segunda-feira, 21 de novembro de 2011
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
O MAR
Não, meu amor, não te digo que seja indestrutível no tempo, não ouso tanto. mas saberei a hora que te canso, que te enfado, que salgo tua boca quando querias água doce.
Mas sei da razão de quem tenta matar a sede com água salgada, de seu desespero, de sua ânsia.
Sou o contrário do que dizes ou do que calas, sou igual ao tanto que sonhavas. Caibo no teu sonho como sonho de um sonho fosse.
Sou mar, não tenho culpa de meu sal.
Sou o mar, calmaria e maremoto, não sou isso porque estás em mim, sou porque sou. Não adianta me odiar quando eu te afogar, nem me admirar quando eu estiver em paz. Saiba que sou mar, mar só, nada mais.
Sendo mar não me cabe razão ou humor, me cabe ser mar, só ser o que sou.
Não sou útil ou inútil, não existo para funções, nada em mim tem propósito, tudo em mim são paixões.
Não sei ser pequeno em nada. Não me averia em mundo mensurado.
O limitado infinito. Incomensurável demarcado. Medido por seu olhar, em horizonte ondulado.
Não sacio sedes de água que tens,
nem sede de espécie alguma.
Te lembro, sempre, eternamente,
sou mar, tão só, sempre mar, mar somente.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
SHAKESPEARE ERA, É, SERÁ.
Shakespeare não foi o autor das peças que supostamente teriam sido escritas por outro ser. Não digo humano por razões óbvias: o bardo não era humano. Se era, era por condições escatológicas. Agora não é mais Lord Byron, é outro.
Durante sua existência, e existem documentos escritos de que um ser chamado Willian Shakespeare, existiu, publicou 38 ou 39 livros, foi pai, morreu e deixou herança registrada em cartório. Há documentos de comendas dadas pelos monarcas de então. Então não apareceu um maluco que chegasse a dizer que ele não existiu como pessoa, diz-se que ele era William Shakespeare, existiu de fato, mas não era o autor dos livros a ele atribuídos.
Tem fundamento isso?
Tem. No mundo em que vivemos, nesse tempo nosso, tudo tem fundamento. É simples, como fundamento é um têrmo que perdeu a denotação, aliás, todas as palavras perderam, se acha que fundamento não precisa ter uma base concreta de raciocínio, pode-se tomar fundamento por suposições. Então qualquer idiotice que seja dita por qualquer idiota ou malandro por simples cara-de-pau ou, no mais das vezes, interesse financeiro ou político, passa a fundamentar uma coisa sem base ou fundo.
Qual a razão de durante o tempo de vivo, creio que 68 anos, ninguém ter lhe contestado a autoria do que escreveu?
Muito simples, claro, lógico, ele era o autor.
Um outro argumento, é que não escreveu todos os livros. Bom, quem manteve o nível? Os livros do bardo não pode ter dois autores pela razão direta de não poderem haver dois Shakespeares, e na mesma época.
O que há na literatura que se iguale a Shakespeare? nada. Cada um dos livros dele tem personagens tão inteligentes que nunca se poderá encontrar em vinte milhões de vidas pessoas com tal intelecto. Hamlet, Falstaff, Ricardo, iago, Rosalinda, para ficar nesses, e nesse caso é por opção e contenção de tempo e espaço, pois se alguém se dispuser a procurar gênios , leia Shakespeare, pois cada um dos seus personagens é no mínimo cem vezes mais loquaz, mil vezes mais criativo, um milhão de vezes mais interessante, cem bilhões de vezes mais perspicaz que nós. O bobo da corte, do "Rei Lear", quem de nós, e falo até dos maiores intelectuais hodiernos, pode rivalizar com sua argumentação?
