terça-feira, 3 de outubro de 2017

Mães, filhos e outros nomes

             Há na lua de Dostoievski, uma mais que lua, senão mais bela mais emblemática.Há no choro da mãe que enterra o filho algo mais que dor, algo mais que fado. É uma dor de perder-se o grito, é mais olhar, contemplar, acima do sofrer de fato. É um mega sofrer, mas a palavra não traduz a dor. A mãe que enterra o filho morto não enterra um morto, enterra a si mesma, enterra-se sem dó e sabendo-se morta. Uma mãe que mata o filho destrói tudo, destrói ele e ela. Por ser mãe perene, não dó na primavera. O filho que mata a mãe é  dos mais sujos assassinos, mata quem o gerou, o que fez dele um destino. Filhos não devem morrer, mães não devem matar, filhos não podem xingar. 
O filho xinga a mãe, a mãe tenta não gostar do filho, o filho nega o amor a quem não lhe deve nada e a quem ele tudo.  O bebê não morre no homem, com 30,40,42  precisa de colo e abraço. De ninho, de amor. 

O pai que diz ao filho "vai com Deus" diz como quem fala, uma coisa pensando outra. Quando digo a meu filho: vá com Deus, não quero dizer isso exatamente, quero dizer: vai com meu filho, Jesus e traz de volta meu coração. O filho de um bêbado, de um decaído, de um assassino ou ladrão, não foge a sina do amor, da sina de de onde veio o nada a ser tudo.

O amor precisa ser ressuscitado e ter outo nome: mãe!
O respeito pelo outro deve ser ressuscitado e ter outro nome: Pai!
O mundo deve respirar outro ar, que deve ser chamado: Bem!

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