A mim pouco importa os conluios, os conchavos, os melindres, os agravos. A pouca coisa ou a muita ou exata. Para (que não vou mudar o mundo) me importa menos uma guerra que sua febre, menos a política, a igreja, os museus, os artistas, poetas, sábios, salvos, que sua alegria. A mim pouco se e dá se os dias te fizeram longe (nem tanto) porque te guardo perto, mais que perto, dentro, e dentro do centro, do fundo, onde não há quem entre sem minha permissão. A mim nunca caberá uma intriga, um mal entendido, uma aresta. Você vive o seu, eu vivo o meu, mas somos poetas. A mim o fato de dizer que te amo, não me soa repetitivo, enfadonho, toda raça reside nisso. O amor repetido a cada dia, e em cada dia aumentado. É isso, meu filho, não cabe o amor em palavras, não cabe a vida em conceitos, você nunca coube no meu coração, por isso, cuide no meu coração que você carrega nas mãos, nunca deixe-o cair, nunca deixe-o quebrar. Cuide do meu coração que te dei. Te dei e nunca vou tomar, porque se sair de suas mãos tudo perderá o sentido e ele deixará de pulsar.