FÁCIL PARA SHAKESPEARE
O endeusamento do bardo também é perigoso. Ele fez o que fez não por coragem, nem um grande mérito pessoal, tampouco por um altruísmo ou o que seja. Não se deve perder de vista que o intelecto dele era é superior. Marcelo Novaes, grande poeta, diz que não há autores seminais, concordo, mas a questão não é essa, creio que sequer houve inovação estética, ou criação genuína. Se houve foi menor com Shakespeare que com Joyce, Goethe ou Dante. O que muda é que nenhum homem raciocinou com tanta amplitude sem perder a objetividade, usando de uma linguagem que nenhum ser dito pensante alcançou em nenhum aspecto da comunicação de idéias do que somos e como agimos. Se tem algum lugar onde se possa achar conhecimento é na literatura, se tem um autor que é uma elevação da literatura, é Shakespeare. Tenho evitado citar ou mesmo reler trechos dele para escrever isso. Não que eu queira escrever algo relevante sobre, e mesmo essa pretensa desprentensão me parece pretensiosa. Mas quero falar por minhas palavras o que sinto com relação a obra e autor. Nem um carinho ou admiração pelo autor. Toda a admiração pela obra.
Shakespeare x Bíblia
É soberbamente ridícula essa comparação. Nesse caso, e tão só nele, pode-se abrir uma exceção. Se quem lê a bíblia, lê como livro sagrado, de inspiração divina, nao há o que discutir. Somente por esse olhar a bíblia pode ser comparada a Shakespeare. O que não é pouco.Que fique claro que não estou diminuindo a um nem exaltando a outro. Estou dizendo que há coisas que não se comparam, por pertencerem a esferas de pensamento ou níveis de discernimento diferentes.
Shakespeare confrontado literariamente com os qualquer escritor de antes e depois dele, supera-os todos. Não por uma cabeça de vantagem, por longa vantagem.
Um com uma fala genial já vale um preço bom. Outro dia, vendo um filme de Bruce Willians, fiquei impressionado com uma fala do personagem. Só ela pagaria o filme. Qualquer um pode receber uma iluminação e dizer uma frase genial, mas no bardo isso se dá a cada linha. Os personagens falam coisas tão verdadeiras e bem ditas que você se for marcar... agora lembrei de uma coisa... há pessoas que ao lerem algum livro gostam de marcar as frases que lhe parecem boas, verdadeiras, e bem construídas. Tente fazer isso com Shakespeare. Você terá de marcar todo o texto. Não há ali nada para ser destacado, nada. Mais não se trata de um frasista apenas, é muito mais que isso. A capacidade argumentativa do bardo chega ao limite do que pode ser argumentado. Ele via as coisas humanas por tão variados lados, com tantas sutilezas, que podia argumentar afavor e contra no mesmo assunto. Na peça "júlio cesar" ele faz Brutus ser ovacionado e depois execredo com argumentos que em seus momentos, pareciam irrefutáveis. Mas isso é feito sempre em suas peças, até o limite do absurdo, o do "ser" e o "não ser".
SER OU NÃO SER?
Essas miríades de ambivalências, de lados opostos de ponto de vista não se situam em assuntos, em momentos, permeiam todo o caminho. Ambivalências, não ambiguades. Seus personagens são tão complexos e tão simplórios moralmente que na mão de qualquer outro seriam caricaturas, nas do bardo viraram a mais vasta gama de representação humana vista na arte.
Poucos de seus personagens principais tem dúvidas morais. São tão titânicamente soberbos que agem sem muitas culpas, as vezes dando explicações para seus malfeitos (de maneira superficial e apressada) como Ricardo, culpando a natureza, não a sí próprio, pela vileza e ignominia. Iago agia com a naturalidade de um homem que faz o mal por prazer, a ambição sequer existe. Quem justifica a malignidade de Iago por ser ele ambicioso nunca entendeu Shakespeare. Iago era mau por prazer, só por isso. Harold Bloom acerta na mosca quando diz que ele era o diabo. Porque o que caracteriza o mau não o fazer ele, é fazê-lo com consciência e ter prazer nisso.
Ricardo, Tito, Iago, são capetas, não podem ser lidos como apenas canalhas. O rei Claudio era um canalha, sem dúvida, mas era um canalha como quase todos somos. Subia um degrau grande na escalada da canalhice humana, e faz muita diferença ou toda nunca subir, porque matou, mas tinha dúvidas, fraquezas e medo. Os três (Ricardo, Tito e Iago) não tinham medos nem fraquezas. Fraquezas de humanos. Aqui é bom não simplificar, esses três camaradas, como o diabo, ou Hitler, não são aberrações, coisas de monstros. Hitler era uma figura que causava paixões em quem o conhecia, Iago era um amigo querido de Otelo. Ricardo, sempre solícito, faz uma coisa inimaginável para o maior conquistador, seduz a cunhada à beira do caixão do esposo, e era coxo e feio.
