sexta-feira, 4 de julho de 2014

SERVENTIAS

Pra que serve o amor? pra se perder a razão.
Para que serve a verdade? pra delimitar caminhos.
Para que serve o sereno? pro poeta e resfriados.
Para que serve o cuidado? pra tão cedo não perder.
Para que serve o pecado? para Deus dá perdão.
Para que serve o vazio? pra se mensurar espaços.
Entre pais e filhos, laços? servem para não perder o prumo.
Para que servem os preceitos? para lógica concluir.
Para que serve o faquir? pra testar os seus limites.
Para que servem as grifes? para se pavonear.
Para que serve o altar? pra casar e se ajoelhar.
Para que serve o lugar? pra não estar em outro canto.
Para que serve o espanto? para você se assustar.
Para que serve a vida? pra cansar e descansar. Pra sorrir e pra chorar, para se ter um amigo. Pra se chorar for preciso, pra sorrir e admirar. Pra se ir no terço as quintas. para os meios por um fim e no fim ter um depois. Pra ler grande sertão: veredas. Pra escrever um poema, para ser chamado de vate. Pra ler Butoh escrito por quem  de vate te chamou. Metade do tempo já me passou, mas falta a outra metade. Para se estar sem saudade do tempo que passou, para ser feliz agora e não em tempo vindouro. pra seguir sereno por um caminho de luz. Serve pra saber que sábio é que quem deixou Jesus rasgar-lhe o coração.

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