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terça-feira, 1 de outubro de 2019

Meu coração e meu filho








A mim pouco importa os conluios, os conchavos, os melindres, os agravos. A pouca coisa ou a muita ou exata. Para (que não vou mudar o mundo) me importa menos uma guerra que sua febre, menos a política, a igreja, os museus, os artistas, poetas, sábios, salvos, que sua alegria. 
A mim pouco se e dá se os dias te fizeram longe (nem tanto) porque te guardo perto, mais que perto, dentro, e dentro  do centro, do fundo, onde não há quem entre sem minha permissão.
A mim nunca caberá uma intriga, um mal entendido, uma aresta. Você vive o seu, eu vivo o meu, mas somos poetas. 
A mim o fato  de dizer que te amo, não me soa repetitivo, enfadonho, toda raça reside nisso. O amor repetido a cada dia, e em cada dia aumentado.  
É isso, meu filho, não cabe  o amor em palavras, não cabe a vida em conceitos, você nunca coube no meu coração, por isso, cuide no meu coração que você carrega nas mãos,   nunca deixe-o cair, nunca deixe-o quebrar. Cuide do meu coração que te dei. Te dei e nunca vou tomar, porque se sair de suas mãos tudo perderá o sentido  e ele deixará de pulsar.

domingo, 4 de março de 2018

CONSELHOS











Entre tudo que fica do tempo, entre tudo que tem passado, entre o começo da vida, seu meio, seu fim inexorável, resta aprender algo que te valha no presente, o futuro e justifique teu passado. Aqui vão conselhos não pedidos que dou de graça (quem por eles pagaria?), ai vão:
Nunca assistir te e achar que aprendeu algo, você assistindo a tal tv fica mais burro e mais intolerante com os que mais sabem.
Nunca pergunte a idade de uma mulher, a menos que seja de sua profissão fazer isso, ou a queira deixar puta.
Diga sempre mentiras ao falar de si mesmo, se você disser que é um canalha, todos se identificarão e lhe chamarão santo.
Vote no Jair Bolsonaro, ao menos que apareça um menos ruim, menos simplório, menos ordinário.
Nunca assista jogos de futebol nacional, por quê quando você vir um jogo entre times da Europa, vai achar que é futebol o que se joga lá, aqui é algo entre tourada com arrastão na praia.
Nunca se ache mais inteligente do que você é, mas se você acha isso de si mesmo é provável que seja mesmo, o idiota é, por destino, um ser humilde, humilde e afetado.
Não dê "bom dia" a quem não conhece; não diga lindo o filho feio do seu \amigo; não diga que bandido tem alguma razão por ser pela sociedade marginalizado. Não seja esquerdista, nem apologista de golpes e militares; Coma quem lhe der mole, coma o que quer, você vai morrer mesmo comendo sucrilho. Ande como um bípede, não de quatro. Tenha ídolos e os ame, mas não exagere, eles erram, eles urinam, eles fedem. Leia João Cabral, Shakespeare, Goethe, e mais uns outros, mas não deixe de chorar ao lembrar o dia que teu filho abriu o olho. Reze e creia em Deus, com dúvida, com descrença, mas sabendo que ele existe. Desconfie de quem não duvida e vive de certezas; dos que falam em nome do Cristo, dos que querem melhorar o mundo, dos que morrem por baleias e não dão esmolas.
Duvidar é preciso, descrer, tentar sozinho, e ao ver que não dá, voltar chorando, pedindo  o abrigo. Preze o que tem, ainda que seja pouco. Quem despreza o pouco não sabe o tano que ele é para quem nada tem. Agradeça por todo dia, noite, chuva, lua, e o que te fez bem. Não peça a Deus o que julgar justo. A única coisa que se deve pedir a ele é mais fé. Bom, já dei conselhos demais, e não tenho autoridade, certo? Errado!
Tenho autoridade para dizer que antes de reclamar da vida, de lamentar, de sonhar com vestidos ou   carros importados, vá a um hospital, um cela, um hospício, um  abrigo de velhos abandonados pelos filhos. Vá ao instituto de câncer infantil e veja lá o recado.
Cuidado com o objeto, com o objeto, cuidado. Cuide de bendizer sua saúde, seus parentes, sua vida. Meça o que pensa mais que o que diz.  O conselho foi dado.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Mães, filhos e outros nomes

