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sexta-feira, 19 de junho de 2015

ANIVERSÁRIO




Não tenho nostalgia de nada, menos ainda de mim, porque me habito, porque não cheguei ao fim.
Estou acostumado a não fazer sonetos, só busco o que posso e sei de meus limites.

O tempo passa e isso é uma descoberta, achei que eu seria eterno, até um dia desses. O tempo vem me jogar na cara a minha estrada no meio (sou um otimista, me ponho quatro anos à frente do IBGE). a minha estrada que  já não é longa o tanto que era a uma hora. Mas viver não é isso? encurtar estradas.
O quê diabos teria isso haver com mega hair eu não sei, mas eu não sei de nada, apenas desconfio de muita coisa, como o Riobaldo, de Guimarães Rosa.
O mega hair é um cabelo postiço preso por sabe Deus o que lá aos cabelos de quem os ponha, minha irmã os porá hoje. Eu não firmei opinião sobre o mega hair, mas ainda assim ela os poria se eu fosse contra. O absurdo de envelhecer é que você não controla. Você envelhece, você envelhece. Isso é de uma estranheza absurda! Estranheza, não tristeza. Envelhecem os vivos, envelhece quem ainda pode envelhecer. Semana que vem será meu pai e logo um pouco mais eu chego aos 40 anos. Eu não sei porque estou escrevendo isso. Quis fazer uma coisa não sentimental e isenta e, sobretudo, com bom humor, pois sempre falo de coisas chorosas.
Minha irmã, que faz hoje aniversário, tem muito mais afinidades com meu pai, que dela é muito próximo em aniversário e em tudo mais e eu começo a achar que só escrevo algo razoável quando sou brega e que esse texto está enfadonho mais que o natural.

Mas não vou apelar, fica meus parabéns, fica um beijo, sem mais nada. Fica cumprir o resto da estrada, fica nossa irmandade acima de tudo, fica tudo. Fica o que não se acaba com o que se acaba enquanto ainda formos, fica mais que o gostar de alguém, querer que ela fique bem. Fica a nossa religião de dois seguidores (essa será semana que vem celebrada). Fica nossa infância, brigas, choros. Fica muita coisa, que sendo pouco aos outros, é tudo nessa família quase sem parentes. Ficam os anos que passaram, ficarão os que virão. Ficam palavras que não são nada se ditas pela razão diversa das que escrevo agora. Fica a lágrima não chorada, guardada, contida, represada, com que escrevo isto. Fica minha certeza de ter para contigo uma dívida. Um dívida não pagável e que não existe para ser tal. Dívida que por não ser paga é mais devido chamar de outra coisa, de chamar de gratidão.  


PARABÉNS!