domingo, 2 de setembro de 2012

O QUE POSSO E O QUE NÃO









Eu posso estar em um lugar como o que fui ontem, sem verdinhos, com poeira, jogar sinuca de forma canhestra em uma sinuca precária, com assuntos precários, uma coca gelada, um tremor que não cessa, um sorriso no rosto e todo amor pela vida.


Eu posso escutar o ruído do vento no nada, o som das dores mudas, o grito dos silêncios nos velhos tristes, não convictos das suas quase convicções.


Eu posso descobrir teu véu, teu corpo, como montar um cubo, como destruir um castelo, como entender os sem razão, como estar tenso e calmo como um ou outra coisa se precisa.


Eu posso te fazer rir, chorar, ponderar, crer, descrer, se abster, se acalorar, entender, duvidar, se negar, aceitar, com ou do que falo.


Posso ironia, choro, te dizer: amor. Depois mudar e te chamar megera, puta, leviana, indecisa, beata, diabólica, salgada, doce.


Posso estar aqui dentro de você.
Posso dormir, posso sonhar.
posso ouvir teu som, vislumbrar o bom na tragédia e descobrir no riso o pranto vindouro.

Posso estragar o teu futuro, comer do teu bolo. Posso mandar você à merda, depois vou junto. Não posso matar, isso não posso. Não posso perder a fé, disso preciso.
Não posso perder o amor, disso é que vivo.

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