             Há na lua de Dostoievski, uma mais que lua, senão mais bela mais emblemática.Há no choro da mãe que enterra o filho algo mais que dor, algo mais que fado. É uma dor de perder-se o grito, é mais olhar, contemplar, acima do sofrer de fato. É um mega sofrer, mas a palavra não traduz a dor. A mãe que enterra o filho morto não enterra um morto, enterra a si mesma, enterra-se sem dó e sabendo-se morta. Uma mãe que mata o filho destrói tudo, destrói ele e ela. Por ser mãe perene, não dó na primavera. O filho que mata a mãe é  dos mais sujos assassinos, mata quem o gerou, o que fez dele um destino. Filhos não devem morrer, mães não devem matar, filhos não podem xingar. 
O filho xinga a mãe, a mãe tenta não gostar do filho, o filho nega o amor a quem não lhe deve nada e a quem ele tudo.  O bebê não morre no homem, com 30,40,42  precisa de colo e abraço. De ninho, de amor. 

O pai que diz ao filho "vai com Deus" diz como quem fala, uma coisa pensando outra. Quando digo a meu filho: vá com Deus, não quero dizer isso exatamente, quero dizer: vai com meu filho, Jesus e traz de volta meu coração. O filho de um bêbado, de um decaído, de um assassino ou ladrão, não foge a sina do amor, da sina de de onde veio o nada a ser tudo.

O amor precisa ser ressuscitado e ter outo nome: mãe!
O respeito pelo outro deve ser ressuscitado e ter outro nome: Pai!
O mundo deve respirar outro ar, que deve ser chamado: Bem!

sábado, 23 de setembro de 2017

Aprender com Dostoievski







Dostoievski, segundo Nietszche, foi um dos psicólogos que respeitava (o outro - e só eram dois- foi Shakespeare) escreveu "O jogador" em que narra a psicologia do jogo e toda a irracionalidade que resulta em um compulsivo. É difícil imaginar o sujeito conhecer tanto a psicologia e os desdobramentos em um comportamento vicioso e ser vítima ou aceitador do erro. Dostoievski era um ser viciado em jogo e com uma doença neurológica cercada de mistérios e superstições que existem ainda hoje e àquela altura eram maiores. Tenho compulsão por jogo e ando tendo alucinações. As semelhanças acabam aqui, para bem e para mal. Ele foi um dos maiores intelectos que o mundo viu surgir, eu escrevo abobrinhas no facebook. Mas a associação entre o anão e o gigante deve ser útil nesse momento para mim.
Ivan Karamazov, personagem dostoievskiano cujo intelecto era reputado pelos seus pares, embora nunca dissesse palavra que justificasse tal sabedoria durante todo o gigantesco livro, so falando ao fim do terceiro volume, no fim e sob alucinação. O livro narra o assasssinato do velho Karamazov, o pai, que é cometido por um de seus filhos. Um (Ivan) acha que matou, o outro (Dmitri) é julgado e condenado pelo parricídio que não cometera. Houve o tal parrecídio, só que cometido por Smerdiakov, filho bastardo do velho. Todo os livros de Dostoievski poderiam ser categorizados como lutas do bem contra o mal. O bem representado por Cristo e o mal por personagens que são falsificadores de satanás (piores portanto), são "os possessos". Uma outra característica que me diz muito neste momento de me tratar dos efeitos que minha medicação causa é demência de Dostoievski. Seu histrionismo e exagero na construção de personagens que são irreais demais para serem personagens somente e que, vejam só, tornam-se reais para além da realidade. Surreais, portanto.
Saber como funciona o raciocínio de um alucinado é útil e me apazigua. A alucinação não é uma palavra feia (não existem palavras feias) e nem é falta de caráter. Falta de cárater é não reconhecer erros, é não aceitar ajuda alegando que não precisa.
Dostoievski era um ser atormentado entre um cristianismo ferrenho e uma ligação as coisas que Cristo pedia desapego. O vício dele era maior que o meu, sua alucinação (como a lucidez) era maior que a minha, mas ao passar pela terra com suas mazelas e vícios fez espolcarem fogos e gerou uma luz para o mundo que eu não posso nem sonhar. Não posso tudo mas posso aprender com o mestre russo. Aprender que um  homem é mais que mazelas e doenças. Aprender que um homem tem sempre a aprender com Cristo. Aprender que nada é vergonhoso se não se faz por deliberação. Aprender a controlar o negro do cérebro com  o alvor do dia. Aprender que teimosia e inércia andam juntas e que disposição para melhorar nunca piorou nada. Aprender que o bem só emana de Deus e o mal vem de todo canto. Aprender que ninguém está morto se ainda pulsa a veia e você sabe disso. Aprender que os erros dos gigantes ensinam mais que o dos pequenos pelo motivo óbvio. Aprender que Ivâ karamazov era um canalha; Dmitri era um canalha; Smerdiakov era mais que isso porque matou. Aprender que a grande frase de Ivã: "se Deus não existe tudo é permitido" é verdadeira, mas absurda e ilógica por partir de uma premissa falsa. Aprender que o vício leva ao nada, é o câncer dos costumes. Aprender que o que reputam de nós é nada e o que somos é tudo.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Mâe





