segunda-feira, 22 de abril de 2013

PITOCUDO RESSONA, EU BABO.



Se tiver de sonhar, sonhe com isto: Rio capibaribe, ressonar de criança, chuva no sertão, morte da fome, cio de mulher doce, doces de tabira, noites de Luiz, Luiz jogando baralho, a vida passando linda, o dia trazendo a noite, o sonho vir à realidade, o céu azul ou cinzento.

Digo que é ruim sonhar, que o bom é amar a realidade. Ser feliz como está, de nada ter saudade. Ou ter saudade de tudo. De tudo que traz saudade, mas como quem sabe lembrar, não busca voltar no tempo. O tempo que nunca volta , que sempre é quem leva a traz, as coisas e as saudades, os começos e os nunca mais.

Então que perdure o belo. Que o feio seja compreeendido, o mal abominado, o ouro bem dividido. Mas isso já não é sonho? isso não é utopia?
Se é pra sonhar sonhe grande. Sonhe mudando o mundo.

Em que posso dar conselhos?
Em coisa que vem com amor, com vida. Porque se não tenho suficiente moral, tenho sobrando amor, e vicejo a cada manhã e me me acabo cada madrugado, de tarde em emburreço, durmo e não sei de nada.

E peço com não confunda sonhos com ambição, prudência com covardia, pena com compaixão, ciúme com amor, desprezo com inveja, preguiça com tédio, rigor com rigidez, flexível com flacidez, Joana com Juarez. Que as coisas sejam exatas e ditas com precisão. Que ditas de várias formas mas sempre como elas são. Que a vida seja só plena e linda, que o amigo não seja menos que o irmão, e   o irmão não seja menos que amado. Que nunca a dor venha e encontre abrigo.

Se gostas de sonhar ou não contralas teu ímpeto de sonhar acordado, sonhes então, mas sonhos em alto estado. Não sonhes com carros e mulheres loiras lindas. Sonhe com que menos se queiram carros e loiras lindas (outro tipo de carro) mais se respeitem as regras, mas pessoas comendo comida, e depois de alimentadas, comendo poesia.

O preço de cada coisa é menos que o que ela vale. O preço de cada coisa não pode ser calculado, seja calça ou afeto. Quem diz que tudo tem um preço, quem diz tal disparate, nunca fez contas sérias, nunca as fez de verdade. Ou se tudo tem preço, se tudo tem seu valor, creio que os economistas devem se apressar em refazer cálculos de valores e dar a cada coisa seus preços reais, exatos. Se um empresa vale milhões e tais, se ela eleva mercados ou os retrai, sem existir senão como papéis, senão como capitais, quanto valerá o sorriso do meu branco, quanto valerá ?

Eu não sei dizer nem estou apto a calcular, sei dizer, e isso conta que nada que se produza ou tenha na natureza, que tenha valor ou remeta à riqueza. Que gere paixão ou disputas, guerras ou recompensas, nada que possa o dinheiro, poder ou beleza, valem um sorriso do meu branco, sua tez, sua braveza.

Não é aniversário dele, nem falta do que falar, é amor por ele. Que nunca acaba, arrefece, amor de pai que ama, que só pai que ama conhece.

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