quarta-feira, 5 de agosto de 2015

SOU EU



Gosto é de pessoa não de gente. Do íntimo não do público; do que está oculto e eu descubro, do que tem o particular como graça. Gosto de um ser em si, não de um ser geral. Um na multidão que eu lhe veja inteiro e só, sem ser uma figura igual. 
Os socialistas não me são toleráveis, bem como o gosto de todos. Gosto do que gosto e não do que "deve-se" gostar. O egoísmo é uma forma de amar. Não falo do egoísmo do medíocre, de quem só quer para si, de quem não sabe admirar. Falo do olhar interno, do se gostar, e estando se amando saber amar. Falo da tristeza sem lho negar, sabendo-a ruim, sabendo-a má; saber-lhe antes a digerir que a renegar. 

Eu falo do canto triste, das noites frias, dos pais que não conseguem alimentar seus filhos. Das dores humanas, das perdas sem fim que como se pela frequência, pela constância, fizessem adormecer o nervo. O tal nervo que nos faz gente e nos faz homens. Homens e leões não são iguais. 

Não pretendo ver leões morrendo, mas não suporto o chorar dos que não sentem a dor dos mendigos e sente a dos leões. 

Eu guardo meu chorar para os que amo, para os que conheço, não para os que a tv quer que chore. Não tenho amor à "humanidade" nem a nada geral. Sou pessoa não censo, sou eu mesmo, não números.

Gosto tanto quanto cabe a quem gostar meu gostar, e odeio e devoro a quem for preciso para me alimentar. Não sou anjo, não santo, nem poeta, nem ateu, nem sou o contrário de nada disso. Sou eu.

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