sexta-feira, 21 de outubro de 2011

INVADINDO BANCOS








Vale a fama. Sempre tive fama de muito inteligente, o que é justo. Atribui-se aos hackers uma inteligência superior, o que é uma bobagem. Vamos aos fatos: a palavra hacker é usada de forma errada, erradíssima. Hacker é um indivíduo que por formação ou empiricamente, tenta descobrir falhas em sistemas de segurança. São disputados por grandes empresas, se formalizam e ficam ricos dentro da lei. Claro que esses são hackers mesmo, não amadores. São pessoas com grande conhecimento em T.I, e muita aptidão para informática.


O outro grupo, ao qual se referem erroneamente como hackers, e no qual fui inserido, são os crackers. Os crackers são os que burlam sistemas, descobrem senhas, e... transferem dinheiro de contas bancárias. Sendo que eu seria um deles. Não sou. Gosto da fama, mas não sou. E, a bem da verdade, me encontro numa hierarquia pouco acima dos lamers. Esses são aspirantes a hackers mas não sabem nada, gostam de programinhas vagabundos de trojan, querem quebrar senhas usando o brutos.

Conheço alguma coisa de pcs, mas não domino o principal, a linguagem de programação. O que é isso?

É a maneira decodificada dos computadores se comunicarem (se algum programador vir dar aqui, releve) como um pc não pensa, ele executa comandos, então esses comandos devem ser dados em forma matemática, visto que não seria possível dar uma capacidade de associar coisas ao pc, pois seria impossível com uma liguagem de sentidos uma vrz que um computador não pode inferir coisas elementares, primárias, como 2+2=4, logo: 4+4=8, deduzindo que 4 sendo o dobro de 2, 8 é o dobro de quatro. O programador tem de dar comando para 2+2=4; 4+4=8; 8+8=16... com os compiladores foi possível simplificar infinitamente o processo, senão seria impossível o uso dos softwares.



Mas vamos ao que importa.



Como estou numa pindaíba triste, apesar de tirar grandes fortunas dos sistema bancário, peço que comprem meu livro sobre:
 
 
 
EU, O HACKER.
 
 
Nesse livro ensino técnicas de invasão hacker.
 
 
 
APENAS:  150,00!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
 
 
DEIXO AQUI A PRIMEIRA AULA, DE GRATIS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
 
 
 
 
COMO INVADIR UM BANCO!
 
 
MONTE UMA EQUIPE, COMPRE UMA ARMA, RENDA O VIGILANTE!
 
 
VOCÊ PODE SER PRESO, MAS TERÁ INVADIDO O SISTEMA BANCÁRIO.

TALVEZ TUA VOZ...

Parece que vejo, você compenetrada lendo o que escrevi sobre gatos e as línguas deles. Bobinha, não invadi seu computador. Apenas sei que você leu o que escrevi. As bobagens que sempre escrevo, mas você adora. Já reparou que é sempre um texto só? varia o assunto (varia pouco, é verdade) mas é sempre a mesma coisa.


Minhas bobagens são meu pai, meu filho, as pontes do Recife, de vez em quando meto o pau em Lula, porque ninguém é de ferro. Mas confesse, tu gosta.

Como sei que vieste aqui ler sobre gatos? não digo! prefiro a fama de hacker, embora imerecida. Mas se quiser saber como sei, me liga. Escutando a voz da sempre musa, do meu amor de sempre, talvez amoleça o meu coração.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O DECANO PITOCUDO












Uma década!


Dois dígitos!

Lembrei disso para comemorar o aniversário de pitocudo.

É do desenho madagascar. Quem diz isso é Alex, o leão.

Diogo Mainardi, jornalista e escritor, tem um filho com paralisia cerebral, parece-me que mais branda, mas ainda assim, uma doença grave. Mino Carta disse a Lula que Mainardi só produzia paralisia cerebral. Lula deu uma gargalhada. Diogo Mainardi escreveu um artigo na veja, chamado "meu pequeno Búlgaro". Diogo sabe amar e escrever, eu não sei nem um, nem outro. Não, não é isso, simplifico coisas complexas. Ele ama e escreve como pode, eu faço o mesmo. Tudo bem, ele ama e escreve em português correto e de alto nível. Escrevo em mau português, e amo meu filho como posso e sei. Diogo não ama seu filho menos que eu ao meu. Mudou de país para tratar o moleque. Saiu da Itália para o Brasil, que é o último lugar para ele, inteligente demais, sofisticado demais, nobre demais.

