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quinta-feira, 4 de junho de 2015

O nada.




Eu tive um sonho  há pouco que foi tão poesia que tentar contá-lo o diminuiria, reduzindo a sonho o que sonho seria se não fosse mais, se não fosse o que queria, todo sonho que mereceria o nome de sonho ou de poesia.

Eu tive, e tanto era lindo, que santo diria, mas não era isso, era até profano, por não ter pecado por ser mais que humano, por eu entender que era o que entendia não caber no homem, não caber em nada.

Eu tive (e pouco me importa se esta errado) ter -se sonho ou haver sonhado, ter se sentido certo, ter sempre eu errado, ou o que é real e o que foi sonhado, ou menos o pecado ou mais o perdão.


Se explicar não posso, quem o poderia? se sonhasse um sonho que foi fantasia, nada de irreal, nada que conteria um outro nada em si e por isso era tanto que a palavra nada tudo definia, como se verdade última da poesia, como se única verdade houvera, como se descoberta a nova era, como se descobrisse o véu primeiro, como se segredo não mais houvesse, como se tudo ao nada reduzira, e o nada fosse a melhor saída, e  era melhor por ser a única, e era bom e eu o sabia em sonho, e eu o via em graça, o tendo profundo, o tendo em tal monta que para mim nada mais me vale, nada mais me serve, nada mais eu busco do que aquele nada.