quinta-feira, 18 de junho de 2015
sexta-feira, 12 de junho de 2015
A tristeza
Sempre me comove a tristeza contida na música de Caetano, no dia chuvoso, e em outras coisas e pessoas. A minha tristeza é quase alegria, ou se não isso é outra coisa da qual não conheço o nome ou essência. Minha tristeza não é carência. Minha tristeza não é piedosa, nem para mim nem para ninguém ou nada. Minha tristeza é minha casa. Onde me abrigo, onde me refaço. Em tempos em que se almeja tanto a felicidade, ou pior que isso, a felicidade eterna, eu me comprazo em minha tristeza. Que é minha e por isso (e só isso basta para ser querida) me vem com quase-alegria à sua chegada. Minha tristeza não é mesquinha, e isso é o que me mais me orgulha em tê-la comigo. Não é por nenhuma inveja do que não sou ou do que não posso, é por que existe o alto e o baixo, a curva na ladeira, o gelo no asfalto, o medo de morrer e o medo de viver demais. Nunca pude entender porque se busca sempre a alegria e se diz que tudo que se quer é ser feliz. Como se pode ser feliz sem tristeza? Quem pode estar feliz o tempo todo sem ser idiota?
Minha tristeza é como eu olhar para uma cachoeira, linda de manhã, alegre, expansiva, mas que á tarde se fará triste, e sua alegria da manhã advém de sua tristeza vespertina e vice-versa.
Não se vive sorrindo sem ser ator ou ter por ideologia a hipocrisia. Tudo arde, chora, causa dor: o menino que morre, o menino que matou, o agredido, o agressor, a menina inocente, o velho senil, tudo é dor.
Não esqueço de uma frase do baiano genial que diz: "respeito muito minhas lágrimas, mas ainda mais minha risada". Na risada tem ainda uma lágrima, tenha sempre um pulsar do triste. O que me apavora é não ser sempre alegre, é ser sempre triste. Se há coisa pior que o bobo alegre é o chato triste. Tristeza é como tempero, deve ter em quantidade medida, em quantidade certa para que não estrague a comida. Para ser-se feliz por completo, sabendo-se que nunca se pode ser feliz por completo. Aceitar o que se tem sem o resignado dos covardes.
Salve a tristeza, sente aqui, puxe a cadeira e vamos conversar, mas saibas que não és minha amiga, és só visita, não te hospedo, não tens (aqui comigo) onde ficar.
quinta-feira, 4 de junho de 2015
O nada.
Eu tive um
sonho há pouco que foi tão poesia que
tentar contá-lo o diminuiria, reduzindo a sonho o que sonho seria se não fosse
mais, se não fosse o que queria, todo sonho que mereceria o nome de sonho ou de
poesia.
Eu tive, e
tanto era lindo, que santo diria, mas não era isso, era até profano, por não
ter pecado por ser mais que humano, por eu entender que era o que entendia não
caber no homem, não caber em nada.
Eu tive (e
pouco me importa se esta errado) ter -se sonho ou haver sonhado, ter se sentido
certo, ter sempre eu errado, ou o que é real e o que foi sonhado, ou menos o
pecado ou mais o perdão.
Se explicar
não posso, quem o poderia? se sonhasse um sonho que foi fantasia, nada de
irreal, nada que conteria um outro nada em si e por isso era tanto que a
palavra nada tudo definia, como se verdade última da poesia, como se única
verdade houvera, como se descoberta a nova era, como se descobrisse o véu
primeiro, como se segredo não mais houvesse, como se tudo ao nada reduzira, e o
nada fosse a melhor saída, e era melhor
por ser a única, e era bom e eu o sabia em sonho, e eu o via em graça, o tendo
profundo, o tendo em tal monta que para mim nada mais me vale, nada mais me
serve, nada mais eu busco do que aquele nada.
terça-feira, 2 de junho de 2015
Um esquerdista
Para assumir discurso de esquerda não basta ser idiota, tampouco ladrão, ou qualquer tendência homicida enrustida ou pederastia latente (todo esquerdista cultua um macho soberano e sempre barbado) tem de ser um pouco de cada abominação humana revestida e travestida numa conversa de bondade humana, continuação da história (como um filme idiota que segue a trama de penar, purificar-se e elevar-se, ainda que isso demande a cabeça de centenas de outros seres humanos.
CURSO TRADER ESPORTIVO
sábado, 30 de maio de 2015
Ester
Já nasce com nome de rainha, nascesse com nome plebeu seria rainha também. A filhinha de Lu! lindinha e gigante. Se chama Ester. Eu lhe disse Luluzinha, que realizaríamos nosso sonho, eu me curaria do Parkinson, você teria os filhos que queria. Não me curei do parkinson e irei para a 2ª cirurgia, mas não terminamos o sonho ainda. Você quer mais filhos, eu mais brocas e bisturi. A vida é conseguir armas pra se lutar até o fim. A vida urge em se esvair. Ester é linda e eu não acho crianças bonitas, achou-as iguais, todas se parecem. Mas Ester é linda porque sonhada, porque querida, porque é signo de sonho, porque é vida com mais vida.