Dez anos é muito ou pouco tempo? é todo o tempo de minha vida.

Faço muitas coisas erradas, e o mero ato de as reconhecer erradas não as virtualizam nem diminuem o peso delas. Mas há o lado bom, esse dedico a ele. Sou um Karamazov. Não o pai, o filho, Dmitri. sempre me identifiquei com ele, embora saiba que ele não é o ideal de pessoa.

Dez anos, e eu por não ter como falar de meu amor por meu filho, fico me dispersando em mil elucubrações e conversas mole. Não haverá outro amor tão grande em minha vida.

Minha vida, minha vida, que é bem vivida, feliz e colorida, por você, coisa querida.

Metade amor, outra metade dor sentida.

Dor feliz, dor de parto,

Dor que gera, que traz vida.



Bem vieste, bem chegaste em minha vida.

canção doce, cheiro bom, de lavanda, de bebê.

Gosto tanto, tanto gosto de você,

que faz pena não sermos sempre isso:

você filho, eu pai. Penso que quando eu não for mais gente,

quando eu não for seu pai mais, estiver morto, o mundo deixa pra trás,

um amor que o fará menos bonito.

Haverão outros pais e outros amores tais ao nosso.

Haverá, e sempre há de haver, pais e filhos amorosos.

Haverão e sempre, até o fim do mundo, amores de pais iguais a mim.

Mas creia, branquelo, "iguais", não mais que isso.

Por meu amor imenso, te dou parabéns.

Que seja teu caminho de luz, que não te alcance o mal.

Que tua natureza seja mansa, e teu coração de poeta.

Que sua velas sejam tantas que te façam me esquecer.

que tua luz seja de esclarecer, nunca de ofuscar.

que o bem seja o teu lugar. Que mores nele e com Cristo.

Se você viver tanto que me esqueça (coisa que duvido) ou só lembrar de mim vagamente,

saiba que eu morto, se alma tiver, se ainda restar algo de memória depois que meus ossos ficarem escuros e de minha carne nada restar, nada mais houver, estando eu onde estiver, no paraíso dos que crêem, no inferno dos ateus, você será lembrado. O que sinto por você é irreversível, e será comigo, sempre e sempre, agora e além. Só cessa se na morte for tirada a alma, o pensar sem o corpo. Mas estando eu morto, e não havendo além, não te amarei mais, mas não por que cessou o amor, isso nunca cessará, é por não haver mais "eu", por não poder mais te lembrar.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

MEA CULPA








Hoje, 18 de outubro, venho postar algo triste, e fazer uma confissão: agi como um canalha. Se vale como confissão em processo contra mim o escrito aqui, que seja. Assumo uma canalhice. Peguei a senha de msn de uma pessoa. Ele descobriu, foi à minha porta, me ameaçou, com razão absoluta, e com o tomar de medidas contra mim, não com violência, mas com as providências que cabem nessa situação, ou seja, acionar a polícia.


Que fique claro, muito claro, que não é esta a questão, que não estou com medo disso ou daquilo, nem de polícia, nem de agressão. Não existe legislação específica para esse tipo de crime, que não chega a ser crime legal (por não estar capitulado em código nenhum) nem seria possível ser provado, uma vez que formatei o meu computador, infectado por um trojan vagabundo, que o grande "hacker" que me mandou jura que foi uma invasão do sistema do pentágono. A esse otário digo: não se gabe de um feito que se deve mais a minha negligência que a sua perícia.

Mas esse nâo é um lugar nem a hora é boa para eu dar lições nem ditar valores.

Tenho imensa vergonha do que fiz, peço desculpas a zezo (SÓ A ELE) sem medo nenhum, com toda vergonha do mundo.

Sempre tive respeito por ele e consideração. Ele é um grande cara.

ques se foda quem pensa que estou com medo.