Somos todos Iagos, temos satánas em nós. Por isso buscamos a Cristo, somos maus. Shakespeare...
Porra, perdi o foco. Voltemos ao filme.
O filme
Não pode ser bom. Não vi, mas não pode ser bom. A razão? mesmo o cinema americano, que todo mundo sabe que é uma coisa pautada por dinheiro, dinheiro, dinheiro, mais dinheiro e um pouco de talento, esse filme se destacará por ter o roteirista mais idiota que a galáxia viu nascer. Disse "a" mas o artigo vai no plural, fica mais correto, embora não dê a exata medida de incomensurável cretinice dessa criatura. Sim, sou apaixonado pelo bardo, mas vejamos em que se baseia tudo que ele diz. Em entrevista na Veja ele declara que Shakespeare não era o autor do que se publicou com o nome dele porque não escreveu cartas a outros escritores dizendo que estava escrevendo tal livro. O fato de os livros serem com seu nome (Shakespeare) se deve ao fato de seu autor se envergonhar de tê-los escrito, por pertencer a uma classe nobre. Pegou um rapaz bêbado e semianalfabeto (um tal de William) e colocou esse idiota de Stratford como fantoche. Exagero?
vejamos:
Qual a razão mais convincente para achar que Shakespaeare não escreveu as peças?
Qual é a razão mais convincente para achar que ele escreveu? Deixe-me dizer, não há uma única folha de papel que foi confirmadamente escrita por William Shakespare. Para mim, existem duas questões: primeiro, não há provas documentais. Isso é um grande problema, pois não existem cartas de Shakespaeare e nem nada escrito por ele. Então temos que assumir: se ele escreveu as peças, porque tudo que ele escreveu sumiu?
Naturalmente esse rapaz tem essas folhas de papel escritas e assinadas pelo lord que ele diz ser o real autor dos textos, e também as cartas, certo? não, ele não tem. Pelo ângulo em que ele vê as coisas fica difícil viver, pensar, ou mesmo ser algo. Se pegarmos o raciocínio desse gênio e aplicarmos a tudo, chegamos ao nada.
O entrevistador o pergunta pelos motivos de ele achar que Shakespeare não havia escrito as peças e ele solta essa jóia rara da idiotice humana:
Porquê"não achar"?
Isso é incrível. Olha o mundo não é um livro de Shakespeare, cheio de argumentos geniais, mas argumento é tão estúpido que mereceria um neologismo de Reinaldo Azevedo.
Termino aqui. Chega de palhaçada!
Shakespeare é o gênio da raça toda.
O RESTO É SILÊNCIO.
sábado, 12 de novembro de 2011
O MEDO
Como os admiro, homens corajosos, que nada temem, que estão plantados em razão e certezas. invejo-os, porque sou só covardia e medo.
E, podem zombar de mim, os medos mais primários, mais tolos, mais femininos.
Tenho medo da sala, de não poder abraçar ninguém, de morrer.
Mas há medos que me parecem medos de sentí-los, medo de não suportar e chorar. Chorar de medo. Nunca chorei de medo. Não por ser valente, mas por não ter sido colocado frente ao mais assustador dos sentimentos: o medo.
Quando eu for ser submetido a uma longa cirurgia estarei com meus medos todos, mas um prevalece, o medo de não poder mais ver meu filho. Tudo bem, a cirurgia é de baixo risco, mas que importa a razão ante o medo?
O medo. Ah, o medo! esse sentimento desapareceu, todo mundo é valente, no mínimo corajoso. Pois é, tenho medo. Que coisa!
Medo. De criança. Medo, medo, medo.
Queria colo. Não de mãe. O teu colo. que não terei, bem o sei. Dizer pra alguém (mas tinha de ser você) que estou com medo. Dizer chorando, ou melhor, respirar fundo e não dizer nada. Me calar. Ficar em paz. Eu não seria feliz rico, nem com toda saúde do mundo, não por essa razão só, embora queira ambos. Mas paz eu só tive no teu colo.