Para minha mãe, luluzinha e Maria Regina    





Nelson Rodrigues dizia que sua mãe só tinha um sentimento por ele: pena. Toda mãe e´assim. Mãe sente pena do filho. A mãe do Neymar, a minha, a de quem seja, sente pena do seu filho. Eu digo que amar é pensar na morte. A morte é parceira do amor. O amor da mãe pelo filho é de uma dor que sempre se dará. Porque amor é antes de tudo medo de perder. A mãe sabe da coisa da vida, do seu valor, sua fragilidade, sobretudo, da univocidade de cada ser. Por isso tendo dez filhos a todos amará e não pensará duas vezes em dar sua vida pelos dez, sem o cálculo que de 10 morto um, nove vão ficar.. Se diz que mãe só tem uma. Se diz certo. Pai também só tem um mas não cabe dizer isso. O pai ama o filho; a mãe sente o filho. Ela o sentiu pulsar dentro, o sentiu existir no começo, o sentiu como o pai não pode nem poderá. Por isso o pai diz: "prefiro meu filho morto que veado". A mãe jamais isso dirá. Porque sabe que a vida é única, que vale muito. Ela até o fim tentará a carne salvar. porque filho pra mãe é menos alma do que carne. Por ela ter o sentido nas entranhas. 
Ao parir ela coloca o filho no mundo, mas só a parte física, a alma dele, fica não no útero mas no âmago, no imo, no cerne, no centro, na espinha, onde for mais dentro. 
A mão do Neymar, a minha, e todas, sentem pena dos seus filhos. Rico, lindo, famoso, será isso para os outros, para mãe é apenas um ser frágil que está sempre com fome. Mãe que perde um filho é coisa das mais doídas das que há. É onde a dor é tão dela e tão única que homem nem deve falar.

