domingo, 23 de outubro de 2011

JOBIM E GONZAGA




Não gosto de "mensagens edificantes", odeio televisão, não me comovo com todo defunto. Nunca gostei de filmes "baseados em história reais", nem nunca disse que "Deus é fiel". Quem me conhece sabe que não sou dado a sentimentalismos ridículos e sempre vi em Lula o que ele é: um lixo.




De vez em quando tenho umas recaídas, mas isso é normal, todos tem. A breguice é da natureza humana. Algumas pessoas tem vocação de ser brega, nasceram com isso na alma. Essa semana uma dessas criaturas que não sabem para que servem os pronomes, repetem o nome cem vezes, como se se dirigisse a uma criança, me manda um e-mail com barbarismos gramaticais que fariam de tiririca, um filólogo, me informa que não tinha tempo por que o tempo que dispunha era para contar dinheiro.




Veja só, só um retardado mental diria isso. A pessoa não é retardada mental, é apenas vítima de um mundo brega, onde dinheiro pode ser adorado.




Dias atrás eu escrevi um texto ridiculamente brega. Um brega hediondo. Um brega de gente que não tempo para pensar, e no meu caso, nem dinheiro pra contar.




Pitocudo não merece um pai brega, e eu não sou!




Não sou mesmo! a quem me conhece é só perguntar se eu já disse alguma vez, uma única que fosse, coisas do tipo: elogiar meu país, vendo nele um lugar diferente, com um "povo maravilhoso", na minha vida toda eu nunca escutei Fabio Jr, nunca repassei e-mails imbecis (todos ele são, e aos desavisados, quando vir uma criança com câncer, uma prece com a imagem de Cristo, ou qualquer idiotice dizendo: mande pra xis amigos pra saber quantos deles vão de dar retorno, você não ajudará a curar a criança, nem divulgará o evangelho, nem saberá quem lhe quer bem de fato, mas com certeza ajudará a crackers, repassando spams) nunca dou conselhos a ninguém, não indico remédios, nem gosto de frases feitas. Jamais uso expressões em inglês, nem ninguém vai me ouvir dizendo que Deus existe porqueo mar existe. A breguice humana é terreno vasto, mas a só a brasileira compila o que há de mais calhorda no breguismo humano. A mania de bregalizar tudo foi aos céus com o popularização dos blogs. Qualquer um pode fazer um blog, falar o que quer e disparar asneiras mil. Foi apartir dos blogs que eu posso falar sobre linguagem de programação, que todo mundo virou poeta, e que se criou a maior rede de idiotices da net. O meu é muito bom. Sinceramente acho isso. Só vou frequentemente a um blog, o de Reinaldo Azevedo, um imbecil culto e despeitado, mas que eu amo. Não, nunca me venha dizer que meu blog é bem brega, porque não é. Minhas sentimentalóidices(!?) são por pessoas e coisas que amo, nunca forjadas, nem por grupos. Aliás, esse negócio de religião, grupos, partidos políticos, bandos, alcatéias, passeatas, tudo o que tire o que do homem é individual, tudo que faz com que sejamos únicos sendo iguais, me parece brega.




Brega na minha definição (sou bom nisso) é um sentimento vagabundo, forjado, feito para enternecer propositalmente. è o mesmo que chique. A mesmíssima coisa. Quando alguém faz uso de coisas, idéias, sentimentos, expressões e outras coisas, que não lhe caem bem, que não lhe são naturais, pode se dizer que ele é brega, ou chique, se for o caso. A dita senhora que não dispunha de tempo para fazer um novo msn, devido ao seu alto volume de dinheiro que precisava ser contado é brega, mas poderia ser chique. Ela não tem tanto dinheiro assim, mas tivesse ela bolsas que não pode ter, carros importados, viagens a Europa, o que mudaria? nada! seria ela, ela só. Com sua breguice que lhe seria melhor que fosse assim dita. Não há nada mais brega que Fabio Jr, nem mais autêntico e lindo que Luiz Gonzaga. Um quer ser um cantor com filosofia de filósofo alemão, não é nem isso nem cantor de fato. É um corolário de abobrinhas que se pretendem músicas. Uma indumendária que se pretende européia e não é nada. é como olhos de um cego, segundo meu amigo Shakespeare, só servindo para desfeiar a cara.




O outro canta a terra pobre de onde veio. Jobim cantava ipanema por ter nascido lá. A bossa nova é tão autêntica quanto o baião. Pode dizer tudo no mundo, mas ninguém negará que Tom Jobim foi um homem elegantérrimo, com sua espontaneidade e despojamento. Então tocava piano porque era esse seu mundo. Gonzaga tocava sanfona, usava roupa de vaqueiro do nordeste, cantava baião.




Em verdade vos digo que aquele que não percebe que ambos eram elegantes, um de smooking, cantando com Frank Sinatra, outro de gibão, cantando com Elba Ramalho, não sabe o que é arte. É um sujeito brega, ou chique, não muda nada. É um ser que pode ter muito dinheiro pra contar, mas falta tudo, falta aquilo que o poeta tem. Que não tem preço,qualificação. Que ele não comprou, que não poderia se não tivesse o poema e tivesse o dinheiro.

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