O e-mail que me foi escrito por sua mulher me dá nojo. A ela não peço desculpas, e retribuo a pena dela, por minha doença, com meu desprezo profundo, pelo seu aleijão moral. Que fique as minhas desculpas a zezo, cujo carater sempre me pareceu bom e me foi comprovado ser. Foi a minha porta, me falou em tom exaltado, mas não se colocou em tom superior, nem falou em doenças.

Vai um recado aqui para quem disse que minha família está decadente: se alguém degenerou na minha família fui eu, não os outros. Doenças não são castigos divinos, se você fosse menos fútil, saberia que alguns hospitais são especializados em tratamento de doenças infantis. Culpar minha família pelas minhas atitudes é injusto e tão canalha como pegar senhas dos outros. Então a senhora me acusa de um crime (com razão) praticando outro.

A única coisa que quero depois disso é que fique claro, muito claro, que dois motivos me fizeram escrever isso, a saber: Zezo é um cara tão bacana que minha mãe ficou contra mim (veja, senhora, não é toda composta de pulhas minha família) e o outro foi meu filho, que fará aniversário semana que vem e para quem devo toda satisfação do mundo.

Zezo, tome as providências que queira, sinceramente não tenho medo disso. Nem quero reatar nada, nunca fomos amigos íntimos, nunca seremos. A única razão das desculpas em um blog, me expondo ao ridículo e as mais sórdidas interpretações por parte dos medíocres é essa: respeito você, mas me respeito ainda mais. Quero que um dia meu filho saiba da história toda, não de uma parte. Que o pai dele roubou senhas, e isso foi espúrio, mas que pediu desculpas em um lugar público, e assumiu o erro, e que não foi medo, foi coragem o motivo.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

CHORAR COMO PAULINHO DA VIOLA

"UM MESTRE DO SAMBA ME DISSE UMA VEZ, COM CERTA IRONIA: SE LÁGRIMA FOSSE DE PEDRA, EU CHORARIA."
                                                                               Paulinho da viola



Eu tentei explicar a ela o que ela deveria saber:


que desde a tapa e o chôro, começamos a morrer.

Se entendeu não sei, muitos nunca entendem.

Ela descobriu que morrerá. Tem problemas no peito.

Não excesso de amores, teve muitos, mas acha-os pouco.

Excesso de comida, bebidas, noites.

Ficou mal dia desses, tive medo de não vê-la.

Pedi-lhe um abraço, ela deu-me caloroso, perguntou se eu choraria à sua morte,

não tive tempo da ironia, disse sim, choraria.

Minha mãe disse que teve pena dela, ela chorava e dizia que ia morrer.

Cinco e meia da manhã ligo, vou direto ao assunto:

Só agora descobriu que vai morrer? sei disso desde o primeiro saber.

Ela ri (olha, fala palavrão e tudo que não presta, mas poucas pessoas são ingênuas, ela é)

ri, diz: eu queria chorar. Diz como quem reenvidica o direito legítimo a sofrer. Eu o nego!

Veementemente, duramente, sem dar um mínimo direito ao chorar dela. .

Chorar é uma coisa que faço e admiro os que choram. Tanto mais chora, mas admiro.

Nada contra o chorar. Viva o chorar. por chover ou de ir, em lendo poesia ou ao entardecer, cabe chorar, sem mais nem porque. Não nego esse sentimento, porque legitima a vida, e o divino, gerou os poetas, as melodias, os olhos foram menos para ver que para chorar -afirmação idiota. afirmação de poeta.