sábado, 3 de setembro de 2016

Deus me perdoe





Tudo se acaba ou pelo tempo ou  se consome em si mesmo, como câncer, como o vício.
Nada fica, nada sobra, nada há que se posso dizer "meu". O bom da vida é isso! Como pode alguém querer ser eterno? É presunção demais e amor a vida  de menos. A  vida é única e acaba e fim de papo. Aceitar isso é ter coragem e força interior. Buscar explicações fáceis para ser e existir e sonhar com paraísos de felicidades perenes, me parece medo e somente isso. Eu fui nos hospitais, nos asilos, nos poemas loucos de homens que pareciam imortais e ainda os escuto mesmo mortos, mas são fantasmas. Fernando Pessoa está morto; João Cabral, Castro Alves e... pasmem, Shakespeare! O que me faz pensar que viverei eternamente? e que graça teria uma vida que não se acaba?
Sim, estive nos hospitais. Passei no setor de oncologia e vi crianças carecas e com dores na alma. Dores indizíveis. Mais doídas porque de criança, mais sofridas por ser sem o aparato de que disponho para me defender das minhas mágoas.
Acho as palavras do Cristo sublimes e devoto todo amor por ele, mas haverá em mim sempre aqueles rostinhos sofridos na minha retina cansada. Sempre, no meio de minha fé haverá aquela dor naqueles rostos. Queria crer com intensidade total,  queria me convencer que existe uma razão para os rostos das crianças com câncer... Queria... Deus me proteja de minha descrença, Deus me perdoe por não crer nele.

sábado, 13 de agosto de 2016

O sonho do poeta





Sinto mais pesado um dos lados do meu corpo -que não morto de tudo está- e vivo ou sobrevivo em facas educadoras, em pedras, em cactus, menos no diamante, mais no pouco, no seco, no exato.
Entre coisas que desgastam, entre coisas que se acendem, bailarinas inflamadas, touros, pontes e sevilhas. 

Aprendo com suas touradas que a poesia está completa onde ela não foi sequer pressentida.
Que não havendo morte o que há é falta de vida. 
Aprendi e guardo comigo, que não provém a beleza da coisa em si advinda. Que beleza  vem (na poesia) não de do que é, mas de como é descrita. Poucas coisas são em si mesmo bonitas e encerram em si sua beleza. A lua, o mar, o sol. Não se há de escrever poemas que apenas disto tratem (para tal já existem os poetas de Carpina) nem se falará de musas e ninfas. Tem que extrair de onde é improvável, de onde  é impossível. Impossível é o que não pode amarrar o poeta, nem prender-lhe pelo rabo. Ao poeta tudo é lícito desde que não descambe para o feio. 

O pecado do poeta é o feio, o simples, o vulgar. Os lugares-comuns, a frase feita, o pensamento dos outros. Ao poeta é dado o direito de não ser bom poeta, não é dado o direito de querer fingir sê-lo.

O poeta não chora, ele soluça.
Ele não ama, ele, ele constrói o amor para que outros amem.
O poeta não dorme, ele morre e volta a ser quando acorda. 
O poeta não sente, ele arde.
A dor do poeta não cabe em sua lágrima, e isso o angustia,
A fome do poeta não cabe em seu estômago.
O riso do poeta é de que vive o mundo.
Que o medo do poeta nunca se concretize.
Que o sonho do poeta seja tão real que não seja mais sonho de poeta.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Minha tristeza






Tem coisas que se começam e outras natimortas; coisas feita de coisa que a palavra não alcança. A palavra não alcança a essência, o que temos de bom ou de ruim. Eu não explico porque também não sei e creio que poucos sabem. Eu não sei da razão das dores, dos ruídos medonhos, das crianças com fome e frio e o que pensam. Eu não sei de seus pais, como sentem a pele e o coração bater, se se sentem homens não parte da coisa que não sei o nome. Eu me sinto mudo para as fortes visões de paraíso, da espera de encontrar lugar melhor e se isso não é um consolo bobo. Toda noite eu durmo e tenho paz e nem penso em morte, mas ela vem tão devagar e discreta... Dir-se-ia que nem tem pressa. 

