domingo, 24 de abril de 2011

A LÍNGUA DO GATO

Sai dali meio pateta, meio sorriso, inteiro feliz.
E chorei todo o trajeto, todo o caminho que leva à casa de meu pai.
Fui à pé na chuva fina. O trânsito estava... Não havia isso, havia carros parados. Muitos.
Mas se o trânsito fluísse, se transitasse, para que me conter, pegando um táxi?
Eu precisava da chuva para que ela escondesse meu chorar, me lavasse a alma, me levasse a dor, me desse calma.
Fui caminhando e pensando bobagens; pensei se Pedro teria língua de gato.
A mãe dele acha que é falsidade. Que seja. Mas que fique dito: o que soar falso em mim é tudo, menos falsidade. É eu ser quem eu sou, é ter minha verdade. Verdade de poeta, uma falsa verdade. Verdade de poeta, mais verdade que a verdade. Porque nela tem amor, porque vem como quem arde. Porque vem com o olor, cheiro bom de uma saudade.

Paulinho Da Viola saberia o que digo, um burocrata não sentiria, como sente muito o poeta, como um vil não poderia. Sou poeta, e se não sou João Cabral, Drummond, Manuel, quem seja; participo da mesma dor, de poeta benfazeja.
Sim, me parecia que Pedro poderia ter língua de gato. Porque ele é preguiçoso e lento e bonito como um gato.
A mãe dele acha que sou falso. Há de se ter compreensão com todos, até com os que não veem no poeta o que ele é: um admirador de gatos.
Marcelo Novaes, poeta que admiro e de cuja pena saíram poesias espetaculares, como ele pode, por ser poeta escritor, estar acima de minhas possibilidades, abaixo do que lhe é devido, querer o que escreve registrado, não por pretensão, mas por ser bom, ele não pode com um gato. Sabe disso.
Um gato pode tudo, até girar no ar e cair de pé.
Sim, dona lu; pensei no teu filho com carinho imenso, e nada sou dele, você bem o disse. Mas eu lembro à você que tínhamos um sonho, e  choramos muito na madrugada, você teria um filho, eu ficaria curado. Tu tens teu sonho ao teu lado, eu não posso provar o quanto amo isso, mas não se prova o amor. No dia que saí do hospital, e chovia, eu escutei (de um médico) que melhoraria. Veja bem, foram dez anos tentando não piorar, só não piorar, nunca “melhorar”. Só degenerar (nunca gostei dessa palavra) agora “MELHORAR MUITO” foi ele quem disse, e confio nele tanto, mas tanto, que vou deixar ele abrir-me a cabeça, e o  farei sorrindo.
Pois é, fico bobo em dúvidas tais, amo teu Pedro, seu espreguiçar, sua linguinha. Não o amo para lhe agradar, não preciso de você nem disso. O amor que fica é o de um sonho (eu posso amar um sonho porque sou poeta) o  sonho de me ver curado, o sonho de dizer a meu filho: eu não disse?

domingo, 3 de abril de 2011

O PAI DE YARA

YARA



NO MSN PEDI A YARA QUE FIZESSE UM TEXTO QUE FALASSE NO PAI DELA. ELA FEZ. SEGUE O POEMA.











Dois braços para alcançar o mundo
Tanto amor e tanto medo
Tanto amor e pouco tempo

Certas palavras são fortes de mais
E tem pouco a ensinar
Outras mais são fácies de dizer
Melhor calar

Tenho em ti a luz do mundo
O carinho das mil eras
Onde não nasci

Vejo em ti o conto antigo
No ensaio de existir

És gigante sim
E por que não

Poderoso defensor
Armadura escarlate
Pesada e fria
Amada encantada e luzente
És  o amor
O meu amor
 E mais nada

sexta-feira, 1 de abril de 2011

TRÊS CHATOS

TRÊS CRIATURAS CHATAS.
MAS JÁ FAZ UM TEMPINHO QUE NÃO AS VEJO (1 MÊS) AI, SABE COMO É...