Eu sou corajoso, sou o cão de bravo. Não tenho medo de brocas, nem sangue, nem o cheiro do hospital. Tenho medo da hora (ai!) de beijar meu branco e viajar, na hora de olhar nos olhos de meu velho e ver ele tentando me dar força, morrendo de medo.
Nunca fui brigão, nem destemido em nada. Se mato uma barata é pra salvar a vida de luizinho. Mas esse medo é diferente, não se dá no bobo das coragens, como o de Riobaldo, embora o que envolve ele se dê. Dá-se no cerne dos medos, no principal de todos os medos, o medo de morrer.
Mas se tem medo o que o reveste e adorna, não me paralisa nem me inibe. Nisso é medo de gato, segundo elaine, ou medo de quem não tem opção, ou um medo que é tão visceral e paradoxo, tão contrário ao seu princípio ou causa que chega a ser coragem.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
BROCA DE 14MM
São só 2% de chance de dar errado. Nesse caso perco. Não saio derrotado, lutei e isso é muito. Minha cirurgia está próxima. Demora em torno de 24 horas, mais que pensei. Em um documento que o médico me mandou entregar na secretaria de saúde ele pede uma broca para ser usada na cirurgia. Isso é assustador?
14mm é a espessura. Isso não é assustador.
98% de me dar bem.
Lembrei de Shakespeare, lembrei de Cabral, mas vou com uma frase menos genial: são 24 horas, tem broca no crânio, bateria no peito e bla bla blá, mas não tenho medo, quem joga e gosta da coisa, quem vai ver a roleta girar, manda o recado: tome sorvete quem tem medo de cagar.
14mm é a espessura. Isso não é assustador.
98% de me dar bem.
Lembrei de Shakespeare, lembrei de Cabral, mas vou com uma frase menos genial: são 24 horas, tem broca no crânio, bateria no peito e bla bla blá, mas não tenho medo, quem joga e gosta da coisa, quem vai ver a roleta girar, manda o recado: tome sorvete quem tem medo de cagar.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
A TUA RISADA
Eu só preciso de sua risada, o riso de minhas histórias sem graça.
Você rindo do que falo, preciso disso,
o resto eu me viro.
Lembrar do som do teu riso, de tua mania de me deixar sobressair mesmo onde sabes mais que eu.
Posso viver sem muitas coisas, sei lidar com perdas grandes, sei sofrer sorrindo e calmo, doendo e brincando, cortando e eu nem ai. Mas das coisas que me fazem falta, poeta cuquinha, cuquinha poeta, tua risada, o som dela, é uma que não gosto de não ter.
Só quero teu riso, o resto eu me viro,
na chuva me abrigo, no sol me bronzeio,
e ambos podem ser contidos por guarda-chuvas, ambos eu tenho defesa ou antídoto. Mas sem teu riso, sem o passar a mão na minha cabeça, como quem ama demais, como quem apazigua, isso não quero perder, nunca.
O som de tua voz rindo é preciso para que eu não seja mau, para eu não embrutecer.
domingo, 30 de outubro de 2011
MAIS QUATRO ELEIÇÕES
Considero o Lula um modelo de homem e de político deploráveis, a doença dele não muda isso. Ponto. No dia 28 deste mês ele fez aniversário, eu ao comentar a data fiz um comentário assim: já tem quase setenta anos e não tem um câncer...
Não vou justificar a frase, está dita e pronto.
Lula tem um câncer na garganta. Um canalha dirá: satisfeito? NÂO!
Há muito não rezo e não vou rezar por ele, mas se dependesse de um esforço pessoal meu a cura deste senhor, ele estaria curado agora.
Reinaldo azevedo, que começo a amar, escreveu um texto na veja que termina assim: força ai, meu apedeuta. Fiz uma pausa para limpar os olhos e óculos, e desejar ao Lula que se cure dessa merda. Não estou chorando tanto pelo Lula, não sou hipócrita, como disse, nada muda. Quando choro assim, e faz muito que não choro tanto, é por uma dor de Ralskolnikov, beijando os pés de Sônia, é por uma reverência a todo sentimento de dor, é por lembrar uma coisa esquecida, vamos morrer. Sim, como na música do Arnaldo, "presidentes, generais ou reis. Anglo-saxão ou muçulmano, todo e qualquer ser humano."
