terça-feira, 3 de setembro de 2013

EU NÃO ME BASTO







Encontrei-o no vazio, onde estava comigo e sem vontade.
 Encontrei-o na saudade, no afeto, na verdade.
 Encontrei-o no no riso, no choro, na bondade.
 Ele é fácil de ser achado, sobretudo se o procuram de olhos fechados.
Mas com olhos de ver peixe não  o verás.
 Com olhos com que vês tamanhos não o verás.
 Com idéias de poder não o verás.
 Ele se mostra fácil, ele se mostra no teu dia-a-dia.
 Não fazendo milagres, fazendo o próprio dia.
 Vê-lo não é difícil. Vê-lo é como que certo.
Só basta que para isso tenha os olhos abertos.

Para vê-lo é preciso que os olhos olhem o contrário, olhem para dentro.
É preciso que eles sequer olhem, sejam olhos que sentem as coisas como elas são,
em sua essência, seu centro.
Para vê-lo é preciso ter medidas que não advenham de hipocrisia, afetação ou soberba.

Não procure ele se não for com lágrimas. Para agradecer ou pedir algo. Ou meramente contemplar. Mas com olhos sempre marejados.

Procurar eu o procurei porque não me completo nem me basto. Preciso algo de acima de mim. Não falo de poetas, nem gênios literários. Amo-os e admiro-os, mas nunca serão os que procuro quando estou cansado, nos dias de meu enfado.


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