A poesia e o que que se faz sem rima -ou se faz com rima- nunca pra rimar.
A poesia tem de ser a ponte, tem de ser estrada, nunca o chegar.
A poesia não fomenta nada, nem desgraça nada, só quer "ser" sem estar. A poesia não e falar bonito, nem falar preciso, nem seguir modelos, nem olhar para espelhos.
A poesia morre na vida, nasce em ferida, seca no olho, desce em riacho, morde e é flor, e é vida; Vida que mais que vivida ela é jorrada, ela é estupor, carnaval de outro tempo, vento de outro mar, luz do mesmo ponto cego.
A poesia mata por dentro, queima por fora, é de ser cor ou cinema mudo, é de se haver com o aqui e agora e ser de outro tempo, e ser de outra lua, de ser mineral.
A poesia ruge, urge, arde, encanta, precisa reviver. Precisa que se chame o nome: poesia!
Precisa que se diga o vínculo: amor!
Precisa que se o fale o medo, revelar-se o segredo, instaurar-se a razão. Sim, porque antes da razão deve vir a poesia, antes da poesia mais nada, e antes desse "nada", Deus.
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