Mas tem um chôro mal, ruim, repulsivo e triste. É verdade, tem chorares que chegam ao cúmulo de ser triste! o chorar que falo é o do "nasci pra chorar", "porque isso aconteceu comigo?" "vou morrer". Para os três tenho resposta simples: nasceu para chorar? que vocação, hein!? porque isso aconteceu comigo? essa teria uma série de novas perguntas:

porque o gato mia?

porque chove água?

porque eu não sou rico?

porque vou morrer?

porque nasa tinha de ter nascido com cabeça?

respondo-as:

mia porque mia. como um gato não miaria? então a pergunta é contrária a si mesma: porque não miaria um gato?

chove água porque se caísse do céu algo que não fosse isso não estaríamos aqui. Eu pra escrever idiotices, você para as ler.

não sou rico por uma dessas calamidades inexplicáveis, fui gerado para ser rico, sou pobre. Meu pai disse que doido dizendo ser Deus já tinha visto muitos, mas pobre gastando como rico só viu eu. Porque sou pobre? eis a questão.

porque vou morrer? para os outros tenho a razão comigo, lógica, perfeita, exata. Porque nasceu, sua besta! e quem nasce, morre. Foda é eu morrer! eu não vivo sem mim. não concebo o mundo sem mim. Impossível pensar em mim sem mim.

porque nasa tinha de ter nascido com cabeça?

porque do contrário não seria nasa. o que seria ótimo para os vascaínos e não seria ruim para ele, porque ele não seria. Difícil imaginar onde aquela bola iria, mas com certeza não iria pra onde foi.

A razão de tudo é que viemos aqui, estamos aqui, depois vamos embora. Com setenta, vinte, dez ou cem anos. Vivemos de aluguel em nosso corpo. isso é belo, porra! viemos, demos o testemunho e nos vamos
Para onde? não sei. Isso não sei. Mas mesmo se não houver depois, mesmo que tudo acabe na estação derradeira, vivemos. Quem não tem alegria em estar vivo não terá meu carinho. Quer chorar comigo? choramos. Quanto queira. seria lacrimoso e juro que serei sincero. Mas chorar por pena de si mesmo, nunca!


É deprimente, um choro vagabundo. Chôro de polichinelo

sábado, 17 de setembro de 2011

BEZERROS DE OURO

Sei que o que te faz gostar de mim é menos minhas qualidades e mais os defeitos comuns a todos, que não tenho. E saiba que isso não é cabotino, é uma queixa contra o modo como o mundo é ou ficou. Posso achar um homem lindo e dizer, e digo. Isso não me faz ser bom, mas é quase impossével alguém o fazer hoje se não for homosexual.

Posso não falar em pretos, nem em racismo, pela razão de não achar possível que se possa debater tal tolice. Posso chorar e ter medo de insetos, dizer-te que já riram de mim, e umas vezes mereci, outras foram covardes. Posso e venho te dizer, que toda vez que eu falo de meu pai e de meu filho, ainda que xingando, eu tenho a voz embargada, ainda que não fale, ainda que ria.

Posso e te digo que tenho medo de baratas, e que isso não me engrandece, mas que tenho mal de parkinson desde os 25 anos e que não há atleta mais bem humorado, nem mais otimista.

É forçoso que eu diga, mas não para te tocar, por ser verdade, que me preocupo com meus amigos, respeito as putas, gosto de gatos, choro nas pontes, acredito em Jesus, não gosto de Roberta Miranda, que tenho meus bezerros de ouros, mas não os adoro, que odeio Lula, que não odeio ninguém, que sou muito inteligente, que sou muito burro (o que é ser muito inteligente? qual a quantidade ou peso?), que não faz muito tempo que aprendi que ouro tinha plural, que amo você.

Minha grande qualidade é essa: admitir e não maquiar os defeitos que tenho.

E tenho meus "bezerros de ouro", homens gigantes em sua arte, pequenos porque humanos, divinos por serem Deus dizendo: eis o que podes. Vens de mim, posso te fazer dançar, compor versos, seres meu igual, mas preferes matar, mentir, negar a mim. Eu que te fiz. Perguntas: se tu me fizestes, quem te fez? preferes o mal, a dor. Depois me culpas pelo que não pudeste, pelo que procuraste, pelo teu filho morto em guerras.
Nunca te pedi guerras, nunca fui Deus de lugar nem de livros, vivo em você não em lugares."

Sim, agora choro. Chorarei sempre que sentir isso, essa vontade de beijar a cruz, de abraçar uma dor, o pulsar da poesia, de toda a alegria de saber sofrer.

