terça-feira, 29 de novembro de 2016

A QUEDA DO AVIÃO




Falo somente o que falo: se são bobagens, se são sentimentozinhos que a qualquer um ocorre, não importa, falo.
 Falo somente o que quero e  não tenho olhos mortos nem cicatriz onde seja que não as físicas. 
Falo para ninguém e isso não me interessa; Música para surdos, quadro para cegos.
Falo do que é minha verdade. Tão minha e sincera que se não é crível, e se não é verdade no fato, o é na intenção primeira, e não pode ser mentira porque na mentira nada sugere inocência. A queda do avião me paralisa, me faz ter medo da própria vida e lembra como é frágil essa, como que por um ai  ela termina.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

QUERO SER RIO SEMPRE



Sempre alguma amiga (umas poucas) me perguntam porque não ando escrevendo. Atendendo a essas (que de fato não são muitas) escreverei. O que não falta é assunto, o que me sobra é tempo. Começo pela burrice humana que cresce sem cessar como o universo? Falo de Lula? Das redes sociais e das tecnologias? Da propalada salvação dos protestantes ou da possível cura do mal de parkinson? 
Não! Isso é perda de tempo como qualquer discussão, pendenga ou debate. Falos sobre o que não discuto por saber perfeito, por saber exato. Por conter verdade, por ser vívido, por engendrar, medrar, vicejar. Falo do que sei, do resto me calo. Mas o que sei é sem valia, sem valor pecuniário. A quem interessar possa ( e creio que a quase ninguém e disso não me queixo) tem mais valor uma ponte do que um carro, um sorriso que uma insígnia, um valor conquistado que um bem herdado, um amor de contrários ou de iguais do que um amor de famosos. Tem mais meu respeito o ato sincero feio do que o falso ato bonito. O primeiro, cônscio do feio que traz em si pode ser melhorado. O segundo porque o que não é feito em sua essência de boa intenção e é cego no seu erro, não pode melhorar porque se acha bom.
Tem muito mais meu respeito o rio de João Cabral  que o rio real que os homens sujaram e as lamas sujaram o homem e este sujou  a lama e fez mangue no seu próprio sangue.
tem meu respeito os doentes,  mas os tem muito mais ainda os que são doentes e felizes. Tem o meu respeito os sabem que vão morrer e não fazem dramas. Tem o meu  respeito e minha admiração os que choram. Mas não na  frente dos outros para comover, para despertar piedade (esses eu desprezo como bem evito o trato) ou os que choram na frente dos outros e não se envergonham por isso.
Definitivamente repudio o conceito como claustro: americanos são maus; nordestinos são burros; veados são isso ou aquilo. Antes de ser qualquer coisa que lhe impute o mundo, antes de de ser categorizada, há a pessoa, única, que deve ser boa ou má ou média, ou como todos nós: bons e maus, sublimes ou tacanhos. Bons nesse minuto, ruins no próximo.
Insisto no que venho insistindo, eu nasci gente mas queria ser rio. Rio de João Cabral. Não quero ser outro. Nem mais bonito nem rico, nem mais inteligente nem mais nem menos nada. Não espero outra vida, não espero outro nada. Quero ter um consciência do que fui e ter a antena sempre ligada. Então quer vida depois desta? Sim! mas vida não é corpo, vida é saber-se, estar-se, ser-se. Portanto, quero ser rio. O rio capibaribe. Sujo, fétido. Mas o rio de João Cabral. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Quero crer



Eu guardei (e guardo) os amigos que tive e o tempo os resumiu ao mínimo,mas desse mínimo eu me orgulho, não é André carvalho, Elaine, luluzinha, Cleide, Maria Regina e Marta?

Mas não guardei as coisas de nonada (grande Rosa) essas as joguei no lixo e lembro-as como vagas, frouxas, mortas.

Eu tenho fé de um dia ter fé; É o que peço a Deus com total franqueza: fé.