sábado, 28 de abril de 2012

POESIA VAGABUNDA

È isso que você não sabe mas pressente com mais verdade que o que pode uma parede, um tiro, um fato. É teu filho te olhando, a noite, o charco, o beijo na face, um gato dormindo, um tio já morto, por teu pai lembrado. Um choro doído. um monte de gente orando, Caetano chorando, Caetano xingando. um velho feliz. Um ano, outro ano.

É isso que te tento explicar e me embaraço, que sei o que é, nunca a razão, que é sem utilidade. Como uma lua, um discurso ou um girassol. Serve para nada. Serve para ser em si. Como um diamante, um cacto, um caqui.

O que queres é uma explicação do que é inexplicável, como se um ateu perguntasse por quem criou Deus, como se fosse provado o improvável. Não se diz o que é, sente-se somente. Como dizer sobre a brisa do mar?

A poesia é a personalidade de Deus. É um lugar onde o ruim não vai. Não precisa ser poeta como os tais, escrever de forma genial. Para fazer poesia e ser poeta, basta olhar o Cristo, se afastar do mal.

Um comentário:

  1. Wellington,


    Vc foi na veia: não no fazer poesia, mas no transfundir a vida em poema.



    Abração!

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