Hoje é que sem medida, hoje é que é sem freio. Não digo que não foi tanto antes porque antes tanto não me caberia.
Ela dança, eu peço a Deus que ela não saia da minha vida.
Ela esbraveja, espreguiça, expande onde parecia ser o limite.
Ela faz um monte de coisas e não faz outro tanto, como todo mundo.
Mas o que faz é tanto, é lindo, é arrasador.
A voz dela é como se você colocasse a ternura como coisa concreta, como uma coisa que se tocasse, que se visse, e dentro de algo que contivesse.
Ela só caberia com precisão em um coisa imensurável, porque a medida dela é essa: IMENSA.
Quase não ri, nunca grita, nunca perde o sereno jeito.
Mas nela nada é "quase" tudo é dela e tão dela, como o coração que eu tinha como meu, como minha vida.
Se poetas são seres imbecis (e de fato o são) e o amor torna o homem imbecil, sou imbecil ao quadrado.
Ela disse preferir meus "versos" aos que tentei mostrar-lhe de Cabral. Não a contesto. Versos de amor (embora toscos como os de agora) sempre justificarão os fracos poetas. Teu nome contém um mar, o mar não te abarca inteira. A quem diz "exagero"! dirá por ignorância ou inveja. Quem nunca a teve não sabe que o mar do mar é ela.