Falta a minha cirurgia e outras que farei. Tenho paciência e redobro a fé, vendo Ester, tão real e linda, feita de lágrimas e devoção. Anota ai, amiga adorada, anota em teu coração, o que eu te devo não pago com nada, ou pago vendo teu sonho na mão. Te cuida e cuida de Ester. Cuida em ela não cair, não se machucar, em proteger, em amamentar. Cuida do exterior e do ao redor dela, porque do caráter a genética cuidará.
Cuida de manter fé, cuida em se cuidar, cuida ser como és, cuida em nunca mudar.
Cuida de dizer ao pai que mando-o um grande abraço, cuida em dar um beijo em nega, cuida de descansar, cuida do que sempre cuidaste, cuida em nossa amizade, cuida em tua obrigação que é sempre rezar por mim.
Dá um beijo nela, diz que foi um tio doido que mandou. Da uma olhada para o céu e se aguentar não chora; Sobe o morro com minha irmã como quem vai ao parque. Sabe porquê, Luluzinha? porque na busca de Deus, agradecer é a melhor parte.
Beijos no coração. Mamãe.
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quinta-feira, 28 de maio de 2015
Sem mágoa, sem melancolia
Ela então quis saber o que eu faria se chegasse ao fim do dia com o fim da minha vida. Disse-lhe: daria uma abraço em meu filho e um beijo em meu pai.
Mas não falava triste, não tinha medo ou melancolia, falava como se outro que estivesse de fora, outro que sendo eu, a mim mesmo não sentia, como que estando lúcido não sentia a cirurgia. Sem dor, sem melancolia.
Eu dizia que no abraço e no beijo não haveria tristeza, seria um "valeu" não um "que pena, acabou", uma missão encerrada, não uma que fracassou.
Disse ainda que não consigo ser triste o tempo todo, sequer um tempo longo. Sou da alegria, da folia. Só sei viver assim, amar o sol. todo dia, de noite a lua. Quando nem um nem outro se fizer notar, por nublado, por não poder vê-lo, sigo na minha alegria. Que sendo escura é ainda folia, que sendo folia tem de acabar como um m carnaval: sem mágoa, sem melancolia.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
MARCELO NOVAES
ANTES DO VERBO
Antes que se soubesse de Deus
o Filho, plenos de dons, fadado a
ser trigo e mais-que-trigo [porque
colhedor de feixes-em-extremos:
trigo e joio, joio e trigo],
antes de poder receber o abraço
do irmão traidor com o perdão no
meio, replantado como tronco, ramo,
galho, ramalhete-em-maio [abril ou
junho], antes das moedas devolvidas
ao antigo dono [poucas, por sinal],
antes do retorno dos Infernos e do
fim dos relacionamentos terrenos
[só aparente, porque – alguns –
eternos],
eternos],
antes mesmo do término da safra má e
da má safra, lavrada em água amarga
[crispada de larvas],
Antes do acúmulo do muito que na
vida caberia, aos trinta e poucos [longos
e concisos anos, vasto oceano em Mar da
Galileia],
antes da demonstração do medo
e do não-medo juntos, afrontando a
morte [para ir além, ainda, de qualquer
desejo-de-morte],
quanto mais se precisa dizer o que
não fora dito Antes [porque Antes do Verbo,
ou fora], o vidro se arrastará no vidro e
arranhará o vidro, até o olho estar
limpo.
ou fora], o vidro se arrastará no vidro e
arranhará o vidro, até o olho estar
limpo.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Quando Deus quis falar sobre tudo e suas razões, ele fez (e foi antes de feito tudo, foi antes de tudo ser algo) ele fez o silêncio. Se há uma hora que ele de nós se aproxima e quando o silêncio se faz total. O silêncio do perdão, do Cristo na cruz, do juízo final. O silêncio é urgente! chega de urbes e seus moleques mimados; Basta de senhores vetustos, babacas que se supõem sábios. O silêncio é coisa de saber-se usar. Ter na hora certa a palavra mas saber que na hora da palavra é melhor não dizê-la, se calar.
domingo, 17 de maio de 2015
O que fica claro é que regras existem onde pode haver. Se o pt não for extirpado (sim, é um câncer) ele destruirá (câncer que é) o organismo que o nutria. O câncer não pretende nada, não objeta nada, nada mais pode ser. O destino do câncer é matar e com o morto morrer. Extirpar o tumor! Isso inclui exército, justiça, congresso, o que seja. FORA pt! Ainda que à força, ainda que sem anestesia, mesmo com o risco de metástase.
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