sexta-feira, 28 de maio de 2010

QUANDO CHEGA JUNHO EM CARUARU...

 CARUARU, SÃO JOÃO, É CHEGADA A HORA!
COMEÇA HOJE O QUE IRÁ ATÉ O SEU FIM, COMO TUDO NA VIDA, COMO A PRÓPRIA VIDA. AS NOITES DE FESTAS JUNINAS EM CARUARU SÃO..., (COLOQUEI O GONZAGA CANTANDO LUAR DO SERTÃO) E COMEÇO ENCHER OS OLHOS DE ÁGUA,  E PENSEI EM PAULO FRANCIS. EU LIA ELE NO "O GLOBO", LI ELE NOS TENTAR DIMINUIR,NOSSA GENTE FEIA E BREGA.  GOSTAVA DO FRANCIS, AINDA GOSTO, ELE ERA BACANA, CULTO, PERSPICAZ.
PAULO FRANCIS, OU QUALQUER UM QUE ZOMBE DE NÓS, DE NOSSA GENTE, DO NOSSO FALAR, DE NOSSAS ROUPAS, ESTÃO PERDOADOS NO MEU  CORAÇÃO. POR SER HOJE O COMEÇO DAS FESTAS JUNINAS DE CARUARU.
SABE O QUE É ISSO?
NÃO SABE? EU SEI.
É UMA NOITE DIFERENTE, UM DIA QUE IMPLORA QUE A NOITE CHEGUE, UMA GENTE POBRE RINDO, NÃO POR RAZÕES DE RISO NORMAIS, MAS POR ESTAR EM CARUARU.
E A QUEM NÃO VEM NÃO DIGO O QUE PERDE, POR NÃO PODER EXPLICAR.
A QUEM VEM AVISO: CUIDADO  PARA NÃO VIR E FICAR. NÃO É QUE AQUI SEJA MELHOR QUE ONDE ESTÁS,  MAS DURANTE OS 30 DIAS DE FESTA EM CARUARU, NAS NOITES ONDE GONZAGA VIVE, ONDE NOSSA GENTE QUE FALA DE UM MODO QUE TE CAUSA RISO.

"SE EU NASCESSE DE NOVO E PUDESSE ESCOLHER, MAS DO QUE SOU NÃO QUERIA SER"

ESSA FRASE DO REI DO BAIÃO DIZ TUDO.

CARUARU, COMEÇA HOJE  O TEI TEI, OU O QUE QUEIRA CHAMAR, E NÓS, DE CARUARU, ESTAMOS CHEIOS DE NÓS, CHEIOS DE UMA COISA QUE NÃO TEM NOME, UMA COISA QUE TERÁ FIM , AO FIM DOS TRINTA DIAS, AO FIM DE NOSSA VIDA, MAS FIM COMO COISA QUE FINDA NO ESPAÇO, NÃO NO TEMPO.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

CORPO FECHADO

A VOZ DA DOR.

EU QUERIA MELHORAR O MUNDO´. FAZER SORRIR AO ACORDAR, AS PROSTITUTAS, E OS DROGADOS SEM O SEU VÍCIO, SEM SUA CARA ESTUPIDIFICADA.
MOSTRAR A QUEM SÓ PENSA EM DINHEIRO O VALOR DAS MADRUGADAS. UNIR PÓLOS, JUNTAR O QUE PRÓXIMO, MAS POR TOLICES, SEPARADOS. CERZIR QUANDO FOR ISSO PRECISO, FENDER, SE DISSO PRECISAR. NÃO É QUERER SER DEUS, MAS QUERIA MUDAR O VALOR DAS COISAS, POR AS COISAS EM SEU DEVIDO VALOR.

ONTEM OUVI A VOZ DA DOR, AO TELEFONE ELE ME DISSE: PORQUE FAZ ISSO?


ONTEM EU MORRI, E NÃO SABIA QUE ERA ASSIM A MORTE.

domingo, 2 de maio de 2010

À MANEIRA DE PAULO.












O que posso te dar é pouco, ou quase nada, pouco, ou nada, te servirá, nem te trará o que entendes ser felicidade, muito menos te trará melhoras financeiras. Não te fará calma, nem ficarás mais culta, nem mais nada. Poderias prescindir de tudo o que tenho para te dar, e serias muito feliz, ou muito triste. Não posso te dar nada demais, sou como todos, sou gente. Nada te falta do que posso te dar, vives uma vida, viverias mil sem o que te ofereço, e nunca isso faria diferença.



Mas o que tenho para te dar, e nisso preste atenção, como se deve prestar atenção a um conselho dado em tom solene por um grande conhecedor do que diz, como um psiquiatra, ou um conselheiro de estado, ou melhor, como polônio dá a Laertes, como um pai dá a um filho, portanto.



O que posso te dar é um histórico de cacetadas duras, mas duras mesmo, que transformo em coisas de afirmação, coisas de sim, como João.



O que posso te dar é deixar que você me conte suas dores, sem repreender, sem dar conselhos. Sim porque não os dou, e se os dou, nunca é sobre questões tuas, nem coisas que concernem a uma só pessoa.



É falar como eu falo, das coisas que falo, isso é tudo.



Posso te mostrar o que gosto, e você talvez deteste, e nisso não te repreenderei. O que gosto revela algo sobre o que sou, mentira, revela tudo.



Eu gosto de pontes, tenho fixação por elas, não as lindas das fotos, as de Recife. Gosto de imagens que me ficaram na retina e que eu não esqueço, nem teria como. O beijo de corisco em dada no filme do Glauber, o manuseio de cartas de meu pai, a descoberta do olho de pitocudo, minha irmã sorrindo no shopping ( um sorriso tão lindo, tão dela, que nunca esqueço), o olhar do rei para Falstaff, Caetano chorando na morte de tom, minha outra irmã ( a mais velha) me fazendo subir uma escada, e dizendo que se pudesse dividiria a doença comigo, muitas coisas em uma galeria de boas lembranças,



Bom, não sei em que isso pode ser útil a ninguém, aliás, sei : em nada.



Mas é o que tenho para dar, só isso, um sorriso e madrugada