sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

ATÉ QUE MAIS NÃO SEJA.




Você me diz coisas dura e tristes sobre minha frieza e eu choro e não dou-te a perceber que o faço. Eu respeito tuas dores e as entendo. São dores humanas, de fundo, de dentro. Não são maiores que as minhas nem de somemos importância. Doem, só isso, e isso é  bastante. Ai você me diz que se enganou por achar que um poeta deveria sentir mais, ser menos burro sentimentalmente. Eu não sou poeta, minha amiga. Nunca fui. Uma vez vi um pai segurando sua filhinha e fazendo exercícios para que seus músculos (ela quase não os tinha) não atrofiassem de tudo. Não achei nada de comovente nisso. Ai ele disse: "Eu creio em Deus, só não sei qual a razão de minha filha ser assim". As coisas só existem depois que eu as sinto ditas ou escritas. Sou um ignorante emocionalmente. Não sou frio. Não sou mau. Não sou poeta. As palavras do pai da menina inerte me furam a alma. A menina em si, não. Não sei o que quero dizer nem como fazê-lo, sei que não sou só instinto. Sou do abraço e de paz também. As palavras me encarceram. Não tenho muito a dizer - não tive nunca e agora menos ainda- sigo igual, porém mais calado. Não sei como  t e confortar, não posso te dar mais do que tenho - quem pode?- se queres, como disseste, apenas um  abraço e quem te ouça, estou aqui. Não morri, nunca morrerei de tudo enquanto vivo. Embora com menos sorrisos e choros, ainda sangro e retenho. Sempre será assim. Até que mais não seja.

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