quinta-feira, 4 de outubro de 2018

VALENTINA

Enquanto esperas teu filho, escuto Djavan. Na madrugada. Tão Ipsep, tão nossa cara. Tudo passou, nada se acaba. Tudo já não é, mas foi bonito. Nossa amizade, nossos porres, suas brigas, eu as acalmando. Não éramos pai, nem adultos, só moleques, só crianças. Ai vieram os filhos. o teu, o meu, agora de novo o teu. O tempo passa, amigo-irmão-comprade, e não tem cabelos ou cordas onde possamos segurar. E quando já não formos, quando já não houver mais "quandos" ai sim findará nossa amizade. Não, não findará nossa amizade, ela é maior que nós. Nós teremos fim, ela não.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

O QUE TE PERTENCE?






O tempo não transige, não espera, apenas passa.
Traz e leva tudo; Dá, e saiba que não é seu o que deu. 
Teu carro é teu, tua casa, tua roupa?
Por um tempo. 
Um tempo, só isso. 
O que te pertence e nunca te faltará é o que não precisa ser afirmado.
Não precisa escritura, recibo, comprovante de qualquer espécie. 
O que te pertence não precisa que você diga "meu", nem de exclamar isso.
O que te pertence não se enumera nem se escalona ou mede em preços. 
Nada te pertence se precisa ser dito "seu".
Se algo te pertence você nunca temerá perder dentro de si.
Ainda que se acabe, não exista mais ou se perca, estará em você, em sua cabeça.