua a vida. Sim, morreram na boate, na farra, e houve desespero e sofrimento, mas morreram porque faziam o que gostavam, porque estavam vivendo.