Então, meu apedeuta, à luta. Você pode ser tudo o que eu disse ou nada do que eu disse, não muda nada e não faz diferença, mas uma coisa você não é, nem sou (porra, que vontade de abraçar esse cara tão odiado) frouxo. Saíste do fim do mundo para ser duas vezes presidente (sem meu voto em nenhuma delas, nem o terá na próxima) fizeste um governo que agradou a 80% dos brasileiro (a mim nâo) e tudo que te desejo é que possas ser candidato de novo, pelo menos umas quatro vezes, e que perca todas elas, mas perca a vida quando a hora chegar. Um dia perdemos, rapaz, mas torço para que você perca mais quatro eleições. Do jeito que você é filho da puta, vencerá elas, ai morre eu, de enfarto.
Não vou justificar a frase, está dita e pronto.
Lula tem um câncer na garganta. Um canalha dirá: satisfeito? NÂO!
Há muito não rezo e não vou rezar por ele, mas se dependesse de um esforço pessoal meu a cura deste senhor, ele estaria curado agora.
Reinaldo azevedo, que começo a amar, escreveu um texto na veja que termina assim: força ai, meu apedeuta. Fiz uma pausa para limpar os olhos e óculos, e desejar ao Lula que se cure dessa merda. Não estou chorando tanto pelo Lula, não sou hipócrita, como disse, nada muda. Quando choro assim, e faz muito que não choro tanto, é por uma dor de Ralskolnikov, beijando os pés de Sônia, é por uma reverência a todo sentimento de dor, é por lembrar uma coisa esquecida, vamos morrer. Sim, como na música do Arnaldo, "presidentes, generais ou reis. Anglo-saxão ou muçulmano, todo e qualquer ser humano."
Então, meu apedeuta, à luta. Você pode ser tudo o que eu disse ou nada do que eu disse, não muda nada e não faz diferença, mas uma coisa você não é, nem sou (porra, que vontade de abraçar esse cara tão odiado) frouxo. Saíste do fim do mundo para ser duas vezes presidente (sem meu voto em nenhuma delas, nem o terá na próxima) fizeste um governo que agradou a 80% dos brasileiro (a mim nâo) e tudo que te desejo é que possas ser candidato de novo, pelo menos umas quatro vezes, e que perca todas elas, mas perca a vida quando a hora chegar. Um dia perdemos, rapaz, mas torço para que você perca mais quatro eleições. Do jeito que você é filho da puta, vencerá elas, ai morre eu, de enfarto.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
PIPOCAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Tu, que deste forma ao informe coração,
que deu sentido ao desatino,
pôs ordem ao que era caos,
e fizeste o oposto quma palavra renitente: esperança.
Eu, que não aspiro alegria maior que tua voz,
que não procuro sombra tão fresca quanto teu olhar.
Era um antes da tua luz vivo, depois de você, vida.
Quem há de nos interpôr algo?
em que poderiam nos desunir ou desgostar?
Em nada, mais ainda que pudessem, por mais vil que fossem,
duvido que o fizessem.
O nosso amor é algo fora da palavra escrita, em língua dita, ou mesmo pensada.
é um amor de quando Deus criou o sol, e nós, e sendo tão lindo o feito resolveu eternizá-lo,
fez-nos humanos, com defeitos, mil pecados, maus e ressentidos, e sem merecer-mos tal mercê, deu-nos o prazer que só cabia a ele: o prazer de sermos pais, de ter filhos.
que deu sentido ao desatino,
pôs ordem ao que era caos,
e fizeste o oposto quma palavra renitente: esperança.
Eu, que não aspiro alegria maior que tua voz,
que não procuro sombra tão fresca quanto teu olhar.
Era um antes da tua luz vivo, depois de você, vida.
Quem há de nos interpôr algo?
em que poderiam nos desunir ou desgostar?
Em nada, mais ainda que pudessem, por mais vil que fossem,
duvido que o fizessem.
O nosso amor é algo fora da palavra escrita, em língua dita, ou mesmo pensada.
