sábado, 30 de agosto de 2014

MARIA





O que eu queria era escrever, com beleza e alguma poesia.
Fazer-lhe um poema simples e lindo sem analogias.
Queria que ela se emocionasse sem ficar triste.
Que derrama-se uma lágrima mas no fim sorrisse.
Tocar-lhe a alma pelo sincero do que digo, não por bem dito, mas por amor a ela, amor bendito.

Queria que ela se sentisse bem e nada preocupada.
Se sentisse plena como mulher, por amada.
Se sentisse por si enamorada.
Ao ler não se achasse menor que o elogio, nem se ensoberbasse com ele. Achasse natural, posto que estrela não se acha estrela. Como o sol não se olha no espelho. É sol. Sabe ser lindo, sabe brilhar, sabe ser o que é.

Não posso dizer como quero, digo como posso: amiguinha amada, em ano em que perdi metade do meu coração, quase a vida e o riso fácil, Deus me manda um anjo pra sair da lama e outro pra me dar abraços. Manda Maria (a do terço) e Maria ( a do Carmo) manda dizer que a vida tem sempre uma saída mesmo sem porta ou sem espaço. Mesmo sem luz, mesmo no nada. 

Amiga, se não formos nada, seremos amigos e isso é tudo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

ELA










Bastaria o jeito não tão delicado, a voz mais gutural e menos melíflua, as unhas não pintadas de rosa e ela  não ser uma.  
Bastaria que não fosse bela e com um olhar de quem já viu a vida e desconfia das coisas e pessoas. Que ela não fosse tão singular e singelamente se chamasse Maria. Maria do Carmo, padroeira de Recife. Recife das pontes amadas, das ruas velhas e de uma madrugada de dores e álcool. Bastava ele me dizer de onde tirou o jeito e porquê é tão fácil pra ela fazer-se querida. Bastava eu não ser tão bobo. Mas há um diferença entre os que as coisas são e o que poderiam ser. "Entre a intenção e o gesto". 
Mas ela me encanta por o que tem e é só dela. Um calmo de ser, um jeito de espera. Um verão que fosse primavera, um adequar-se aos espaços como se fosse ela dona dele todo. Ocupar os limites como se estes fossem pouco. Sem forçar nada, sem simular. Sendo linda e ela. E ela.... ELA É O QUE HÁ!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

NEM MEIO-DIA


Mas então ele levantou, tomou café e se pois disposto a mais um dia. Sei nada do que pensou ou sonhou. Sei que tinha planos e talvez nem tenha pensado nisso. Sei que tinha olhos verdes e que tudo que ele tinha já não o tem nem terá.
Sei que viver é mais que perigoso porque só tem um jeito de ficar vivo e infinitos de morrer. Hoje foi seu último dia e nem chegou a sua metade. Se sabe do que foi feito ou dito, não mais que isso.
A morte é confusa e triste como querem fazer não crer os que dizem que não a temem.
Ela é uma coisa que não existe e pior que isso vive do inexistir. É absurda, irreal, abstrata, até o dia em que nos leva o chão, nos tira o ar, o poema, e o que nos parecia mais lógico, real e palpável: a vida.

A vida de cada dia deve ser celebrada. Não esperar grandes festas ou mudar a longo prazo. Sonhar uma felicidade futura e não vivê-la no presente, guardar beijos ou queijos, prorrogar, proclastinar. Tentar viver o depois, conjugar verbos no futuro e ao futuro atrelar o bom. O futuro pode se acabar numa manhã, antes do meio-dia, depois da meia-noite.



























domingo, 10 de agosto de 2014

MEU PRESENTE



Se posso pedir algo no dia dos pais nunca será presente, nunca será para mim. Sendo para você é ainda mais para mim que se para mim de fato fosse. Sendo um bem para você é como se para mim sentisse o que do bem o bem mais divino fosse.
Meu presente é teu riso, teu riso,  teu riso e mais nada. Minha paz é você estar bem.
Tudo perde o vigor, a graça, o amor, o enlevo. Tudo perde o gôsto, azeda ou apodrece. O amor que te devoto é eterno é só acaba, quando eu me acabar, quando de mim não houver mais nada. Como nisso não ponho fé, ponho fé em Jesus Cristo, há de sempre haver amor por ti, mas não mais, mas não menos, seja nessa ou outra vida, seja nesse ou em outro tempo.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

TEM SANTOS NESTE LUGAR









Não é pelos templos, os palácios, nem pela capela sistina. É pelo sangue dos mártires.

Não é pela pompa, poder ou cerimonial. Mas pela eucaristia.

Não por quando a igreja se perdeu na idade média. Mas por quantos almas ela salvou antes e depois disso.

Não é por ter dois mil anos. É por ter dois mil anos!

Não é pelos casos de pedofilía. É Pio de Petralcina, padre Fábio de Melo.

Não é pelo que errou, erra e errara ainda, mas pelas santas casas, hospitais, universidades.

Não é por ter feito conchavos, servido à interesses. É pelos santos.

Não é por posições antiquadas, nem proibições, nem encíclicas papais. É pelo amor de Maria, pelo nome de Jesus, poderoso e fundador, que sobre Pedro ergueu sua igreja, que  a ela abençoou.

Toda a luta para compilar a bíblia. Sua tradição de homens gigantes. Quando errou foi por dirigida por homens. Homens são factíveis de errar. Em todas igreja tem erros, mas só uma é basilar. Uma fundou o bem no mundo. As que vieram contra a santa igreja se conhece o fundador, ou dono. A católica tem um só fundador. Magnânimo, soberano.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Em uma guerra só deve haver uma torcida: a de que termine. Em uma guerra ninguém tem razão. Ficar tomando posição contra ou a favor de palestinos ou israelenses, serve para alimentar a estupidez tanto de um colunista da veja (que eu amo) quanto da presidente-retardada do Brasil. Não há lado possível em uma guerra. Isso não é bom-mocismo nem ingenuidade, é a única posição possível para quem não esta morto ou padecendo sono de morto (João Cabral) ou ganhando com a guerra, seja de que modo for.