Eu vivi a febre dos
poetas, o erro dos que amam, o sonho das madrugadas. As dores dos hospitais e
as orgias que todos negam. Não cansei de viver, é bom que eu diga, roerei o
osso até o fim. Mas deve o pescador deve dizer dos peixes mas nunca viver dos
pescados. Lembrar que sempre haverá um outro a pescar amanhã, que sendo menor
que os de antanho o dignificam tanto por ser a força despendida a que foi capaz
na vez primeira e que não pode ser repetida, mas que é o máximo que pode agora,
é o máximo que extrai da vida. Estar vivo é saber que pescar peixes menores faz
parte da vida. Mas nunca esquecer que deve usar toda a força pra segurar o
anzol. Não a que se tinha jovem e arrancava as entranhas do peixe. Mas a força
lenta e paciente que vai machucando-o
por dentro, minando-o, até o dia em que der. Até que o peixe vença a gente.
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