sexta-feira, 26 de julho de 2013

DIOGO E TITO











O vídeo é de oito minutos e sem música. O vídeo é do filho de Diogo Mainardi, um cara cheio de defeitos, como todos os homens. As vezes ele está certo, outras errado e isso tanto faz. O menino que ri não me provoca nada de comovente, não tenha pena dele nem de ninguém. O trajeto até à escola é numa cidade bonita e me parece fria como são frias as de Recife quando muito cedo. O fato é que (que se danem os frios, os imparciais, ao diabo todos eles) eu chorei os quase nove minutos do filme. A parte que eu mais chorei foi a parte em que o sol projeta a sombra do filmador sobre o solo. Diogo Mainardi é um homem que não crê em Deus e não gosta de Lula. Eu não gosto de Lula e creio em Deus. Eu quero dizer que numa coisa acreditamos, no amor. O que me faz chorar é não o Diogo, nem seu filho Tito, é o amor de um pai por seu filho. Tinha o mundo a dizer quando decidi escrever sobre o Tito e o Diogo, não disse nada. Não espere muito de mim nem de Diogo, somos vaidosos e maus. Nem de Tito, ele é homem, e como tal não será grande coisa. Mas entenda que Diogo não pode ser menos que amado por mim, que adorado por mim, que venerado por mim. São por cenas assim, por gestos assim, por amores assim, que eu choro. Agora, amanhã, daqui a dez anos. Quinhentos Diogos apareçam, quinhentas mães percam seus filhos, quinhentas dores me sejam reveladas e de maneira sincera, sem afetação, eu choro, eu estarei lá. Me importa pouco no que isso venha a dar, me importa pouco o que venha  a acontecer. Se não tiver comigo isso de agora, tanto se me dá viver.

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