A dor que dói mais não é a minha nem a sua, é a dos meninos dos sinais, das garotas de programa, dos travestis, dos drogados. Porque sabem das mesquinharias dos outros e não encontram ombro e só encontram zombaria. A zombaria é feia, o escárnio é feio. Certa vez saí da casa de meu cunhado (era ainda casado) e passei por um grupo de adolescentes que começaram a rir de mim, do modo como como eu andava e de minha rigidez muscular causado pelo parkinson. E riam alto e diziam coisas como: anda direito, robocop, anda direito. Cheguei em casa, contei a minha então mulher e ela chorou e me perguntou como me senti na hora. Não senti nada. Nem raiva ou qualquer coisa parecida com isso. Eu tenho desprezo por quem se despreza. Eu tenho asco de quem de si se apieda. Minha tristeza está nas coisas dos meninos nos sinais. Minha tristeza está quando batem em uma prostituta. Quando xingam um travesti, quando um pai nega o filho. Minha tristeza está nas coisas que realmente doem, e olha, conheço hospitais, sei o que é estar com medo e só. Minha tristeza eu guardo para o dia em que eu beijar meu filho pela última vez. Mas ainda assim não será tristeza. Minha tristeza eu guardo para as coisas que são tristes. Choro tanto e por tudo que não resta lágrima pra mim. Só sei ser alegre, não sei ser triste, ontem, hoje, até meu fim.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

TEM DE ODIAR O FEIO SE AMA O BONITO




O cara perdeu a mulher da vida dele pela razão -ou falta dela-,de alguns doentes mentais quererem impor sua fé com metralhadoras. É um jornalista francês que não sei o nome e sequer vi o rosto pela tv, mas ele me representa. Gente desse tipo me representa. Ele escreveu um texto que se eu disser lindo direi pouco. Diz que os terroristas que tiraram a vida do amor dele (deixando o filhinho dele sem a mãe) não terão seu ódio. Nossa Senhora, tem como não se arrepiar? No fim do texto ele diz mais ou menos isso: todos os exércitos do mundo não tem a força minha e dele (seu filhinho). Tem como não chorar?

Ele é incapaz do ódio. Em princípio eu diria: isso é coisa de imbecil! Mas (e é bom que eu rediga) perdeu o amor de sua vida e se vê pai de um filho que não terá mais sua mãe. Ele escreve uma carta ferida que contém sangue, mas o sangue de o poeta. 

O perdão deve ser dado mas nunca a terroristas. Isso é minha opinião. A partir de agora começo a tomar enfado por esse cara. Deixou de ser um gigante para ser nada. Olhando de perto e com mais critério, vejo-o falar para plateias, não como que sente. Se sente mesmo é um idiota, e desses eu corro.


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Quem é Emerson Sheik?





Emerson Sheik, esse é o cara. Disse ele (e não mentiu) que tem mais títulos brasileiros que o Vasco da Gama. Como jogador de futebol é um jogador mediano, como pensador é um jogador de futebol. As coisas não se medem assim, idiota. Sheik tem mais títulos que Romário, Roberto Dinamite, Ademir da Guia,Edmundo, Juninho, qual desses ela lambe os pés?
Disse que seria legal se o Vasco caísse. Que dizer? Há os que amam e os que odeiam, eu amo o Vasco, não odeio o flamengo.Se o Vasco cair, se der tudo errado, será o Vasco e nunca será passado. Sabe porque o Vasco é maior que o Sheik?
Porque é uma instituição, nunca passará. Sheik pensa como um jogador de futebol, Sheik é mediano jogando. O Vasco é seguido e adorado por milhões. Tivesse o Vasco nenhum título e Sheik 8000, seria só Sheik, mediano e sem sal, nunca o melhor em nada. Tivesse o Vasco não ganho um único título sequer, seria ainda o gigante da colina. Sheik faz propaganda de si mesmo, não representa nada, não é nada. O Vasco tem milhões que o amam, e quando cai eles choram mas esperam levantar. O Vasco é um religião e como tal se deve respeitar ainda que se não professe. O Vasco, ainda que mais não seja,e nem queira que isto ser, é o Vasco. Ponto final. Se compara Sheik com jogadores medianos, não com o time que fez Romário aparecer. O baixinho, sendo menor que o Vasco, é infinitivamente melhor que você. Quem é Emerson Sheik? Deixa que eu apresento: É um Romário ou Cristiano Ronaldo sem o talento do baixinho ou do português. Que só tem dos dois a arrogância (que nos dois o talento atenua) É um fanfarrão que não sabe medir as coisas ou as mede com metro errado. É um Romário sem futebol que justificasse o tanto falado. Um Romário falso portanto nunca o Romário. Um palhaço que se pretende sério e que deixou de ser palhaço (papel que lhe cabia) para querer ser superior ao que é. Como ninguém é mais nem menos o que é, deixou de ser uma coisa para não ser outra. Quem é Emerson Sheik? Ninguém que mereça menção quando se fala dos melhores. E o Vasco?


