sexta-feira, 4 de maio de 2012

O RUIM DO BOM É QUE SE ACABA ( em que pese minha modéstia, que título, hein!?)





Eu tenho tempo pra tudo e dou a cada o tempo que mereça. Tempo grande a coisas grandes, pouco tempo a coisas sérias. Perco um tempo ao  vê-lo rindo como um tigre que sorrisse, como um anjo que falasse, como um um céu em que eu moro. Faço-me triste pelo fim disso, como se o fim não tudo terminasse, como se temendo seu fim o bem perdurasse. 

Ontem abracei-o, pasmo pelo seu tamanho. Cabia em meus braços um dia desses... tempo estranho, estranhos anos.

Ele, que é única coisa que trago na bolsa, cujo valor não é cotado.
Uma fortuna que é mais fortuna que a de mil fortunas juntas, e em cujo o valor não há outro agregado, cujo valor está no que todos tem: sangue, alma, voz. Mas o sangue, alma e voz dele é como... não é como nada. Ou é como tudo que o nada sugere, como a própria palavra nada.

Se eu fosse dizer onde ele mora e o óbvio me viesse com suas tentações, não resistiria ao lógico do brega, diria que mora em meu coração. Como pode se gostar tanto? porque eu o amo assim?
não sei, mas deixo um lamento, um triste fim.

Deus saberá, eu não sei, porque esse hoje terá um fim. Porque ele cresce e eu envelheço, porque isso tem de acabar?
Porque não somos eternos na nossa casa, no nosso abraço e risos?

O tempo passará, como tem passado, e eu nunca vou deixar de lembrar desse tempo. Um tempo de pai e filho. Bonito, sem traumas, suave e calmo. Como uma borboleta, como eu e meu filho.

Um comentário:

  1. Vate,


    Só de ser um tempo com essa qualidade, sem traumas e desencontros, já é um ganho pra sempre. Muitos pais levam quarenta anos para conhecer seus filhos, e para se darem a conhecer. E já estão quase se despedindo quando isso se dá.




    Abração!

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