terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O RIO NUNCA SECA








O vasco não foi campeão. Estava com meu filho ao meu lado, meu sobrinho, duas tvs na sala e muita torcida. Mas o vasco não foi campeão. O jogo acabou, saí da sala, pitocudo ficou vendo o que queria, mas não houve o grito de campeão. Meu pai ligou,  disse que torceu mas infelizmente não deu.
Não fomos campeões, isso sei, mas somos vascaínos, ainda  e sempre, vascaínos.

Millôr Fernandes tem uma frase genial sobre isso. Ei-la:  “vitória é aquela vez em que não perdemos”. Vamos perder sempre mais do que ganhar durante toda vida. Amores, saúde, tudo. Mas há um jeito de nunca perder, ou por outra, sempre ganhar; e te ensino, e te mostro, sou bonzinho. Lá vai:

Quando teu “vasco” perder, ou você descobrir que existem milhões de seres mais capazes que você, ou mais bonitos, ou mais o que seja, olhe pra dentro e procure algo bom. Não por vaidade ou soberba, mas pelo mero prazer de saber que tem limites e que é sabedor deles e que pode tentar superá-los. Há uma virtude na luta que é estar lutando, estar nela, dentro dela, de todo corpo, de toda alma.
O vasco perdeu, é certo. Eu torci muito pelo contrário, mas não deu. Saí da sala triste, meu filho notou. Não chorei, mas não tinha motivos para rir. Ninguém se alegra na derrota, mas há os que não sabem perder.
Eu disse a pitocudo, não com palavras, com gestos, disse-o: 

A PAIXÃO ACABOU?

NÃO!

SOMOS VASCAÍNOS.

A RIO NUNCA SECA.

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