É isto.

sábado, 31 de outubro de 2015

O MAR DO MAR





Antes era vento, brisa, quando muito, ventania. Hoje é furacão, que não é o que destrói, é o que propulsiona, fomenta, dá energia, como se usa a palavra na arte, no revigorar-se, que sacode, que enche de energia.

Hoje é que sem medida, hoje é que é sem freio. Não digo que não foi tanto antes porque antes tanto não me caberia.

Ela dança, eu peço a Deus que ela não saia da minha vida.
Ela esbraveja, espreguiça, expande onde parecia ser o limite.
Ela faz um monte de coisas e não faz outro tanto, como todo mundo.
Mas o que faz é tanto, é lindo, é arrasador.
A voz dela é como se você colocasse a ternura como coisa concreta, como uma coisa que se tocasse, que se visse, e dentro de algo que contivesse.

Ela só caberia com precisão em um coisa imensurável, porque a medida dela é essa: IMENSA.

Quase não ri, nunca grita, nunca perde o sereno jeito.
Mas nela nada é "quase" tudo é dela e tão dela, como o coração que eu tinha como meu, como minha vida.

Se poetas são seres imbecis (e de fato o são) e o  amor torna o homem imbecil, sou imbecil ao quadrado.

Ela disse preferir meus "versos" aos que tentei mostrar-lhe de Cabral. Não a contesto. Versos de amor (embora toscos como os de agora) sempre justificarão os fracos poetas. Teu nome contém um mar, o mar não te abarca inteira. A quem diz "exagero"! dirá por ignorância ou inveja. Quem nunca a teve não sabe que o mar do mar é ela.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

14 ANOS






O tempo passa... frases idiotas como essa sobrevivem ao tempo. A razão é simples: Sempre haverá idiotas, sempre eles sentirão as coisas como idiotas e assim as dirão.
Meu filhote faz 14 anos! A exclamação é própria do idiota. Eu sou idiota e pai. A paternidade me fez mais idiota. Não há meio de se amar alguém que não seja idiota. Amores com frases soberbas ficaram para as musas de Shakespeare, Baudelaire, e afins; Meu filho faz 14 anos e tudo que tenho a dizer é: EU O AMO!  Sei bem das idiotices do mundo, sou um profundo conhecedor delas. Meu filho! assim o posso chamar porque é a única coisa que tenho de minha e de fato. Será meu filho mesmo eu não mais sendo. Nunca entendi a frase "meu(s) filho(s) são tudo o que tenho". Precisa mais? Sendo o que for é meu filho. Se chefe de governo, se rico pobre, preto, azul é meu filho. Veio por minha causa, existe porque eu existo. Eu fiz algo que não existia vir a existir. Claro que a graça deve ser dada a Deus, que me fez existir através dos séculos dos que me formaram... Este é um texto francamente imbecil, tenho consciência e vou terminá-lo logo.
Parabéns a Luiz Xavier (ele não gostaria de ser apelidado e não darei azo a quem queira o zoar) PARABÉNS, FILHO. Não tenho muito mais a dizer que não seja: TE AMO! sempre será assim, longe, perto, hoje e até meu fim.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Não matar