Sigo sempre um prumo, uma luz, um poeta. Então não se assuste se eu chorei por Michael Jackson, nem cuido da dor de outros, se gasto minha vida em admirar meus bezerros. Eles são tudo pra mim. Meus bezerros são cantores, são poetas, nunca sábios, não procuro isso em homens, sim em Cristo. de onde vem a paz do Cristo senão no poema que foi, no amor de saber-se certo, mas dar-se ao errado para consertá-lo

, ainda que fosse em vão para muitos, seria salvação para muitos. Mas ele teria dado o corpo à chicotadas ainda que fosse por mim só. Por razão que um pai compreende, uma mãe ainda mais.

E todo o mistério do mundo foi-me revelado, e lembro o dia, foi dia 28/10/2001, em um hospital, no meio de gente com cara de dor, mas alegres. Nesse dia foi me revelado por meu filho onde mora o encanto: NO OLHAR DELE.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

FIOS NA CABEÇA, METAL NO PEITO






Cada vez que passa um dia, é um a menos para minha cirurgia. Meu médico me precaveu de não ser essa a cura. Eu ainda terei parkinson depois da cirurgia, bem o sei. Tomarei remédios, terei fios na cabeça e um metal no peito. Mas terei uma coisa de que prescindia, terei um arma, um bastão ou coisa que o valha.


Um homem, desde menino, desde que exista, precisa de algo com que possa encarar a vida, seja o seio de sua mãe, um copo de aguardente, um caminho. O parkinson me tirou isso. Não podia reagir, Agora posso. Não é lutar contra a doença, isso é tolice. Doença não é uma coisa, ser, ou time. È saber que o que posso, farei. O que não, Cristo fará.

Sim, eu vou chorar no dia, como já faço agora. Por minhas razões. Eu as tenho. Porra, como as tenho! Mas não chorem ainda, amigas minhas, amadas e de meu coração. Esperem até o fim, ai chorem.

Dez anos. Há dez anos veio tudo de uma vez. Primeiro um errado diagnóstico que me custou um sorriso forçado, dado a meu pai para confôrtá-lo. Sim, amigas choronas, foi no hospital em que farei a cirurgia que eu passei com meu pai de carro, pensei em dizer algo triste, me calei. Meu pai colocou a mão na minha perna... bom , isso já falei. Vocês leram. Lu e Mirse. Amigas de riso e de choro.

Amigas, eu posso não melhorar o quanto espero, ou mesmo não me dar bem (toc toc toc) mas lutei e lutarei o que possa. Sem medo de me frustrar, sem medo de nada. Porque sei o que passei nessa longa caminhada, e sempre fiz sorrir e adquiri carapaça. E quando meu filho me perguntou quando eu iria ficar bom, em uma ponte de ferro aqui de caruaru, eu engoli mais que o choro, engoli a vida, engoli o diabo e digeri ele. Quando eu ouvi meu pai disser que ainda ia me ver bom, eu acolhi aquilo como verdade que demoraria.

Meu filho nunca mais tocou no assunto comigo. Minha mãe disse que ele não quer que ninguém toque nesse assunto na casa da mãe dele.

Está próxima a hora em que serei submetido a uma cirurgia complexa e invasiva, da qual não pretendo sair atleta, ou lépido e saltitando. Quero sair dela melhor, muito melhor que antes.

E, só aqui vocês podem chorar, amigas leais e queridas, quando eu estiver melhor, e eu ficarei, só aqui no dado dia, vocês podem chorar.

e quando eu puder andar só na rua, irei à rua da aurora. Andarei nas margens do rio que amo, o cheiro do mangue. Não estarei curado, nem será milagre, Mas o quanto eu estarei agradecido a Jesus Cristo, será como se milagre fosse. Porque com 25 anos, novo e boonito, vi o mundo cair. E caiu sobre mim, e foi pesado, quebraria meus ossos. Foi ele que me deu um sorriso quando vi meu filho querer subir nas minhas costas, como outro menino fazia na de seu pai, e ele não poderia fazer na minha, aceitou, compreendeu. Foi ele que me ensinou a parte boa da vida, que me fez ver coisas grandes nas coisas. Não sou um espetáculo de pessoa. Sou mal e mesquinho como todos. Mereceria coisas piores que as que tive,

Não volto a escrever nada nesse blog até depois de minha cirurgia. Claro que isso só interessa as minhas duas amigas e leitoras, mirse e lu.

sábado, 23 de julho de 2011

MARCELO NOVAES

MARCELO NOVAES É UM GRANDE POETA. QUE SÓ PERCEBAM ISSO EM ANOS, OU NUNCA. ISSO NÃO MUDA NADA. O QUE É BOM E NÃO PERCEBEMOS, PERMANECE BOM, AINDA SE NÃO O VEMOS.