é um amor de quando Deus criou o sol, e nós, e sendo tão lindo o feito resolveu eternizá-lo,
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
PARABÉNS, BRANCO.
Nenhum presente que fosse me dado, comprado caro, ou algo de si de alguém que me amasse, ou prêmio de loteria, ou toda a poesia com todas as touradas cabralinas, ou o violão de Caetano, cantando o tempo, ou que fosse prazer de sentidos, ou que eu achasse, ou uma cura do mal de parkinson, ou uma coisa qualquer que fosse sublime, ou o sereno da madrugada, o sertão eterno do Rosa, a dor de Dmitri, o "luar do sertão", com Milton e Gonzaga, mostrando que há um Deus. Nada que eu encontre em você, eu vejo em todo o Shakespeare, em todo o que vem a mente quando pensamos em algo bom. Nada em arte ou fora dela é você. Você é o mundo. O meu mundo.
Eu gosto de te ver dormindo. Todo pai gosta, eu sei. Mas não é todo pai que sente o que sinto. Não falo de amar o filho, é outra coisa. É o peso de ser quem sou. Um peso que cansa as vezes. Não é a doença, nem tristeza menor, é um cansaço. Um cansaço que fosse um vontade de ser bom um dia, de aplacar minha fúria, de não desprezar a mim e aos outros. Quando você dorme e ressona, é como se não houvesse dores no mundo, nem faltasse nada a ninguém. É uma lua dostoievskiana, é um sentimento de ser bom, de paz.
A muito de você que é meu, o que sou de bom, tudo é seu.
Eu vejo meu pai e morro de rir com ele não saber ser pai. Eu herdei isso dele. Nunca deveríamos ser pai, nunca. Somos um desatre total. Ele é pior porque acha que é bom pai. Eu não. Sou tão ruim quanto ele, mas tenho consciência disso. Não falo de brincadeira, falo sério. Eu e velho Luís não deveríamos ser pai. Quem não sabe amar não devia amar.
"Querer o bem de incerto jeito, de todo o modo, pode ser querer o mal por principiar". Quando li isso eu chorei. Sabe, ninguém lê o que escrevo e nem há razão para isso. E não é para nada mais do que para refrigerar, que escrevo. Podia falar de outras coisas e não me mostrar tão choroso. Mas não faço. E não faço por não querer. Tenho senso crítico acurado, sou inteligente pra caralho. Que se fodam os que me acham cabotino, ou outros que acharem erros gramaticais aqui. Nunca estudei nada, não deveria saber de nada, mas sei. Mas sei do que não sei, aprendi a não saber e ficar bem com isso. Aprendi muita coisa em 10 anos, só não aprendi a ser pai. Não sei ser pai de luizinho, nunca me acostumo com isso. Quando chega o dia dos pais, não me vejo pai, me vejo filho. Sou filho, não podia ser pai. Porque meu pai não soube ser pai. Eu entendo o velho, nunca conviveu com um pai, o dele abandonou-o ainda pequeno. Alguns se tornam qualquer coisa, meu pai se tornou amor. Quando eu acordo e vejo meu pai me cobrindo de madrugada, ou seu modo de olhar para mim, ou quando ameaça bater em minhas irmãs, com uma cara de idiota total, ou quando fica puto comigo por me perguntar por uma coisa e eu responder outra, como: qual o nome daquele cantor que canta aquela música tal, josé... e eu completar com um Sarnei, e ouvir ele me xingar. Ou quando eu digo que um filme idiota que ele viu e disse a minha irmã, e ela cinicamente concordou, que é um filme idiota, ou sempre, sempre, sempre, sempre, que me vem ele à cabeça, sei que ele não pode com o amor de ser pai, o amor pelos filhos lhe pesa com o tempo. Mas pesa na gente ainda mais. A grande questão é como se deve amar. Meu pai me estragou, eu estrago meu filho.
Depois de amanhã, no dia 28/10/2011, meu filho fará dez anos. Peço a Deus que lhe dê saúde, paz, e tudo de bom. Peço a Deus e creio nele, que eu nunca sofra por ele, nunca! porque eu tive e tenho meus defeitos, mas tem uma hora em que eu sou santo, quase divino, é quando de madrugada ouço o ressonar de meu menino.
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