Ele ia baixo, de cabeça baixa, não como curvado ou como medo, nem por motivos menores de que se valem os canalhas para esconder sua hedionda cara. Ele baixava a cabeça por ter ultrapassado os de cabeça erguida e portanto saber-lhes tontos.
Ele quase nunca sorria, mas se o fazia era por coisas simplórias, dir-se-iam bobocas, sem sentido ou prosaicas demais para que fossem notadas. Se chorava? Sim, mas sem lágrimas abundantes. Apenas marejavam os olhos. Fora esquerdista outrora, ora não falava em política (quando se falava disso ele dispunha do sorriso dito acima), tinha perdido a graça para ele os rituais e cultos, mas cria. Em Deus? talvez, isso não compreendi. Andava só com sói ser aos que aprenderam algo. Gostava dos portugueses, de cheiro de maresia. Não tivera medos, não queria filhos, não sabia o gosto dos extremos. Sabia da vida passando e gostava muito de álcool e talvez cocaína, se o tivesse alguém oferecido.
Nada de exorbitante, nada de especial. Não fora Alexandre, dito o grande; nem bonito na mocidade; não era diferente de um homem em nada e em nada lhe era igual.
No dia de sua morte (um câncer no esôfago) já não havia qualquer resquício de sobriedade naquele homem. A dor lancinante do tumor em sua garganta o fazia gritar muito, e diziam: ele exagera. Logo ele que nunca fora dado a isso. Morreu com suas certezas e sonhos, levou consigo nada, apenas ele. Ele não faz falta a ninguém.
Ia esquecer do principal, do que quis dizer desde o começo sobre esse insípido ser: Ele dizia sempre que nunca matara ninguém e só por isso valeria viver.
Eis o meu héroi, meu personagem sem graça. Viver só vale a pena para os que não matam. 

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Pedido




Peço-lhe uma palavra para começar um texto. Um cigarro para que eu não o fume nem trague, acenda-o, e solte no ar a fumaça. Peço-lhe atenção e carinho, quando menos, teu abrigo. Quando me vires por inteiro o perdão e depois a paciência. Peço que não me deixe ir onde eu quero nem ficar aqui, nem parado. Peço que não entenda tudo, mas entenda o algo. Peço que não me provoque e, se provocada, me fustigue. Não peço compaixão, não peço o que eu não pedir ou que eu não precise, peço o que tens disponível, nada que me justifique, Peço respeito pela minha luta, peço severidade pelo meus vícios, peço serenidade pela minha fúria, que me xingue quando eu precisar disso. Que me odeie, nunca que me adore. Peço que ria de mim quando eu merecer o escárnio, mas nunca covardemente, me deteste com lealdade. Nunca deboche das pontes, dos poemas e das minhas cicatrizes. Peço que me oriente pelo caminho onde eu ande errado mas jamais me diga certo o que eu tiver trilhando. Me recuse o elogio, me faça um silêncio onde eu tiver acertado. Peço que não seja severa demais, só serena, só segura. 

Não deixe que eu seja todo, me tolha, me dê espaços limitados, para que não extrapole, e se extrapolar não quebrar nada. 

Peço que compreenda que eu não quero só teu sim, e sim o teu anuir ou desagravo. Que entenda que se só disseres "sim" me porás em dúvida sobre tua escolha, se tudo me negares, porém, me convencerás de que tua opinião não vale.

Peço que não confundas o meu choro com tristeza, nem eu estar rindo com estar alegre, nem o que digo com o que sou. Que eu nunca te convença de nada, que você nunca de medo de mim reclame. 