 

 

 

 

 

Jade















Há vezes [talvez umas
poucas] em que o nome
soa como se pedra fora
[e soa o nome como se
fora pedra] e tudo isso
assim distante, muito
embora.


Algo [ou coisa aquela] que
não se toca [porque não-ali,
ou porque não se atrevera],
senão em queda lenta [ou
pouco após, logo em
seguida], quando se
divisa, antes da lama,
toda a vida.


E há tempo suficiente nisso
tudo [no cair-demorado] para
tanto, quando até se antecipa
[ou se recorda, não sei ao certo]
o nome que não existia, ainda.


Estava atrás, ou acima.


Esfolam-se as mãos, rasga-se
a camisa, e tudo se passa em
retrospecto [ou inusitada pros
-pecção], alguns minutos antes
de descobrir o nome em sua
própria voz e em seu tom
exato.


[Em seu exato tom].


Serão dias para recordar
[enquanto os dedos saram]
do nome duro ali à espera.


[O que serve de consolo].

sábado, 9 de julho de 2011

AOS 36...

Um homem, por vil que seja, por menor que alcance o horizonte de sua fé ou olhar.
Por menos que consiga compreender ou intuir algo da verdade dele e do mundo, não tudo, uma parte. Por  mais simplória que seja sua natureza, é o homem ainda. Ainda que mais não seja.
Mesmo matando outro, mesmo mentindo, mesmo roubando, traindo, fazendo o que seja. Por qual motivo o faça: seja por mulher, seja por cachaça. É homem.
Chorando, dominado por vontades femininas, jogos de azar, bebida ou cocaína. Doente, brocha, doido, sujo, sendo veado, ateu, errante, tirano, esquerdista. É homem.
O homem deixa de ser homem e se torna bestial, inumano, anormal, quando seu gosto ou gesto vem sem paixão. Erra ou acerta sem vibrar, sem doer nem chorar. Não morre de madrugada.

EU MORRO TODA A MADRUGADA.
Toda madrugada vem minha febre. Ela me queima e mostra as razões de ter aguentado tanto, de estar feliz e vivo. Vivaz, essa é a palavra. Vivos todos estão. Vivazes poucos o são. Se você me pergunta o porque de minha felicidade ser relacionada a lágrimas e dores, fico com peninha de ti. Porque não sabe da vida. Não sabe de nada.
Com que instrumento emocional poderia reagir ao ver meu pai me cobrindo, meu filho dormindo, o rio fluindo, a noite esfriando, o vasco perdendo, o vasco ganhando, as minhas amigas, os meus 36 anos, com lágrimas ou riso, sorrindo ou chorando?
Onde cabe o riso na mãe que embala o filho, nos sonhos realizados, nas conquistas, no que conseguimos à custa de suor, ou sonho trabalhado?
A lágrima é o que tenho para dar de mim. Quer rir comigo?
Fique aqui, sou bem humorado. Mas fuja de minhas lágrimas. Fuja delas. Porque são minhas e caem de madrugada. Quase todas, quase certas. Eu ainda me embeveço com elas, me apaixono cada vez que choro, imagine você.
Você pode me odiar, não poder querer me ver um dia, mas de minhas madrugadas não vividas por ti, só esquece morta, só esquece se depois da morte não houver vida. Quando meu branco ressona com um jeito de anjo dormindo, olho para ele e penso que deve haver um limite entre o real e a poesia. limite que não respeito.

E por não respeitar limites trombo muito pela vida. Vida que impôs um limite extremo, limite de mim mesmo.