quinta-feira, 12 de julho de 2012

É BONITA!





















Quando eu for submetido a uma cirurgia verei tudo como em clichê de filme ou livro vagabundo, mas posso recorrer à surrada frase e dizer que ali passará o filme de minha vida. Estou completando 37 aninhos e querendo mais. Pitocudo tem dez anos e já não cabe nos meus berços sonhados, em meus planos de nunca ele sair de onde eu possa o vigiar. É o tempo, dona vida, com seu "ser tempo", o seu passar.

Não brigo com quem não possa ganhar. O tempo envelhece mas ensina, traz-nos pesos mas as formas de carregar, dá-nos medo e as maneiras de tentar, dá-nos o o que pode ser ruim ou benfazejo, dá-nos rugas e paciência, dá-nos saber ou senilidade, mas no seu auge não dá nada, tira tudo, tiro do mundo o mundo, tira do tempo o tempo, falta de voz a quem já é mudo.

O tempo tem de ser compreendido, amado e sobretudo respeitado. Nunca houve quem fosse tão bom ou forte ou bonito, que o vencesse. Ele trabalha em silêncio e com calma, fazendo você gostar do que um dia acaba. 

O tempo é um falso parceiro, nunca ficará do teu lado. Te dá falsas impressões, falsos entendimentos, te faz pensar que és eterno quando és... já foste. 


É preciso amar o tempo. Ter-lhe respeito. É preciso ouvir Caetano Veloso. É preciso ver o pajem de terno, moreno e com cabelos. É preciso olhar os poetas de antanho, os de hoje e saber que o mal anda bem.


Viva uma ano a mais.

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