Peço que entenda que sou ruim como um homem.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

SOU EU



Gosto é de pessoa não de gente. Do íntimo não do público; do que está oculto e eu descubro, do que tem o particular como graça. Gosto de um ser em si, não de um ser geral. Um na multidão que eu lhe veja inteiro e só, sem ser uma figura igual. 
Os socialistas não me são toleráveis, bem como o gosto de todos. Gosto do que gosto e não do que "deve-se" gostar. O egoísmo é uma forma de amar. Não falo do egoísmo do medíocre, de quem só quer para si, de quem não sabe admirar. Falo do olhar interno, do se gostar, e estando se amando saber amar. Falo da tristeza sem lho negar, sabendo-a ruim, sabendo-a má; saber-lhe antes a digerir que a renegar. 

Eu falo do canto triste, das noites frias, dos pais que não conseguem alimentar seus filhos. Das dores humanas, das perdas sem fim que como se pela frequência, pela constância, fizessem adormecer o nervo. O tal nervo que nos faz gente e nos faz homens. Homens e leões não são iguais. 

Não pretendo ver leões morrendo, mas não suporto o chorar dos que não sentem a dor dos mendigos e sente a dos leões. 

Eu guardo meu chorar para os que amo, para os que conheço, não para os que a tv quer que chore. Não tenho amor à "humanidade" nem a nada geral. Sou pessoa não censo, sou eu mesmo, não números.

Gosto tanto quanto cabe a quem gostar meu gostar, e odeio e devoro a quem for preciso para me alimentar. Não sou anjo, não santo, nem poeta, nem ateu, nem sou o contrário de nada disso. Sou eu.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

67 ANOS!





Há que se guardar o tempo, que se olhar no espelho que é ele.
Há que se dizer que dele tenho guardado comigo (menos guardado que entranhado) o manuseio das cartas, seu cheiro, seu olhar.

Há que se medir por ele (não para ser-lhe igual) mas para saber do jogo, da poesia, das mulheres. das medidas certas em que põe tudo e das exatas maneiras de se viver, de ser homem.

Há de ter orgulho (mais que isso, sorte) em ser seu filho.

Há de se fazer feliz por ele estar feliz, lépido, cheio dele mesmo (que amor, chatisse e mais amor)

Pelo amor devotado, pelo perdão, por seus 67, pelos 40 que me atura, por sua braveza que é quase doçura, por me ensinar o que não sei fazer me mostrando o que por não poder aprender, nunca devo tentar (jogar).

Por tantas coisas que eu guardo comigo (e aqui é guardado mesmo, como que em caixinhas) e que são tão profundamente queridas, que as guardo não pelo que me trazem ou são, mas pela dor que causariam se ausentes. O que aprendi de ti, pai, foi que você não me causa medo pelos gritos, pelo quase medo que causa nos que o amam. O assustador de tua voz tonitruante e imperativa não é nada, absolutamente nada, comparado ao teu silêncio.

Nada é tão bom ou completo que dispense teu beijo e eu poder te chamar de pai, e te pedir a benção.


PARABÉNS!

quinta-feira, 9 de abril de 2015

ÓDIO E AMOR

Eu gosto de alguns ódios que tenho. Meus ódios não são amores recalcados ou às avessas. São ódios genuínos e legítimos, tanto como os amores a quem julgue que os mereçam. Gosto de minhas Boas arrogâncias, essas de não baixar a cabeça. Do desprezo pelos soberbos, sendo a soberba da soberba. Saber o amor sem poder o ódio me parece coisa de santo ou idiota. Nos santos é o que há de mais os santificá-los, nos idiotas é o que mais os faz parvos. Não acho tudo lindo, aliás, tudo é muito feio, falso, frágil, mau gerado ou acabado. Tudo esbarra na imperfeição, no vazio, no vago. Por isso posso amar ao lindo tanto mais desgoste o feio. E o médio me desagrada, talvez mais que horrendo, mais que o nefasto. O médio é pior que o nada, muito pior que os excessos, pior que o não revelado. O médio é "ser e estar" sem ter sido nem estado. Não falo de médio em seu pacato e não sermos altos. Ser medíocre com rigores é melhor que o gênio chato. Não confundir as cores, as franjas, os sapatos.