quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

EU SOU A ALEGRIA, SEMPRE.









Eu sou a alegria, só sei estar assim, só sei de mim sorrindo, só sei sofrer assim.


Não há paradoxo em sofrer sorrindo, é mais de ser em mim (o riso) oxímoro do oxímoro.

Não rio da derrota, nem rio da desgraça, mas folgo de saber que dores vem e passam.

Só o que fica em mim é isso, essa alegria perene. Uma alegria de amor pelo sorriso de irene.

O sorriso de Irene que despertou no meio da dor um refúgio, um consôlo, um pausa.

Eu sou a alegria e sou mais pela manhã. Por renovada, por matutina, por ter mais brilho, auspiciosa, límpida, perfeita. Ao invés de me excluir porque não volta, me aceita.



Se o Vasco perder domingo, se eu não ficar rico, se tudo embaçar, entorpecer, se turvar. Se o que eu temia acontecer, se o que eu sonhava malograr, se eu me ver sem você, se o crepúsculo dobrar, se o que houver for negrume onde clarinho eu queria, se esquecer de ser alegre e entristecer um dia, sabendo-me triste, sabendo-me só, meu amor, me ligue, liga, amor pra mim, e diz: você é alegria porque está assim?

Talvez argumente que a dor me alcançou, que o peso do tempo, do parkinson, da luas e das pontes pesaram sobre mim. então me lembre o que me fazia chorar e sempre fará. Então, lembrando das pontes, das luas, do Vasco, dos gatos, de sua prece para Maria, dos retirantes de João Cabral, e para o meu filho, para o céu; e lembrando tanta coisa que me fez chorar, eu volte ao que sou.

Porque sou a alegria, não posso te faltar. No teu dia-a-dia, na luz do teu olhar.

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