quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O DECANO PITOCUDO












Uma década!


Dois dígitos!

Lembrei disso para comemorar o aniversário de pitocudo.

É do desenho madagascar. Quem diz isso é Alex, o leão.

Diogo Mainardi, jornalista e escritor, tem um filho com paralisia cerebral, parece-me que mais branda, mas ainda assim, uma doença grave. Mino Carta disse a Lula que Mainardi só produzia paralisia cerebral. Lula deu uma gargalhada. Diogo Mainardi escreveu um artigo na veja, chamado "meu pequeno Búlgaro". Diogo sabe amar e escrever, eu não sei nem um, nem outro. Não, não é isso, simplifico coisas complexas. Ele ama e escreve como pode, eu faço o mesmo. Tudo bem, ele ama e escreve em português correto e de alto nível. Escrevo em mau português, e amo meu filho como posso e sei. Diogo não ama seu filho menos que eu ao meu. Mudou de país para tratar o moleque. Saiu da Itália para o Brasil, que é o último lugar para ele, inteligente demais, sofisticado demais, nobre demais.

Dez anos é muito ou pouco tempo? é todo o tempo de minha vida.

Faço muitas coisas erradas, e o mero ato de as reconhecer erradas não as virtualizam nem diminuem o peso delas. Mas há o lado bom, esse dedico a ele. Sou um Karamazov. Não o pai, o filho, Dmitri. sempre me identifiquei com ele, embora saiba que ele não é o ideal de pessoa.

Dez anos, e eu por não ter como falar de meu amor por meu filho, fico me dispersando em mil elucubrações e conversas mole. Não haverá outro amor tão grande em minha vida.

Minha vida, minha vida, que é bem vivida, feliz e colorida, por você, coisa querida.

Metade amor, outra metade dor sentida.

Dor feliz, dor de parto,

Dor que gera, que traz vida.



Bem vieste, bem chegaste em minha vida.

canção doce, cheiro bom, de lavanda, de bebê.

Gosto tanto, tanto gosto de você,

que faz pena não sermos sempre isso:

você filho, eu pai. Penso que quando eu não for mais gente,

quando eu não for seu pai mais, estiver morto, o mundo deixa pra trás,

um amor que o fará menos bonito.

Haverão outros pais e outros amores tais ao nosso.

Haverá, e sempre há de haver, pais e filhos amorosos.

Haverão e sempre, até o fim do mundo, amores de pais iguais a mim.

Mas creia, branquelo, "iguais", não mais que isso.

Por meu amor imenso, te dou parabéns.

Que seja teu caminho de luz, que não te alcance o mal.

Que tua natureza seja mansa, e teu coração de poeta.

Que sua velas sejam tantas que te façam me esquecer.

que tua luz seja de esclarecer, nunca de ofuscar.

que o bem seja o teu lugar. Que mores nele e com Cristo.

Se você viver tanto que me esqueça (coisa que duvido) ou só lembrar de mim vagamente,

saiba que eu morto, se alma tiver, se ainda restar algo de memória depois que meus ossos ficarem escuros e de minha carne nada restar, nada mais houver, estando eu onde estiver, no paraíso dos que crêem, no inferno dos ateus, você será lembrado. O que sinto por você é irreversível, e será comigo, sempre e sempre, agora e além. Só cessa se na morte for tirada a alma, o pensar sem o corpo. Mas estando eu morto, e não havendo além, não te amarei mais, mas não por que cessou o amor, isso nunca cessará, é por não haver mais "eu", por não poder mais te lembrar.

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